Page 39 - Telebrasil - Março/Abril 1981
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Informações divulgadas pclaComissãoNacional do Álcool — CEN AL es
clarecem que, até janeiro de 1981, a capacidade acrescida da produção de
álcool já somava 7 bilhões 37 milhões de litros, assim distribuída;
Destilarias anexas a usinas de açúcar 42,4%
Destilarias autônomas 57,6</<
Total 100.0%
O efetivo rompimento do laço histórico sobrevirá como decorrência na
tural da evolução da tecnologia, visando ao aproveitamento do potencial
energético da biomassa disponível cm nosso país.
O ÁLCOOL NA SUBSTITUIÇÃO IK) PETRÓLEO
A substituição do petróleo pelo álcool no setor de transporte e na indústria
petroquímica constitui, hoje, processo irreversível.
Com as motivações c os incentivos do Proálcool e, também, com os
periódicos aviltamentos do preço do açúcar no mercado externo, os volu
mes de álcool para a substituição de derivados de petróleo passaram a ser
crescentes, a partir de 1976.
Em 1980, tomaram-se disponíveis 2 bilhões 831 milhões de litros para os
seguintes fins:
Adição à gasolina: 2 bilhões 259 milhões de litros (79,8%);
Uso direto cm automóveis: 429 milhões de litros (15,1 %);
• Matéria-prima da indústria química: 143 milhões de litros (5,1 %>.
A adição dos elevados volumes de álcool à gasolina exigiu a instalação de
43 centrosdc mistura, em 19 unidades federadas.
Paraoabastccimcntodeautomóveiscom motor de fábrica ou adaptado para
o uso exclusivo de álcool, foram instaladas 5.004 bombas, cm 1.143 muni
cípios de 20 unidades federadas.
Oportuno será realçar que a instalação dos centros dc mistura c das bombas
dc álcool independe de quaisquer financiamentos do Proálcool ou de or
ganismos governamentais dc crédito.
“ a) haverá produção de álcool anidro destinado à mistura carburante so
A decisão do Conselho Nacional do Petróleo de incorporar o álcool ao sis
mente se não houver possibilidade de colocação, no mercado, do açúcar
tema dc distribuição, transporte e revenda dc derivados de petróleo tomou
equivalente. Essa produção será realizada prioritariamente em destilarias
dispensável uma série dc investimentos nesse setor.
anexas às usinas de açúcar, tendo em vista as vantagens sócio-econômicas
destas destilarias em relação às autônomas. ’ ’ No transporte de álcool são utilizadas as mesmas frotas de caminhões e va-
gões-tanque, navios e oleodutos que já operavam com gasolinas automo
Na época, quando o açúcar alcançara, no mercado internacional, a inusi tivas.
tada cotação de 1.500 dólares por tonelada, justificava-se a prioridade con
ferida à produção de açúcar, ficando a do álcool para fins automotivos em A frota de automóveis commotores de fábrica ou adaptados para o uso ex
sua posição secundária, histórica, de simples resíduo das safras excedentes clusivo de álcool somou, em 31 de dezembro de 1980, 292 mil 676 uni
dades.
da indústria açucareira.
O consumo médio, por veículo, foi de 493 litros/mês, bastante superior ao.
A evolução sem precedentes da crise do petróleo, entretanto, já ditava no
consumo padrão de 3001itros/mês.
vos estudos e novos procedimentos, visando superar a dependência do país
em relação a fontes externas de energia. A magnitude do indicador obtido deve ser encarada com reservas, pois, tra
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tando-se do primeiro ano de tráfego dos veículos a álcool, há que se pon*
O Proálcool, institucionalizado pelo decreto n.° 76.593, de 14 de novembro
derar os estoques do combustível nos tanques dos postos revendedores e o
de 1975, veio incorporará legislação açucareira novos conceitos, entre eles
abastecimento de veículos clandestinamente adaptados para uso do pro
. os seguintes:
duto, além de outros usos não previstos.
• Produção de álcool para atender aos mercados internos e externo e àpolí
O importante é verificar que a frota de veículos e o regular consumo de ál
tica de combustíveis automotivos;
cool hidratado demonstram, sobejamente, a irreversibilidade do Proálcool.
• Expansão da oferta de outras matérias-primas, além da cana-de-açúcar,
para a produção de álcool combustível; Para 1985, são previstos os seguintes volumes de álcool:
• Ampliação das destilarias existentes e instalação de novas unidades pro- • 6 bilhões 100 milhões de litros de álcool hidratado para o abastecimento
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dutoras, anexas a urinas ou autônomas. de carros a álcool, de linha ou adaptados;
• 3 bilhões 100 milhões de litros de álcool anidro para adição à gasolina; e
Os novos conceitos tomaram possível a implantação, no país, de uma in
dústria de álcool para fins automotivos já parcialmente desvinculada da in • 1 bilhão 500 milhões de litros de álcool anidro ou hidratado para a indús
dústria do açúcar. tria química. ?