Page 46 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983
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mos esses homens, em vários níveis de tica e fazemos uma espécie de inquérito, austeridade. O nosso programa de in
conhecimento, criarmos oportunidades junto aos consumidores, sobre o que vestimentos foi cortado e não deixa de
para que as indústrias se estabeleçam e pensam dos produtos fabricados. E te ser um desafio trabalhar nestas novas
exista consumo, tanto interno como ex mos um programa editorial, porque condições. Mas a Digibrás tem a facili
terno, esses homens náo sairão do país. achamos que a literatura sobre infor dade de recorrer a agências financia
A pesquisa fascina e, verificando que mática, no Brasil, é muito reduzida e doras para apoiar seus programas, como
seu esforço está dando resultados, esse quase só disponível em idiomas estran é o caso da Finep, Banco do Brasil, Cai
homem não tem porque abandonar o seu geiros. Considerando isto, a Digibrás xa Econômica e BNDES. Exatamente
país. Nós temos uma carência enorme publicou um livro sobre basic e, há pou agora estamos elaborando uma série de
na área de informática. Dentro do qua co tempo, editou A Alma da Nova Má projetos que apresentaremos às entida
dro das necessidades e prioridades, a Di- quina, tradução de um livro extrema des financeiras já com luz verde. Se
forem consideradas enquadráveis em
seus programas, nos fornecerão os re
MiKr;i
cursos. Na parte do álcool, a STI esta
disposta a apoiar a Digibrás e podere
Dl o ano passado, a Digibrás engajou-se num estudo de mos contar com recursos também de ou
possibilidades de automação das indústrias siderúrgicas e tras fontes, pois o projeto do álcool en
do álcool volve controle de processos, o que signi
fica a afirmação de uma tecnologia de
que necessitamos.
Eu náo estou especificando projeto
por projeto, o que poderia dar a impres
gibrás, juntamente com a Finep e o mente interessante que relata o traba
CNpQ, fez levantamentos em 82 e em lho de pesquisa, desenvolvimento e são de que a Digibrás está com um pro
seguida apresentou à SEI um projeto construção de um novo supermini — um grama modesto; mas se pensarmos que o
para a formação de RH. É um projeto estudo sociológico de um grupo humano softw are e os recursos humanos são
amplo, que ainda está sob os estudos da dedicado a essa função. problemas de grande envergadura no
SEI. E eu insisto que formar RH é uma país, então podemos verificar que a Di
atividade de fomento e uma entidade TB — A Digibrás está com um planeja gibrás está engajada num setor extre
como a Digibrás, que se dedica ao fo mento bastante amplo. Sofreu muito mamente amplo e complexo, que vai
mento, pensa em todas as áreas que com os cortes de investimento? exigir dela muita capacidade profissio
deva incentivar, a fim de que elas pos Digibrás — Nós tivemos o problema nal e, naturalmente, uma oportunidade
sam progredir. Por isso, também publi comum a todas as companhias ligadas e compreensão de parte dos industriais
camos estudos regulares sobre o panora ao governo — estabelecer um programa — o que tem existido — no sentido de
ma da indústria nacional de informá dentro do sistema de rígida economia e aceitar este tipo de inovação e de coo
perar com a Digibrás.
TB — Como o Sr. vê o problema de con
vergência entre TCs e Informática?
Digibrás — Isto é uma fatalidade. A
tendência é crescer cada vez mais. Ob
serve só a automação de escritórios —
nela, as duas tecnologias estão casadas,
o processamento com as comunicações.
A área de comunicações utiliza cada vez
mais produtos de informática — micro
processadores, computadores —, para
GEOTRON
uma série de atividades das redes de co
municações.
TB — E quanto à orientação, o Sr. acha
que seria conveniente a união das duas
atividades?
Digibrás — Existe a necessidade de
uma coordenação, porque no momento
que estamos vivendo estas atividades
sempre serão atribuídas a órgãos di
ferentes e é necessário que haja uma
conciliação entre os trabalhos das duas
áreas e não haja duplicidade de esforços
nem desperdício de recursos.
TB — Em termos brasileiros, como po
deria ser feita esta coordenação?
Digibrás — Uma hipótese a nível de
Presidência da República e, num se
gundo passo, pelo Conselho de Se
gurança, um órgão colegiado que reúne
todos os ministros. E sempre haverá a
coordenação informal, o desejo de somar
esforços e a consciência de que a solução
Estande da Digibrás, na Feira Internacional de Informática, realizada no Rio de Janeiro
não depende de uma área só. Em termos
em outubro de 1982.