Page 41 - Telebrasil - Março/Abril 1980

Introdução Para cada uma delas haveria uma (e uma O balanço entre “ economia" propiciada

única) Solução sob Medida (Si). Reali­ pela solução padrão versus “ gastos/per­

A padronização apresenta uma série de za-se um “ Casamento Perfeito" para da de receita" das perdas de acoplamen­

vantagens, sobejamente conhecidas, to­ cada uma das necessidades (figura 1). to, é que de fato deveria ser o “ fiel da

das elas pressupondo que há uma ‘ 'eco­ balança" a indicar o que vale a pena

nomia’'; seja porque a maiores volumes padronizar e em que grau de detalhe.

de produção corresponderiam menores

custos, seja porque reduz-se a necessi­ Acontece que a quantificação das perdas

dade de estocagem, ou mesmo porque o de acoplamento que tornaria isso possí­

que já foi comprovado ser adequado vel é muito difícil, ás vezes até mesmo

economizar o tempo que outros perde­ impossível. E relativamente mais fácil

riam em busca da solução já encontrada. determinar a economia resultante da

produção de um produto padronizado

As vantagens da padronização são bem (ou a economia na redução de estoque)

conhecidas e foram o ponto de partida do que determinar quanto deixou de ser

para os processos de “ produção em vendido porque compradores não s

Soluçõos sob
massa" que permitiram a difusão da tec­ medida Necessidades satisfizeram com o nroduto.

nologia moderna a maiores camadas da
Figura /

humanidade. Por essa razão, a escolha acaba sendo

mais uma “ política" do que propria­
A padronização parte de um pressuposto

Qualquer um concorda, também, que o que é possível a Redução da Variedade mente uma escolha racional de alternati­

extremo da padronização integral, em e/ou Complexidade do mundo real (e vas. E por isso mesmo, mais influencia­

todos os casos, a qualquer momento, em das soluções sob medida) para um da pelas atitudes e crenças do gerente.

qualquer situação, também é indese­ “ mundo ideal" que representa, “ razoa­

jável. velmente", o mundo real. Em termos Em linhas de produto é bem conhecido o

matemáticos, por exemplo, se usa a conflito entre o “ promotor de vendas"

A virtude situa-se, em geral, a meio ca­ média (ou outra medida de tendência que busca atender o mais possível às

minho entre os extremos. central) para representar o universo. necessidades do mercado e para isso está

sempre “ pedindo" uma ampliação da

Padronização e Perda de Acopla­ linha de produtos; de outro lado, o “ ge­

mento E importante se ter presente que esse rente dedicado à produção" sempre pre­

“ razoavelmente", que resulta de uma ocupado com a redução de seus custos e

O mundo real é 100% variedade; tudo é “ idealização", implica em que sempre “ dizendo" que é preciso saber “ vender

diferente; não existem duas coisas rigo­ há uma “ perda de Acoplamento" (pelo as vantagens’ ’ do produto. E no meio es­

rosamente iguais na verdadeira acepção fato de não mais haver um casamento tá o “ fiel do balanço financeiro" que

de igualdade absoluta; até o mesmo perfeito). Essa perda (Pi) traduz uma apreciaria mais se os “ promotores"

ente, em instantes distintos, é diferente a “ perda de receita", decorrente de que vendessem cada vez mais um produto

cada instante. há necessidades (Ni) que não são atendi­ que o dedicado gerente de produção tor­

das pela solução única (S) (figura 2). na cada vez de menor custo.

?
E claro que há diferenças tão diminutas

que para todos os efeitos práticos, nos

abstraímos delas para falar em igualda­

de, sem maiores percalços.

Por outro lado, a padronização, na sua

essência, admite um modo uniforme,

sem nenhuma variedade.

Há no mundo real (universo) uma série

de Necessidades (Ni) a serem preen­

chidas. Figura 2