Page 66 - Telebrasil - Julho/Agosto 1981

outros produtos sofisticados vèm da Signetics (Silicon Valley), A Comunidade Européia está demorando a criar padrões pró­

que adquiriu em 1975. Com isto, parece estar perdendo terreno prios para seus componentes, devido à grande quantidade de

no mercado europeu, nos setores de memórias, microprocessa­ projetos nacionais distintos; quando conseguir esse intento, os

dores etc. americanos estarão já tão avançados, que, novamente, ver-se-ão

os europeus obrigados a adotar seus padrões.

A esperança atual européia reside na Siemens, que espera fa­

turar US$ 450 milhões, este ano, em semicondutores. A compa­ Pouco se investe na pesquisa de ponta, fator necessário para su­

nhia é poderosa em aplicações no campo de engenharia de siste­ plantar a tecnologia americana.

mas e possui a mais avançada tecnologia MOS na Europa. Ad­

quiriu ações (interesses) em cinco companhias americanas, in­ Os fabricantes americanos investirão US$ 1,3 bilhão somente

clusive 20% das ações da Advanced Micro Devices, com o obje­ nas instalações, este ano, pretendendo aumentar este nível de

tivo de manter-se atualizada no mercado, encontrar saídas para 20% ao ano, o que faz os US$ 2 bilhões de dólares colocados

sua tecnologia e complementar sua linha de produtos. É a única pelos europeus parecerem pouco significativos.

companhia produtora de memórias de 16 kbit, pretendendo,

este ano, produzir 3 milhões e, em 1981, espera estar produ­ Stewart Carrell, vice-presidente financeiro da Texas Instru­

zindo comercialmente memórias de 64 kbit. ments Inc., observa que a Intel, Mostek e outros inovadores ti­

veram suas oportunidades no mercado quando a mudança de

Diferente da maioria das companhias européias, a Siemens tecnologia para MOS surpreendeu os produtores tradicionais e

aprendeu a evitar as armadilhas da integração vertical. " E um diz que, não prevê outra descorítinuidade tecnológica nos próxi­

erro deixar um grupo interno dominar sua produção de mos dez anos. TÜf

componentes", diz Helmut Schwab, vice-presidente para o gru­

po de componentes nos Estados Unidos. Bibliografia

rLín Circuits Integres ¦ Fortune - lulbo 1980

Imagina a empresa poder oferecer aos seus clientes não só o sim­

ples fornecimento de componentes semicondutores projetados

para suas próprias necessidades, e sim, a exemplo da Intel e ou­

tros, preparar-se para expandir seus mercados de software e mi-

croeletrônica adicional, transformando-os em sistemas comple­

tos para atender aos seus clientes.

losé Carlos Torres de Aragáo

Conclusão Fngenheiro de Telecomunicações,

formado pelo 1ME (1904), senindo na

Subchefia de Assuntos Tecnológicos do
A Europa falhou no desenvolvimento de uma estrutura de su­
Estado Maior das Forças Armadas —
porte aos fabricantes de chips que pudesse suprir os materiais e EMFA, atualmente é Assessor Especial

equipamentos necessários. do Geicom.

O poder e a negociação tigo "Treinamento para o Futuro", pu­ gurança, sociais, de estima e de au­

blicado na Rev. Adm. Emp. da FGV, to-realização.

Diz a Dra. Edela Pereira de Souza, da abril/junho 79, que cita extensa biblio­ Resta saber que classificação Maslow

UFRS, que o poder pode ser caracteri­ grafia. Dos 43 títulos mencionados, daria à cervejada das sextas-feiras.

zado de duas maneiras: apenas 10% são de autores brasileiros.

a) pela capacidade de influenciar;

b) pela liberdade de escolher. Desenvolvimento Faltam professores

Empresarial
Como o administrador, ao exercer sua E interessante a observação do cientista

atividade, depende das atividades de As empresas fazem tudo que podem Pickar, conforme publicado em O Es­

outros, é necessário que tenha um bom para melhorar o ambiente e reduzir a tado d e São Paulo, em relação aos re­

conhecimento, ainda que intuitivo, da extrema mobilidade de seus emprega­ cursos humanos necessários ao desen­

dinâmica dos processos do poder e da dos. Além da remuneração, são criados volvimento da microeletrônica.

negociação aplicáveis ao seu trabalho. programas de relações internas para

Uma constatação recente é a de que os aumentar o "grau de satisfação" dos Pickar acha que um dos fatores que li­

líderes de maior sucesso não se orien­ funcionários, sorteando férias no Ha­ mitam a pesquisa, não apenas nos Esta­

tam tanto para a realização como se su­ vaí ou em Tahiti, dando cursos de golfe dos Unidos, mas em todo o mundo, é a
falta de mais cientistas de alta qualifica­
punha, mas sim que são interessados ou tênis, tratamentos grátis de orto-

realmente pelo poder, como acima de­ dontia, cervejadas de sexta-feira à tarde ção: "As universidades não dão conta
do recado. O número de pesquisadores
finido. Neste contexto, a preocupação e outros estímulos e incentivos.
que formam é pequeno. Aqui, temos
que deve orientar o gerente em relação Isto não se refere ao Brasil, mas sim às ue considerar os centros de excelência

ao poder é ter a capacidade de torná-lo indústrias do Valo do Silício, na Cali­ â o padrão das universidades de Ber-

social, de modo que a instituição como fórnia, conforme reportado por E. Si­ keley, Stanford, Cornell e poucas mais.

um todo se beneficie e não apenas o queira, em O Estado d e S. Paulo. Mas o problema é da própria universi­

próprio indivíduo. Os líderes que as­ Um clima de extrema competição faz dade, pois há professores que deixam

sim encaram o poder tendem a criar um
com que as empresas procurem satisfa­ seu salário de 18.900 dólares por ano (o

moral elevado e expandir as organiza­ zer às necessidades básicas de seus em­ que é realmente baixo), pelos 34 mil

ções que chefiam.
pregados, que, segundo Maslow, são que podem ganhar aqui no Vale do Silí-

Este e outros temas são citados no ar- em grau ascendente: físicas, de se-