Page 45 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983
P. 45
SEI e o BNDES no valor de um bilháo de
cruzeiros, em termos mais ou menos
iguais ao outro convênio, para comer
cialização de equipamento e também
com recursos renováveis. O BNDES é o
órgão financiador e a SEI e a Digibrás
participam no exame das solicitações —
a SEI verificando se este soft está de
acordo com a política de informática im
plementada e a Digibrás, no papel téc
nico, verifica se é um soft bom. Esta ne
gociação foi terminada em janeiro de 83
e agora os empresários começam a soli
citar os empréstimos.
Também com a Caixa Econômica
acertamos um procedimento para facili
tar à pequena e média empresa obter ca
pital de giro — num máximo de 50 mi
lhões — e já encaminhamos à Caixa
cerca de 40 projetos aprovados. Este é
um dos maiores problemas destas em
presas e, abrindo essa porta, damos con
dições de operacionalidade, fornecendo
capital de giro a ju ros favorecidos.
Ainda em 82, muito preocupados com a
modernização da indústria nacional e
com a necessidade dela tomar-se com
petitiva, particularmente no plano ex
terno, a Digibrás engajou-se num pro De 73 a 80, o Emb. Cotrim trabalhou na modernização das comunicações e processamento
cesso de estudo das possibilidades de au- da informação no Itamarati, tornando ”a administração mais adequada aos tempos
tofnação de alguns setores da indústria atuais
nacional, basicamente o siderúrgico e o
tomação, inclusive na área agrícola,
de álcool. A Digibrás manteve contatos
com a Siderbrás e como que induziu o se onde a utilização de microprocessadores
tor siderúrgico a formar equipes para virá aumentar a produtividade da cana:
estudar processos de automação, dimi cálculos estatísticos permitirão dizer
nuindo o índice custo/desempenho e tor qual a melhor cana para determinada
nando seus produtos mais baratos. região, a melhor época e o melhor fertili
zante, formando uma espécie de banco
TB — Como conciliar esta política com de dados que orientará o empresário.
a de pleno emprego? Ainda dentro da área agrícola, elabora
Digibrás — Este é um problema discu mos com a Embrapa um soft chamado
tido em todo o mundo e que já foi resol Saest, usado localmente por equipes que
vido. A impressão inicial é de que, uma recolhem dados e os enviam a um centro
vez que se automatiza determinado pro de computação da Embrapa, onde são
cesso, diminui o número de operários trabalhados e dão um resultado macro.
engajados neste processo e eles perdem O Saest serve, também, para uma gama
os empregos. Mas não é bem assim. enorme de dados estatísticos e é utili
Como resultado dessa autom ação, zado por centros de pesquisa e universi
existe o crescimento da empresa em si dades — é um programa de análise esta
(que não está automatizando todos os tística. Na área do álcool, o nosso desejo
seus processos de trabalho), o que per é chegar a um programa integrado de
mite deslocar parte dessa mão-de-obra automação, que vá do plantio até a pro
para outros setores dela mesma. Tam dução do álcool e subprodutos; e que irá,
bém a automatização é um processo também, criar uma demanda de instru
lento: na medida em que vai aconte Em 80Já na presidência da Digibrás afirma: mentos de medição e de equipamentos
cendo, e se existe um crescimento da "Sabemos que devemos pensar grande, mas de fabricação. A Digibrás é a coordena
economia, tendo como um dos elementos andar devagar dora do projeto, em associação com
indutores a automação, ela vai gerar na várias empresas e universidades e, tam
área terciária uma crescente demanda bém, com entidades como a Coopersu-
de empregos. A adaptação dos que saí do processo industrial, particularmente car. Temos muita esperança neste pro
ram da área industrial para a de servi no comando dele por microprocessa jeto, sempre sabendo que devemos pen
ços é um processo em que se tem de pen dores. sar grande, mas andar devagar.
sar e o Governo e as indústrias, através
de suas associações, devem pensar nis TB — Em que etapa está o programa de TB — E a formação dos RHs adequados
so. Os sindicatos devem se acomodar, automatização da indústria do álcool? para realizar estes programas?
juntamente com as indústrias, a esta D igibrás — No ano passado, a Digi D igibrás — Não há nenhuma possi
nova realidade. Tudo isso é genérico, brás firmou um convênio com a STI — bilidade de um desenvolvimento tec
mas é o processo que realmente acon Secretaria de Tecnologia Industrial — nológico, aqui no Brasil, ter um ritmo
tece. A robotização, um processo mais para fazer um levantamento das neces adequado sem a formação dos RHs. Isto
intensivo de automação, é quem des sidades e peculiaridades da indústria, é o óbvio, que repetimos desde o desco
perta mais este problema, mas por en com vistas a automatizá-las no possível. brimento do Brasil — precisamos edu
quanto estamos falando na automação Já conhecemos suas necessidades de au car e formar. Na medida em que ti ver- $