Page 32 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1983

padrão de serviços alcançado se deve
mais a esse espírito de equipe voltado
par a comunidade do que a qualquer ou­
tro dos fatores.
TB — Há quanto tempo a Telesc existe?
DM — Há 13 anos. Em julho de 1969,
após a incorporação da Companhia
Telefônica Catarinense, decidiu-se que
o passo inicial seria o de um levanta­
mento geral das necessidades. O diag­
nóstico foi simples, precisava-se de
tudo: mais da metade dos 197 Municí­
pios do Estado não possuía qualquer
tipo de serviço telefônico. O vasto Oeste
do Estado, grande potencial agropecuá­
rio estava completamente isolado. O
mesmo acontecia com o vale do Itajaí,
forte centro industrial. Os serviços in­
terurbanos e internacionais agilizados
pela Embratel não se completavam,
aqui, por esbarrarem na incapacidade
técnico-operacional.
TB — E então?
DM — Estabelecemos prioridades para
tudo que deveria ser feito. Daí nasceu o
Plano de Emergência. Com ele, em pou­
co tempo, vimos o Oeste ligado ao litoral
e as prin cipais cidades do Estado
falando com a capital, implantou-se o
DDD e na capital surgiram os primeiros
telefones moedeiros. Ao final do Plano
de Emergência, em 1971, a capacidade
das centrais tinha sido ampliada em
50% e contávamos com 18.000 termi­
nais. Crescemos 80% em dois anos.
TB — E d e p o i s
Emergência?
DM — Podemos dizer que aí aconteceu o
clássico: "a arte ajudava os previden­
tes”. No mesmo tempo em que se im­
plantava o Plano de Emergência monta­
va-se um Plano Diretor especificando-se
nele metas, prioridades e equipamentos
com vistas a integração global do Es­
tado pelas telecomunicações. Ao cabo
desta mesma época, em 1973, o Governo
Federal dava prioridade ao Sistema Na­
cional de Telecomunicações e criava a
Telebrás, encontrando a Telesc apres­
tada para lançar um edital global de
concorrência que se surpreendia, por ser
ambicioso, os nossos fornecedores. Anali­
sado o Plano Diretor pela Telebrás, é au­
torizada a aquisição do necessário à sua
implementação.
TB — E esse Plano Diretor pôde ser
realizado?
DM — Sim, e plenamente. Ele previa
inicialmente a implantação de 44 mil
terminais. Hoje, instalados 145 mil ter­
minais, com mais de 200 mil telefones
em funcionamento. Temos instaladas Desse mesmo espírito de prestação de
217 centrais telefônicas, incluindo as serviços à comunidade a Telesc desen­
centrais rurais. volveu também o sistema de marcação
de consulta no inamps, por telefone, que
é, hoje, adotado por várias subsidiárias
TB — Mas hoje a situaçào não é mais a
do grupo.
mesma. Estamos em tempo de crise.
Qual a saída encontrada pela Telesc?
DM — E verdade, há uma crise. Para se TB — E daqui para frente o que está
enfrentar uma crise com a certeza de so­ previsto?
brevivência e até mesmo de progresso é DM — Para 1983 está prevista a ins­
preciso ter-se reservas. Uma delas a talação de outros 2 mil canais interur­
Telesc tem comprovada e abundante­ banos, que irá totalizar quase 8 mil
mente: é esse espírito de equipe, a cer­ deles. Além disso, vamos investir cerca
teza na unidade de propósitos que de 1 bilhão de cruzeiros na continuidade
anima todos os escalões. Com essa base, do Plano de Telefonia Rural.
treinada e disposta, podemos partir
para a manutenção preventiva e eficaz,
TB — Fale-nos um pouco mais da Tele­
melhoram continuadamente a perfor­
fonia Rural.
mance dos serviços que já se colocam
DM — Esse plano prevê instalação do
acima até mesmo dos indicadores dota­
serviço de telefonia em distritos, vilas e ,
dos pela Telebrás. E colocamos em fun­
povoados. O Plano de Telefonia Rural,
cionamento o DDC, Discagem Direta a
importantíssimo para Santa Catarina j
Cobrar, e o Despertador Automático,
ambos sistemas pioneiros, tanto a nível — Estado caracterizado pela distribui­
nacional quanto internacional. ção populacional em inúmeras cidades
de pequeno porte e pelo minifúndio agrí­
cola —, foi um dos primeiros da sua es- I
pécie a ser apresentados e aprovados I
pela Telebrás. Hoje, ele já atende 371 lo­
calidades, entre Distritos e Vilas, atra­
vés de 148 centrais rurais, 371 postos de I
serviço, e mais de 1.000 kms. de cabos I
estendidos. Com a implantação deste I
plano a Telesc mais uma vez harmoní- I
za-se com o Governo Federal que indica I
o setor agrícola como fator básico para o I
desenvolvimento sócio-econômico do I
país. I
d o P l a n o d e
TB — Há ainda outros planos ou pro-
gramações à vista? I
DM — Sim. Vamos implementar as me- 1
didas de popularização do telefone, dita- I
das pelo Minicom e pela Telebrás e va- I
mos continuar perseguindo a criativi-
dade como o desafio para enfrentar a cri- ]
se. Assim, como o Plano Diretor não in- I
cluía — nem mesmo cogitava — do Ser­
viço de Despertador Automático, nem o
de Discagem Direta a Cobrar, não nos
será surpresa se a dedicação e a capaci­
dade do pessoal da Telesc nos brindar,
Douglas de Macedo de Mesquita, presidente pioneiramente, com novos serviços. Já
da Telesc: "para se enfrentar a crise é que as medidas previstas para este ano |
preciso ter reservas e uma delas é o espírito
de equipe”. são as de popularização do telefone, du­
plicaremos as quantidades instaladas
de telefones públicos moedeiros, ati­
varemos o PAX comunitário, o telefone
compartilhado e a extensão seletiva. A
TB — Esses sistemas foram desenvolvi­ nossa meta continuará sendo debruçar­
dos pela Telesc? mo-nos sobre todos aqueles serviços que ]
DM — Sim, e, além de tudo, como resul­ possam prestar um atendimento ainda j
tado das pesquisas voluntárias de nos­ melhor aos nossos usuários e queremos,
sos técnicas. Veja você, é com essa re­ este ano, aumentar o quanto possível \
serva que se vencerá todas as crises. este universo. T