Page 48 - Telebrasil - Julho/Agosto 1981
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campo (normalmente coincidente com a linha de visada), tal Por reciprocidade, a mesma conclusão é válida no caso de re
que, para valores maiores que B, a intensidade de campo tor- cepção pela antena B.
na-se suficientemente baixa, acarretando assim efeito inter
ferente desprezível no caso de reflexão. Substituindo-se então (9) em (10), e considerando-se também
o caso da figura 3b (tendo-se então que 0 ^ arc tg Ah/d), vem
Desta forma, apenas a área dada pelo triângulo ABC da figura
4 (limitada pela linha de visada e pelos ângulos de influência (arc tg -^ L ) - - !§ - « 6 « arc tg -iÍL (11)
t|jA e v|>b, respectivamente das antenas A e B) torna-se de in d 2 d
teresse na análise do problema de reflexão.
Objetiva-se assim, neste item, o estabelecimento da faixa dos Tem-se, assim, que as inclinações de perfil que, em princípio,
ângulos O que, dentro da área de interesse, poderiam, em podem propiciar condições de reflexão dentro da área B*
princípio, propiciar condições de reflexão. Em outras pala (quadrilátero ODCB) estarão obrigatoriamente dentro da faixa
vras, visa-se estabelecer a faixa de ângulos de inclinação das dada por (11).
superfícies refletoras, tal que, para qualquer valor fora desta
faixa, possa-se garantir a ausência de problemas de reflexão. Analogamente, no caso da figura 3c e 3b obtém-se, no domí
Resulta ainda desta análise que a faixa obtida, associada a toda nio A* (triângulo AOD da figura 4),
área de interesse, é bastante estreita, podendo-se então con
cluir que qualquer ponto do perfil do enlace, dentro da área de
interesse, é equiprovável em termos de ocorrência de reflexão, arc tg ^ 0 ^ (arc tg - ^ - ) + (12)
dependendo essencialmente da conformação do perfil em d d 2
questão.
E interessante observar que, dentro da área de interesse, a
qual abrange sempre todo o comprimento do enlace, desde a
antena A até a antena B, as inclinações que fornecem condi
ções de reflexão estão sempre compreendidas entre - * 6/2 e
+ *A/2 a partir da inclinação da linha de visada (equações 11 e
12), o que normalmente corresponde a uma faixa angular bas
tante estreita (valores de 0.5" a 3.0", dependendo da diretivi-
dade das antenas). Pode-se então concluir que qualquer tre
cho do perfil do enlace é praticamente equiprovável em ter
mos de ocorrência de reflexão, uma vez que esta constatação
depende essencialmente da verificação, ao longo do perfil
(dentro da área de interesse), de ângulos de inclinação compa
tíveis que, a priori, encontram-se situados dentro de uma es
treita faixa angular dada em (11) e (12). Mais sucintamente, a
existência e localização de ponto(s) de reflexão num enlace rá
dio microondas depende essencialmente da conformação do
perfil deste enlace, podendo ocorrer em qualquer ponto (um
ou mais) do enlace.
Fig. 4 Domínio dv intrwssv para rvflcxAu
t onclui-se que algumas práticas muitas vezes utilizadas em
Supõe-se inicialmente o caso relativo à figura 3a. Neste ca levantamentos de rota para avaliação do ponto de reflexão
so, a área de interesse corresponde apenas ao quadrilátero
(utilização das curvas do CCTIT válidas para superfícies ao ní
ODCB contido no triângulo ABC (figura 4), uma vez que as
vel do mar em K 2/3,4/3 e determinação do ponto de refle
curvas de lugar geométrico associadas às inclinações com xão por simples geometria, empregando-se implicitamente
O < arc tg (Ah/d) estão sempre entre a bissetriz da linha de superfícies refletoras horizontais e inspeção intuitiva do perfil
visada (segmento OD) e a antena mais baixa (antena B).
do enlace) podem conduzir a um mascaramento da real situa
ção do enlace quanto ao problema de reflexão.
Considerando-se, assim, as coordenadas (xj, yi) na figura 3a,
tem-se que a tangente â curva de lugar geométrico dos pontos
Uma vez que Ah/d, '*’A e a'B são suficientemente pequenos, po
de reflexão, associada a uma inclinação O é, no ponto B, dada
de-se expressar (11) e (12) respectivamente por
a partir de (2) por
Tem-se assim que a tangente é paralela â reta DC, fazendo,
portanto, um ângulo ü com a linha de visada AB dado por
íi = 2 ((arc tg - ^ - ) - 0 ) (9) Considerando-se a'A = 1,5°, ^B = 1,5", Ah x 0,55km e d -
d 30km tem-se:
Pode-se então notar, na figura 3a, que apenas as curvas carac 5m/km «s tg 0 ^ 18,5m/km, em B*
terísticas associadas a um ângulo íl menor ou igual ao ângulo 18,5m/km ^ tg 0 ^ 32 m/km, em A*
de influência da antena B, ou seja,
Assim, constatando-se, no perfil do enlace (dentro do ângulo
ií « (10) de influência das antenas), a inexistência de pontos desobs
truídos que apresentem inclinações de 0,5% a 1,85% em B* e
cortam efetivamente a área do quadrilátero ODCB e assim po de 1,85% a 3,2% em A*, pode-se garantir também a inexistên
derão eventualmente propiciar condições de reflexão. cia de problemas de reflexão.