Page 28 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983

Centro Cívico - Palácio Iguaçu, sede do Governo do Estado do Paraná j

preço que você está cobrando ao cliente setor. Tudo isso que enxergam os não precisa fazer isso. Conversar com o Mi­

os 30% do FNT e m ostra uma nova conseguimos pintar num quadro bonito nistro do Planejam ento, conversar com

conta, você pergunta: agora, o que você e vender aos homens que decidem. Não quem decide neste país. Nós estamos ¦

acha desse preço? Ah, agora está razoá­ conseguimos sensibilizá-los. Fala-se em ainda m uito fechados dentro de nós.

vel. Ou seja, uma vez mais se confirma telecom unicações junto às fontes que N esse tra b a lh o fechado, dentro de I

que os problemas que a gente tem nesse decidem politicamente e elas entendem nosso universo, a Telebrasil é nota 10. E

caso também são impostos do lado de logo telefone e pensam imediatamente: trouxe m uito. Prom oveu debates, con-

fora. tem tanto telefone por aí, então esse pes­ graçam ento, am izade, alterações inclu­

Eu gostaria de registrar aqui uma soal pode p a ra r de cre sce r. H á um sive de políticas, prom oveu tudo aquilo

coisa interessante: eu fiz há poucos dias abismo entre a visão dos homens do se­ a q u e e la se p ro p u n h a a promover.

um levantamento sobre impostos inci­ tor e a visão daqueles que decidem poli­ Agora devem os voltar a face da Telebra­

dentes sobre serviços de TCs em todo o ticamente. sil para o m undo político e trabalharem

mundo. Constatamos por exemplo que, cim a. São quantos? 480 deputados? Pois

na França, não há qualquer imposto. O TB — Como V.Sa. vê a Telebrasil, em si, então a T elebrasil deve trabalhar um

mesmo acontece na Alemanha, na Sué­ como associação? por um , de todos os partidos, de todas as

cia, no Japão, no Paraguai e na Argen­ G G G — Eu gostaria de separar o traba­ cores. São quantos ministros? Deve I Ills'

tina. Os países que apresentam algum lho da T e le b ra sil em du as fre n te s: trabalhar todos eles. Há um Presidente

imposto são o Brasil e os Estados Uni­ frente interna, quer dizer, de congraça- da R epública e um vice. Devemos con­

dos, este país cobra agora 2% do imposto mento e cooperação entre todas as enti­ quistar o coração deles.

sobre o serviço. No Brasil cobramos 30%! dades que trabalham para as telecom u­

Isso caracteriza bem que estamos bas­ nicações, as indústrias, as empreiteiras, TB — E ntão V.Sa. defende uma inde­

tante distorcidos sobre esse aspecto. É as empresas de consultoria, as opera­ pendência plena da Telebrasil em rela­

compreensível, portanto, que a popula­ doras, etc. Esse trabalho da Telebrasil ção à indústria, às operadoras, às em­

ção não se sinta nada confortável diante me parece perfeito. Eu acho que se tiver­ p r e ite ir a s e um a autonom ia para se

disso. mos alguma coisa a dizer é apenas em d ir ig ir à s a u to r id a d e s m aiores da

elogio, em louvor. A Telebrasil é uma R epública?

TB — Como V.Sa.vê o futuro das teleco­ entidade pra frente. Ela vai no Japão G G G — Sem dúvida, eu defendo isso

municações no Brasil? E que sugestões bu scar a lgu ém p ara nos fa zer um a Eu acho que a Telebrasil só tem signifi­

teria para o nosso esquema de agora em palestra, ela vai na F rança trazer a cado se realm ente for isenta. Se ela for

diante? maior autoridade para vir aqui nos di­ sim plesm ente um a representante dac

G G G — Eu vejo o futuro de duas manei­ zer o que eles estão fazendo. Neste as­ o p e ra d o ra s , e stá se sobrepondo ato

ras: Uma com os olhos do setor e outra pecto a Telebrasil está muito boa. Mas m esm o às atividades da Telebrás. Se el

com os olhos dos que lim itam o setor. eu acho que ela não foge à regra de todo é representante simplesmente dos em­

Com os olhos do setor eu veria as teleco­ o conjunto, de ser politicam ente muito preiteiros não é nada mais do que um

municações como uma coisa maravilho­ fraca. Ela precisaria ter m ais força. A a ssociação de em preiteiros. Isso aí'

sa, pela revolução da informática, na­ Telebrasil pelo fato de não ser ligada ao está d esg a sta d o. Lem bro-m e que, en-

quilo que ela pode trazer para a educa­ Governo, a um grupo em especial, mas 1974, no gabinete do Ministro Quano

ção do povo e eu vislumbro um campo sim representar tudo o que há de esforço de O liveira, eu ouvi dele uma asserti'"3

fertilíssimo para que a gente possa utili­ no setor de TCs, ela pode ter uma força de que a Telebrasil é uma entidade ir

zá-las. Eu fico muito triste — talvez seja política neutra, isenta de interesses se­ portante. Ela realm ente não represei

incompetência da minha parte — de não toriais. E por isso eu recomendaria que o tava nenhum a das facções e sim repr

conseguirmos semear essas idéias junto esforço fosse, daqui para frente, m ais sentava o conjunto. E para represente ^

às pessoas que decidem politicamente orientado sobre o ponto de vista político. o co n ju n to é n ecessá rio que ela ste

sobre o setor, isto é, todos fora do nosso É necessário fazer política e a Telebrasil isenta e independente.

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