Page 43 - Telebrasil - Março/Abril 1981

uma quantificação aproximada dos pulsos de­ obter débitos mais uniformes por qualquer dos Submetidos os dados ao processamento,

bitados sem recorrer a cálculos de probabili­ três métodos, a portaria 155 fixou períodos R obteremos:

dade. As características dos métodos de tarifa- distintos para cada um dos métodos. Assim,
a) Método Karlson Acrescido, R = 240 s
ção acham-se descritas em artigo anterior na quem eleger o Karlson Acrescido deverá usar

Quantidade de pulsos debitados = 400 pulsos
revista Telebrasil (1). Deixamos de repeti-las R = 240 segundos (item 1.3.1 da portaria
Média de pulsos por ligação =

aqui por razões de espaço e simplicidade. 155); quem escolher o Karlson Modificado
400/300 = 1,33

deverá utilizar R = 120 segundos (item 1.3.2)
m m
E nosso propósito que este trabalho sirva de b) Método Karlson Modificado, R = 120 s
e, finalmente, quem desejar continuar com o
subsídio às empresas operadoras para estudos Quantidade de pulsos debitados = 379 pulsos

Karlson Puro deverá alimentar os pulsos com
mais detalhados com dados específicos de Média de pulsos por ligação =

R = 90segundos (item 1.3.3).
suas redes para avaliação das repercussões nas 379/300 = 1,26

contas mensais dos assinantes, para se pre­
c) Método Karlson Furo, R = 90 s

pararem para as indagações que ocorrerão
Consequências para os assinantes Quantidade de pulsos debitados = 338 pulsos

quando a multimedição for estendida aos mai­
Média de pulsos por ligação =

ores centros, e para elaboração de previsões da Todos os três métodos preconizados pela por­ 338/300= 1,12

receita das ligações locais.
taria 155 são realizados na prática pela geração

A multimedição em vigor anteriormente à
de pulsos de tarifação em um dispositivo cen­
O critério da multimedição pode ser executado portaria 155 especificava R = 180 s, porém

tral controlado a relógio. A ocorrência destes
na prática, segundo métodos que conduzem a não fixava o método.

pulsos de período R e o instante do atendi­
resultados diferentes. Todos, porém, baseia­ Tomando Tcm = 130 s e 300 ligações por

mento da chamada são eventos independen­
m-se na emissão de um trem de pulsos de início mês, teríamos para R = 180 s os seguintes

tes. A duração da conversação (Tc = tempo de
aleatório para manter o equipamento o mais valores de pulsos debitados:

conversação) varia também de ligação para li­
simples (e econômico) possível. Os três méto­

gação. Karlson Acrescido: 452 pulsos
dos de multimedição mais conhecidos no Bra­

sil são (1): A análise do processo de multimedição por Karlson Modificado: 333 pulsos

Karlson Puro: 170 pulsos
qualquer dos três métodos deve ser realizada

— Método Karlson Puro
para uma grande quantidade dc ligações origi­ Para estabelecer um padrão de referência para
— Método Karlson Modificado

nadas pelos assinantes. Obtém-se deste modo julgar o erro de cada um destes métodos, deve­
— Método Karlson Acrescido
soluções com valores médios e podemos obter mos idealizar um método exato de multimedi­

o provável valor dos débitos de pulsos. ção (irrealizável na prática), em que cada perí­
Cada um deles representa um compromisso

entre seu custo de implementação e margem

de erro na tarifação.

A TARIFAÇÃO LOCAL

NO BRASIL

Critérios e métodos antes de julho de 1980

Até aquela data não havia uniformidade. Exis­

tiam redes com tarifa sem medição, medição

simples c multimedição. Neste último caso,

não havia recomendação sobre qual método

seria padronizado para o Brasil. As portarias

anteriores se referiam a um período de padrão

de tarifação de três minutos (18()s) para aque­

las redes autorizadas para a multimedição.

A grande maioria das redes locais estava (e Figura 1 — Instante do atendimento e os pulsos

está) preparada para o método Karlson Puro

(menor custo de equipamento). Algumas apli­ Quando o assinante faz muitas ligações ao odo de 180 segundos de conversação resulte

cavam o Karlson Modificado (o de maior custo longo do mês, terá em cada uma delas um in­ em débito de um pulso, sem arredondamentos

nos equipamentos) e outras estavam tarifando tervalo de tempo X( figura 1), de duração alea­ e aproximações. As 300 ligações completadas

pelo Karlson Acrescido (custo intermediário). tória, porém compreendido entre O e R. Esta totalizam 32.850 segundos no mês, o que re­

A margem de erro bem diferente entre os três variável aleatória associada ao tempo de con­ presenta 32.850/180= 183 pulsos.

métodos tem por consequência grande dispari­ versação, também variável segundo uma lei

Podemos ter agora idéia da magnitude do er­
dade nos valores das contas. exponencial, não permite cálculo simples da
ro de cada método. Notar que o erro varia

quantidade de pulsos debitada.
bastante com o método e é função da relação

A PORTARIA Para executar estes cálculos pode-se simular o Tcm/R

método de tarifação por meio de programas de Comparando a quantidade de pulsos a ser de­
MINISTERIAL N.“ 155 bitada em cada uma das alternativas com a
computador, introduzindo o valor X aleatório,

Em 3 de julho de 1980 foi editada a portaria quantidade calculada pelo método exato, po­
a variável Tc e a quantidade de chamadas que

155 do M i nistério das Comunicações. Esta de- um assinante completará no período. demos ver que a portaria, ao selecionar di­

finiu a capacidade mínima da rede em I O.(XX) ferentes R, procurou uniformizara margem do

Para um exercício destinado a demonstrar a
terminais em serviço para a aplicação da multi- erro, porém o erro continua a ser muito alto.

quantidade de pulsos que cada um dos méto­
medição local.

dos debitará a um assinante, vamos assumir no
FATORES ATENUANTES
Dentro desta condição mínima, a portaria au­ nosso exemplo um Tcm (tempo médio de

torizou as concessionárias a optarem por um conversação) de 130 segundos e 300 ligações Devemos considerar no corpo da portaria 155

dos três métodos de multimedição. Para tentar completadas por mês. alguns fatores atenuantes: ?