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Cooperação internacional
A Indústria nos Diferentes Países
O quadro em que se processa uma cooperação internacional
Países Países em Países em
i n d u s t r i a l i z a d o s desenvolvimento desenvolvimento não se restringe às em presas envolvidas, mas também aos
com experiência com pequena seus governos, em observância a leis, tratados, regulamentos,
industrial experiência
I industrial códigos, práticas, medidas administrativas, bem como de in
I
s - teresses políticos.
Grande mercado interno ou Pequeno mercado
de exportação interno Esforço humano
I Custo do produto O propósito básico de uma associação de negócios entre uma
Transferência do
know-how empresa industrial nacional e estrangeira é fabricar produtos
Human ware destinados ao mercado e fazê-los numa base permanente, sem
Soft ware
Hardware o qual uma indústria não pode sobreviver. Esta continuidade
requer o lucro para reinvestir e remunerar os acionistas da em
presa. Assim, o sócio estrangeiro quer ser pago por aquilo que
Considerações bãsicas ele contribuiu: bens, know-how e finanças. Se couber a ele a
Potencial de mercado
Experiência responsabilidade do produto, logicamente vai requerer o con
Treinamento
Suprimento trole técnico, especialmente se o produto for vendido com a
Infraestrutura
Estabilidade sua marca. O sócio nacional pode, da mesma maneira, ter in
teresses similares. Ele também demanda um bom preço pela
Grande escala industrial Pequena escala industrial sua contribuição.
Know-how existente Know-how adaptado
Podem ter influência na natureza da cooperação, empresas
Fig.2
concorrentes e outras instituições como sindicatos, federações
de empregados, organizações internacionais, etc.
cessos sofisticados podem ser aplicados economicamente e há
disponibilidade de especialistas para resolver problemas e de
Porém, as condições básicas necessárias para uma indústria se
senvolver novas técnicas.
estabelecer e funcionar são a existência de um mercado poten
cial*, estabilidade, pessoal treinado, fontes de suprimento, in
— Países em desenvolvimento com ponderável mercado in fra-estrutura, etc.
terno e acesso a mercados de exportação, uma emergente ex
periência industrial e uma rede razoável de indústrias de su A figura 3 mostra, de maneira sintética, os interesses envolvi
primento básico. Em gerai, estes países frequentemente se dos numa cooperação industrial internacional.
caracterizam pela falta de especialistas, falta de divisas estran
geiras, pouca estabilidade e tradição industrial e tem procedi
mentos burocráticos complicados.
Cooperação Industrial Entre Nações
— Países em desenvolvimento com pequeno mercado e pe
quena experiência industrial. As facilidades para produção
têm que ser escaladas para pequenas séries. O maquinário e GOVERNO GOVERNO
procedimentos de produção tem que ser simplificados para
compensar a falta de treinamento e habilidade.
INTERESSES: INTERESSES:
O gráfico da figura 2, permite o confronto de cada caso citado. • Exportação Desenvolvimento
• Emprego CONTORNO industrial
• Impostos Emprego
• Cooperação Leis Relações «nterna
Transferência de tecnologia • Investimentos Rogulamontos ctojiais
Tratados
Codigos • Impostos
« Treinamentos
A forma da estrutura de transferência de tecnologia tem uma
faixa de variação que vai do licenciamento (com ou sem k n o w -
h o w ) ao investimçnto estrangeiro ou aquisição de companhia,
passando por projetos t u r n k e y , j o i n - v e n t u r e s e simples venda SOCIO SOCIO
ESTRANGEIRO NACIONAL
de informações técnicas.
A escolha depende de muitos fatores, mas especialmente da
INTERESSES
experiência técnica e de negócios do comprador de tecnologia. INTERESSES:
• Mercadoras
• Capital
• Pagamento pelas
• Know-How
Nos países de menor conhecimento tecnológico deve-se com mercadorias • Rentabilität
• Dividendos • Continuidade
parar a rapidez da instalação e operação de projetos t u r n k e y , • Remessas de lucros • Controle
• Rentabilidade
com a perda de liberdade na escolha dos supridores dos equi • Continuidade
• Controle
pamentos para a área industrial e, mais do que isso, a perda da • Repatriação
oportunidade de aprender durante a construção e os prepara CONDIÇOES BASICAS
tivos técnicos e gerenciais operacionais da unidade fabril. Mercado potencial Mercado de trabalho
Estabilidade Infra-estrutura
Importação Suprimento
Câmbio Treinamento
Numa situação de rápida evolução tecnológica e alta competi
ção, uma j o i n t - v e n t u r e para dividir riscos e obtenção de recur
sos tecnológicos tem seus atrativos, mas pode acarretar perda
da liberdade de decisão.
Telebrasil, Janeiro Fevereiro 82