Page 52 - Telebrasil - Março/Abril 1981
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A E R A D I G I T A L E
S U A S M A Q U I N A S
M A R A V I L H O S A S
“ Na explosão da complexidade e na implosão das di
mensões está contido todo o futuro das telecomunica
çoes 9 9
Arthur C. Clarke
1) Finalidade Muito estudo e muito critério serão necessários nestas definições e é impor
O mundo está, cada vez mais, tomando-se digital e uma de suas conseqüên- tante é que estejamos preparados para tal.
cias foi a telemática, fusão das telecomunicações com a informática. Apenas para se ter uma idéia, vejamos, a seguir, alguns dos itens que ainda
Tudo de espetacular sobre este assunto, creio, já foi dito. mas um aspecto esperam por uma definição:
importante me parece estar sendo relegado a um segundo plano: c neces a) Sabemos que um dos problemas que elevam o custo de uma central é a
sário que nos preparemos para ele. utilização de uma linha telefônica dedicada a cada assinante, cuja utiliza
ção, naHMM, fica entre 9 e 2 1
Este artigo tem, justamente, esta finalidade. Mostrar diversas facetas das
As centrais digitais facilitam, em muito, o uso de concentradores, eesta po
centrais temporais de comutação e as maneiras como devemos encará-las.
deria parecer a solução correta. Entretanto, inúmeras facilidades começam
Como veremos, será necessário muito trabalho e c preciso que o comece
a ser oferecidas aos assinantes usando a linha telefônica, dentre as quais po
mos o mais breve possível.
demos citar o videotexto e o fac-símile.
Lembro, ainda, que este artigo não pretende abranger todos os problemas,
b) A melhor estratégia para implantação de um sistema digital, em uma rede
que são inúmeros, mas, pela sua amostragem, dar uma ideia de sua di
existente, ainda está para ser definida: overlay, substituição simples, for
mensão.
mação de ilhas de centrais são algumas das soluções ainda em aberto.
2) O sistema digital e o centro de simulação e) A rede de comutação, em uma central, será especializada ou comutara
igualmente voz, dados etc?
Quando estamos tratando de um sistema de comutação temporal, alguns
pontos são básicos: d) O tipo de sincronismo a ser utilizado em uma rede digital é da máxima
importância e sua normalização e imperativa antes da introdução de qual
a) É necessário, primeiro, definir as tendências da entrega da informação,
quer central digital no país.
para depois definir o sistema.
Na Síria, por exemplo, já surgiram problemas com respeito a este fato.
b) O custo de aquisição de equipamento deve ser feito corn base no custo
total da linha c não no custo de comutação por linha. e) A utilização de redes digitais separadas para grandes usuários (escritório
do futuro), transmitindo, via satélite, simultaneamente voz. telex, fac-
c) Em um sistema digital não se compra uma central telefônica, mas uma
símile, dados etc. já esta sendo prevista nos países desenvolvidos.
rede telefônica.
Qual será a sua influência na arquitetura das redes digitais que não a
d) Numa rede digital complexa o planejamento da rede torna-se mais im
previrem?
portante c mais difícil.
0 A fibra ótica tem um poder de transmissão enorme: 1(X) mil chamadas
c) O planejamento por computador é inevitável e da máxima importância, telefônicas simultâneas, televisão por cabo. telex, fac-símile, dados etc. A
levando cm conta a rede disponível, aconfiabilidade, ocusto de operaçãoe cidade de Higashi-lkoma, no Japão, já é um exemplo experimental desta
manutenção, a evolução da rede etc. realidade.
i , .
Resumindo, o planejamento de uma rede telefônica digital é de capital im Certamente os centros de simulação deverão prever, nas centrais digitais
portância c a variação dos custos será enorme, conforme as decisões to emporais inicial mente instaladas, a possibilidade de adaptar-se a este tipo
madas. de rede, e o impacto na arquitetura da própria central de comutação é algo a
Centros de simulação e planejamento complexos são necessários e as com ser analisado.
panhias multinacionais já os possuem, normalmente cm número de um, e g) Com a facilidade das fibras óticas, uma das tendências da rede telefônica
não intencionam transferir o seu know-how nesta área. seria a formação de centrais locais com saídas únicas e com grande número
Fica para nós decidirmos se entregaremos o planejamento de nossas redes de troncos para uma central trânsito com grande quantidade de rotas de
telefônicas aos fornecedores de equipamento ou se, desde já, nos prepara saídas.
Poderão os tipos atuais de centrais digitais adaptarem-se a esta tendência
mos para uma possível transferência de know-how, que poderia ser incluída
juntamente com a estrutura da rede já instalada?.
nos contratos destas centrais, c criaremos nosso próprio centro de si
Esta lista poderia prosseguir, mas cremos já ter dado uma idéia bastante boa
mulação.
ao leitor e aguçado sua criatividade c esforço de trabalho para a solução bra
()utro aspecto que não podemos perder de vista é que, em um sistema digi
sileira destes problemas.
tal, mais ainda, c necessário que uma determinada área seja ocupada por um
4) As novas facilidades de um sistema de comutação
único fornecedor de equipamentos.
digital
Embora possa parecer estranho, este item é dedicado às facilidades das fa
3) As tendências da rede de comutação digital cilidades.
A Era Digital acaba de nascere.com ela, inúmeras dúvidas, cujas respostas, Na verdade, também as centrais de comutação temporal foram atingidas
%
certas ou erradas, serão amplificadas pelo próprio caráter e enormidade pelo mesmo problema das máquinas de calcular c dos aparelhos de som: ex
desta revolução. cesso de poder de facilidades.