Page 70 - Telebrasil - Julho/Agosto 1981
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Processamento de Chamadas Segurança
A função básica e essencial de uma central telefônica é o proces A permanente disponibilidade funcional de um sistema é res
samento de chamadas, o qual é responsável pela conexão e ponsável pela confiança nele depositada pelo usuário, o que,
desconexão de circuitos e vias entre os assinantes. por sua vez, intensifica o sucesso deste sistema em termos de
mercado.
Este processamento é, em nosso exemplo, realizado pelos
programas da Lógica d e Comutação. Esta meta é atingida não só por modernos critérios de constru
ção e fabricação de hardw are, mas também por uma compacta
As informações de mudanças no estado físico da periferia malha de programas de supervisão e testes.
(estímulos) chegam à Lógica de Comutação através de mensa
gens das lógicas de periferia e de linhas, que isenta este No aspecto hardw are, as medidas para tal são:
"complexo de tarefas" de interpretações e traduções.
• estrutura e técnica de comutação comprovadas;
• utilização de componentes modernos e de alta qualidade;
O t e m p o d e d e s e n v o l v i m e n t o d e software é • imunidade a influências eletromagnéticas externas e do
meio ambiente;
h o j e c o m p a r á v e l o u m e s m o s u p e r i o r a o d o • fabricação e testes automáticos.
hardware.
No campo do softw are, este objetivo é atingido através da es
trutura adotada, da geração automatizada de dados e da mo
Ao chegar uma mensagem do tipo "assinante retirou o mono- dularidade do software.
fone do g an ch o ", "assin an te seleciona um núm ero",
"assinante desligou" etc, é feita, através da análise da mensa Os programas voltados a estas tarefas compõem a Lógica de
gem recebida e do estado atual, a escolha do programa ade Segurança, cujas funções são:
quado da lógica de comutação que executa a transição entre • supervisão do comando através de rotinas de testes;
estados desejada. • supervisão da periferia do sistema através do controle dos
processos de comutação;
No fim do processamento da transição, a lógica de comutação • supervisão do sincronismo do sistema;
registra o novo estado e, em sendo o caso, envia "mensagens" • reconhecimento de falhas;
às lógicas de periferia e/ou linhas, do tipo "conectar tons", • distinção entre falhas esporádicas e sistemáticas;
"desconectar alimentação" etc. • localização exata de avarias;
• bloqueio das partes avariadas;
A lógica de comutação é também responsável pela execução • alarme e sinalização de falhas.
dos diversos tipos de tráfego telefônico (tráfego interno, trân
sito de mesa etc) e também pela realização de toda a gama de
serviços e facilidades do sistema (conferência, rechamada au
tomática, foUow-me etc).
O software é f o r m a d o n ã o s ó p o r p r o g r a m a s ,
Interação Homem-Máquina m a s t a m b é m p o r d a d o s a e l e s a s s o c i a d o s .
A despeito de sua crescente complexidade técnica, o sistema
deve proporcionar sempre processos simplificados de manu
tenção e administração, como, por exemplo:
Modularidade
• rápida verificação e/ou alteração dos dados dos assinantes;
• testes dirigidos, para as áreas de periferia e do comando; Nas primeiras centrais telefônicas CPA, o softw are era subdi
• rápida colocação dos componentes do sistema em funciona vidido em centenas de programas individuais; entretanto, o
mento, seja após a montagem, seja após o eventual reparo encadeamento destes programas era bastante complexo.
de um destes componentes;
• verificações de tráfego. O softw are dos sistemas modernos utiliza a construção mo
dular para facilitar a identificação e minimizar os encadeamen
Esta interação homem-máquiria é obtida através de equipa tos entre programas.
mentos de programação e testes especiais que não são forneci
dos com o sistema, e, sim, conectados a ele sempre que se fizer Isto permite uma fácil isolação dos programas durante a subs
necessário. tituição ou adição de um novo módulo de software.
Ainda no sistema tomado como exemplo, o EMS, além dos Embora o conceito de "módulo" seja intuitivo para o hard
equipamentos acima citado existe, de forma residente, na cen ware, certamente não a é para o software.
tral, um painel de serviço que possibilita a desejada interação
através de uma linguagem bastante simples e de fácil compre Como entendê-lo? Vimos nos itens anteriores a formação de
ensão. grupos de programas de acordo com suas funções.
Através deste painel de serviço é possível, por exemplo, verifi Poderíamos, da mesma forma, agrupar aqueles mesmos pro
car quais os serviços e facilidades atribuídos a cada ramal, bem gramas de acordo com outro critério: que órgão é influenciado
como alterá-los, ativá-los e cancelá-los. por um determinado programa?
Os programas responsáveis por tais tarefas estão reunidos na Através deste novo critério, formaríamos, então, grupos de
Lógica d e Serviçç: programas chamados "áreas de programas"