Page 23 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983
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guimos satisfazer a demanda. Mas se trabalho análogo àquele que os japone utiliza, que argumento ele pode utilizar
continuarmos crescendo nesta base é ses têm. Nós obtivemos uma cópia desse junto aos seus amigos, aos seus paren
previsível que em dois anos, no máximo, filme em inglês, traduzimos para o por tes, etc.
nós realmente venhamos a ter proble tuguês e o exibimos para todos os nossos A Telepar tem um quadro de recur
mas de dem anda reprim ida. O que é empregados, sendo que eu abri e encer sos humanos que eu considero perfeita
m ais triste neste episódio é que, em rei a sessão de apresentação fazendo mente integrado no espírito da empresa
1982, poderíam os ter investido mais. uma comparação entre os objetivos e a e conhecedor dos reais problemas desta.
Nós tínhamos recursos, tanto que repas mentalidade dos empregados da Tele Isso eu acho é o ponto fundam ental.
samos sob forma de empréstimos para par, e os objetivos e mentalidade dos em Quanto à administração da Telepar, eu
outras empresas do Sistema Telebrás. pregados japoneses. tenho obrigação de achar que ela influi.
Nós fechamos o ano com um saldo de cai
xa bastante grande. A companhia podia
ter investido mais, mas não o fez devido
à limitação imposta pela Seplan.
TB — E em relação à qualidade do
serviço?
GG G — Em relação a este item temos a
satisfação de constar que houve melho
ra sobre todos os aspectos, com o por
exemplo a redução do índice de defeitos,
que melhorou em 4 anos de 8 reclama
ções por 100 telefones por mês para 4 e
até em alguns meses para 3,8 e 3,7. Ou
tra significativa melhoria foi o esforço
desenvolvido para credibilizar a conta
telefônica. A Telepar fez uma varredura
completa em todos os pontos onde ela po
deria atuar e atendemos as reclamações
cliente por cliente, não deixando uma
única queixa sem uma resposta convin
cente. Eu mesmo pessoalmente, aqui na
presidência, me dou ao trabalho de es
crever, inúmeras vezes, cartas pessoais
e manuscritas a cada cliente que recla
ma, para ele saber que nos interessamos
por este aspecto. A Telebrás, na nossa
apresentação anual, julgou que a quali
dade do serviço já atendeu a todos os in
dicadores preconizados pela h old in g e,
portanto, nos deu um índice de 10 do
cumprimento dos propósitos e na quali O Museu Paranaense faz parte do cenário arquitetônico da capital.
dade do serviço.
TB — Qual no seu entender os fatores
de sucesso da Telepar? O fato de ser uma Então, é lógico que os empregados re Se a adm inistração não influísse eu
empresa nova exerceu alguma influên presentam muito, porque eles estão in teria que me sentir muito triste, porque
cia ? tegrados; não são simplesmente uma todo esse progresso que a com panhia
GG G — O fato da gente ter começado do massa num érica que você conta em consegue eu deveria creditar a fatores
nada, em 1967, fez com que a companhia 4.563. Cada empregado é uma célula e externos e nem um pouquinho ao nosso
pudesse começar bem, sem ter que corri uma miniatura da companhia. Ele co trabalho. Mas, eu acho que há bastante
gir erros de décadas passadas. Pelo as nhece realmente todos os nossos propó do trabalho da diretoria. Somos 6 dire
pecto da empresa ser nova, não me pare sitos. Mesmo que ele esteja num gabi tores, 1 presidente e 5 diretores, todos
ce representativo da qualidade. Com re nete como secretária, ou se ele está na empregados da empresa e, por coinci
lação aos recursos humanos, sem dú rua como um instalador ou se ele é uma dência, começamos a nossa carreira, o
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vida eles pesam bastante, é a parte mais telefonista, os nossos empregados estão nosso prim eiro em prego foi aqui na
ponderável. Nós temos feito um esforço instruídos para enxergar nossa empre Telepar. Então a gente vive isso diaria
muito grande para obter de cada empre sa como um todo. Outro exemplo que mente, a gente conhece todas as pes
gado da companhia uma célula que co posso lhe dar é a questão de reclamações soas, temos condições de mobilizá-las,
nheça a empresa totalmente, que se in de contas. Nós fizem os um empenho de motivá-las, de sensibilizá-las, e eu
tegre totalmente aos nossos objetivos de muito sério para credibilizar as contas acredito que, com boa vontade e com es
econom ia, de produtividade, de bom telefônicas. Bem, chegamos a preparar se conhecimento, o nosso trabalho deve
atendimento ao público, de mentalidade um filme dentro da companhia expli trazer algum resultado.
de progresso, assim por diante. Apenas cando como são produzidas as contas
para você ter uma idéa, no ano de 82 nós telefônicas, numa linguagem simples, TB — Só para complementar: a contri
chegamos a apresentar para todos os que qualquer leigo entenda — não é ne buição da tecnologia é substancial?
nossos empregados, em grupos de 40 cessário ser engenheiro para entender o G G G — Eu não creio que a tecnologia se
aproximadamente, um filme produzido filme — e o passamos para todos os em equipare aos outros fatores. H ouve
nos EUA, mas referente à mentalidade pregados, onde o responsável pelo setor época em que tín h a m os te cn o lo g ia
japonesa de trabalho. Esse filme, aliás de reclamações de contas ficou depois da análoga e não estávamos nesse nível de
chama-se: "Se o Japão faz, por que nós apresentação respondendo a inúmeras qualidade. E claro que influi um pouco.
não fazemos?” . É um film e produzido perguntas dos empregados, para que E lógico que, à m edida que você vai
nos EUA para motivar a coletividade cada um saiba como é que são tratadas substituindo cabos antigos por novos,
americana a ter um comportamento de as reclamações, que técnica a empresa você vai pressurizando a rede, você vai^