Page 43 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1982
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Uma maneira de obviar esse fenómeno é
MEIO COM fazer com que a relação entre os índices
BAIXO INDICE de refraçáo.do núcleo e da periferia seja
DE REFRAÇÃO gradual (segundo uma lei parabólica).
VELOCIDADE Isto faz com que os raios axiais vejam,
ALTA em média, um vidro mais denso, redu
I zindo sua velocidade que passa a se
aproximar dos raios de trajeto mais
longo. Esse tipo de fibra denomina-se de
í n d i c e g r a d u a l em contraposição com a
fibra de í n d i c e e m d e g r a u , na qual os ín
ruLarzm * ~ dices de refração do núcelo e de periferia
variam bruscamente. Outra maneira de
ampliar a faixa passante (ou reduzir a
dispersão) é produzir uma fibra de núcleo
bem fino que, de acordo com a mecânica
MEIO COM quântica, passa a concentar num modo
ALTO ÍNDICE único toda a energia óptica. Esta fibra
DE REFRAÇÃO denominada m o n o m o d o apresenta bai
VELOCIDADE xa dispersão modal. No-entanto, é de di
BAIXA fícil fabricação e é mais reduzida a quan
tidade de energia óptica que pode ser in
Fig. 1 — O raio luminoso tende a se inclinar para voltar ao meio de onde provêm. jetada na fibra.
MODO Outros efeitos secundários influenciam
REFLETIDO a dispersão total de um impulso de sinal,
sendo o mais importante as variações de
velocidade de propagação no material
óptico para diferentes frequências. Este
fenômeno é denominado de dispersão
material e aumenta quando se utilizam
fontes de largura espectral não desprezí
Fig. 2 — O m o d o a x ia l chega antes d o qu e o m o d o re fle tid o , p o rq u e p e rco rre u m m e n o r percurso vel, como é o caso do diodo emissor de
luz.
A abertura numérica é a medida de capa
cidade de coletar luz da fibra e é função
da diferença entre os índices de refração
do núcleo e do invólucro. À medida que
cresce a abertura, mais luz é acoplada na
fibra, porém a atenuação devido à dis
persão cresce e a partir de certo ponto
multiplicam-se os modos de ordem mais
alta, com o que se diminui sensivel
mente a faixa passante.
O Brasil está empenhado no desenvolvi
mento de comunicações ópticas, através
do CPqD da Telebrás, em Campinas. A
"ig. 3 — A dispersão da fibra espalha a energia do sinal original, impedindo seu reconhecimento
respeito, recomenda-se a leitura do ar
tigo de elevado cunho técnico, publi
A atenuação mede a perda de sinal por pagação num fenômeno semelhante ao cado na Revista da Telebrás, ANO V, n.“
unidade de comprimento do meio de que sucede nos guias de onda. Cada 1, de março de 1981, sob o título C o m u
transmissão e é expressa em dB/km. As modo é associado a um determinado ân n i c a ç õ e s Ó p t i c a s : p e s q u i s a e d e s e n v o l v i
perdas resultam da absorção energética gulo de incidência e que determina o tra m e n t o n o B r a s i l . ( J C F )
da estrutura atômica do vidro (silício ou jeto da energia óptica na fibra. Os modos
quartzo fundido), impurezas (ions me paralelos ao eixo percorrem, obvia
tálico s e água sob form a de ion mente, um caminho menor do que
hidroxila), espalhamento (não homoge aqueles que sofrem reflexões sucessivas
neidades microscópicas) e perdas por nas paredes da fibra e um impulso de si
imperfeições estruturais e geométricas. nal sofrerá um alargamento, pois parte
de sua energia chegará antes do resto. A LER A TELEBRASIL
dispersão alta limita a velocidade do É MANTER-SE
A dispersão modal mede o espalha trem de impulsos ópticos que pode tran
mento do pulso óptico ao percorrer a fi sitar por uma fibra, devido a que o detec ATUALIZADO.
bra e é expresso em nano-segundos/km tor ao receber sinais dispersos, passa a
A luz percorre a fibra em reflexões suces não mais distinguir entre impulsos ad
sivas e segundo diversos modos de prc> jacentes e a informação se perde.