Page 25 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983
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fim do ano. Ora, dentro desse quadro, eu não é bem a palavra, porque o setor de contínuos ganhos de produtividade, coi
não vejo porque estabelecer um teto: só telecomunicações intrinsicamente não sa que outros não conseguem nem me
pode gastar tantos milhões... tem problemas. Os problemas que nós dir, temos uma gerência profissional. O
temos são trazidos de fora. Temos pro que não temos é interferência política.
TB — O que V.Sa. tem feito, em matéria curado mostrar a todas as pessoas que Temos recursos humanos que ingres
de política, para fortaleceras telecomu formam a opinião pública, jornalistas sam nos quadros, que crescem, que são
nicações? principalmente, nós temos conversado treinados, em função apenas de seu
G G G — N ós estam os fazendo aqui com a imprensa em geral, políticos, com valor pessoal e não de qualquer inter
mesmo dentro do Estado do Paraná, e os líderes comunitários, no sentido de ferência externa, quer dizer, nós temos
temos feito isso há alguns anos, um tra mostrar que os problemas do setor de uma administração profissional a nível
balho de divulgação junto às entidades telecomunicações foram trazidos para internacional. Tudo isso temos procura
de classe: as associações comerciais, as dentro dele, ou introduzidos, não por di do mostrar à comunidade para que ela
federações de comércio, os próprios polí ficuldades internas nossas, pois temos venha, à medida do possível, através de
ticos, todas as lideranças municipais, capacidade de geração de recursos; nós seus representantes, a nos dar mais
inclusive nós estamos fazendo um tra temos uma adm inistração que é mo força para vencermos essa batalha polí
balho de divulgação junto a elas mos delar, temos um sistema de planeja tica.
trando a real problemática do setor de mento que faz inveja a qualquer outro Mas eu tenho um grande temor: eu
telecomunicações. Aliás, problemática sistema ligado ao Governo. Nós temos gostaria de manifestar para que isso fi
casse publicado e registrado nesse mo
mento importante. Eu tenho temor de
que nosso setor que vem há mais de uma
década sendo administrado profissio
nal mente dentro de critérios de interes
ses social, econômico e administrativo
venha a sofrer interferências políticas
negativas, que em todos os outros se
tores se demonstraram nefastas e nós
somos os únicos que ainda permanece
mos alheios a isso; poderemos sofrer
muito se isso vier a acontecer. Eu mani
festo a minha preocupação de que essa
pureza de nosso setor em termos admi
nistrativos, econômicos e empresariais
venha a ser quebrada se viermos a rece
ber influências políticas.
TB — V.Sa. acha que o setor deve reagir
a um tipo de ingerência se, por ventura,
elementos sem experiência e nâo técni
cos venham, por qualquer motivo, assu
mir posições que possam prejudicar o
seu desempenho?
GGG — A maneira principal de reagir,
me parece, não é através de posições de
força, porque essas de nada adiantam.
Todos os cargos administrativos no Sis
tema Telebrás são de confiança política.
De maneira que uma reação pura e sim
ples não teria qualquer significado e as
pessoas seriam substituídas. A maneira
que eu vejo de nos précavermos contra
isso é através do esclarecimento; é atra
vés do contato. E necessário que de
monstremos aos políticos que o Sistema
Telebrás não é administrado por tecno-
cratas — eu tenho horror a essa palavra.
Eu administro uma partezinha do Sis
tema Telebrás e vejo que às vezes me
classificam como membro da tecnocra
cia, coisa que em absoluto eu não acre
dito que seja, ou que sejamos todos nós.
Somos administradores profissionais,
somos engenheiros de telecom unica
ções, como a maioria dos presidentes e
dos diretores, nós não somos tecnocra-
tas. E não somos porque entendemos as
necessidades da coletividade, nós sabe
mos orientar os investimentos para a
sua satisfação, etc.
Agora, todas as decisões que se to
mam dentro do Sistema Telebrás, elas
ob ed ecem à ló g ic a . A co n te ce que t