Page 44 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983
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A informação de que o Governo Federal preparava-se para extinguir a
Digibrás ou absorvê-la pela SEI circulou nos dois últimos m eses com
muita freqüência. Consultado, o Emb. Paulo Augusto Cotrim R odrigues
Pereira, presidente da Digibrás, foi categórico: Dentro do que é do m eu
conhecimento, isto não existe.” Numa longa entrevista concedida à
Telebrasil, o Emb. Cotrim falou ainda sobre as fontes e form as de
fomento postos à disposição da indústria de informática brasileira, a
automação industrial (que a Digibrás vem incentivando) e a necessidade
de uma coordenação entre os setores de TCs e Informática, cuja
convergência "é uma fatalidade”.
TB — Como decorreu o ano de 82 para a Digibrás são feitos em cooperação com sos projetos refere-se, especificamente,
Digibrás? empresas nacionais, pois ela não se pro ao fom en to fin a n ceiro. Conseguimos
D igibrás — A Digibrás iniciou 82 com põe a substituir a empresa nacional: ela junto ao BNDES um a abertura de cré
poucos recursos e saindo de um 81 em procura induzir a indústria a criar con dito da ordem de cinco bilhões de cruzei
que sua vida administrativa e o desem dições tais que possa prestar novos ou ros para o fom ento à comercialização de
penho técnico estiveram muito limita melhores serviços. No caso da lingua equipam entos e sistemas, sendo que de
dos pela inexistência de recursos. Apro gem P earl, duas empresas nacionais, 82 para 83 foram aplicados, aproxima
veitamos o nosso tempo para planejar o além de centros u n iversitá rios, coo dam ente, um bilhão e 800 milhões. É
que fazer em 82. Então, já com recursos, peram conosco. Este é um projeto para um em préstim o em condições extrema-
foi facilitada a consolidação interna da
Digibrás e sua dinam ização externa.
Extemamente, trabalhamos no sentido
de incrementar a formação de recursos "De 82 para 83 foram aplicados um bilháo e 800 milhões em
humanos junto às empresas nacionais
fabricantes de equipamentos e de soft empréstimos com prazo de 48 m eses9 carência de 12 e juros
w are. Assim, tivemos um programa de de 8% ao ano — e isto significa fom en to99.
gerenciamento de projetos de P&D; um
outro visou a formação de pessoal para
marketing; e um terceiro, através de se
minários, era para o aperfeiçoamento
dos próprios técnicos. Na área tecnoló
gica, propriamente dita, iniciamos um três anos, que visa transferir para a in mente favoráveis para o industrial, com
programa conjunto com a Alemanha, a dústria um conhecimento que será apli prazo de 48 meses, carência de 12 e juros
fim de obter a transferência de uma lin cado na modernização de nossa indús de 8% ao ano. E isto significa fomento.
guagem de alto nível, chamada Pearl, tria pesada. Outra linha de financiamento, estu
utilizada especificamente para os pro dada junto ao BN DES e institucionali
cessos em tempo real. Com a transferên TB — Qual o cam po próprio da D igi zada através de um convênio com a SEI.
cia dessa tecnologia, teremos o conheci brás, sua área de atuação mais intensa? refere-se ao so ftw a re , um dos grandes
mento total da estrutura da linguagem, D igibrás — A Digibrás é uma empresa gargalos da área de informática. Preci
o que habilitará a indústria nacional a que se destina ao fomento da indústria samos desenvolver um esforço em tomo
fabricar compiladores portáteis, uma de informática do Brasil — mas não ape de sua produção, e com o tarefa contí
espécie de tradutores de linguagem, im nas ao fomento financeiro. Na medida nua, pois o seu desenvolvim ento é rá
portantes para interfaciar a linguagem em que possamos colaborar para aper pido e constante. Ainda, em 82, a Digi
de alto nível com os computadores que feiçoar recursos humanos, estamos fo brás iniciou um esforço muito grande de
usam a de máquina. É um projeto com mentando esta indústria; na medida em fom ento com este convênio, mas além
dois objetivos: o conhecimento dessa tec que possamos engajar indústrias nacio disso ela tem em vista, para 83, um sis
nologia e a aplicação dela no equipa nais num projeto de desenvolvim ento de tem a de coparticipação em que ela se as
mento nacional. Já mandamos o pessoal linguagens, estamos fomentando o tra socia a um a casa de soft e corre riscos
para treinamento na Alemanha e este balho de P&D da indústria e de fabrica com ela para increm entar a produção de
ano técnicos alemães virão ao Brasil. É ção e produção de softw a re — tudo está s o ft a p lica tiv o , de suporte e básico
preciso dizer que todos os programas da sob o enfoque do fomento. Outro de nos Nesta área, já fizem os convênios com