Page 27 - Telebrasil - Julho/Agosto 1980
P. 27
Marcos Antônio cie Souza
A U t i l i z a ç ã o d e
Chefe da Seção de Engenharia da Standard
C a l c u l a d o r a s d e B o l s o Eléctrica, onde ingressou em 1968. Especializou-se
em Comutação Telefônica na França em 1971.
Professor do Centro Federal de Educação
Tecnológica (ex-ETFCSF), Instituto Militar de
P r o g r a m á v e i s n a Engenharia (IME) e PUC em cursos de extensão;
Coordenador e Professor das Faculdades
Integradas Estácio de Sã na área de
E n g e n h a r i a d e T r á f e g o Telecomunicações; ex-professor da Veiga de
Almeida (1976). Membro do Conselho de Redação
da Revista TELEBRASIL.
0 engenheiro de tráfego tem sido, até nossos dias, um mero utilizador de ta L = formação de uma fila quando o
belas e curvas. Isto se deve à dificuldade de cálculo da maioria das fórmulas sistema é de espera, ou ausência da fila
de tráfego. quando o sistema é de perda.
Este trabalho revisa as principais fórmulas de tráfego para sistemas com um Em função das características de al
número infinito de fontes e mostra como calculá-las com o auxilio de calcula guns destes parâmetros, várias fór
doras de bolso programáveis. No final se apresenta um programa completo mulas foram desenvolvidas para o cál
para registrar em cartão magnético e utilizar com uma calculadora do tipo culo do desempenho do sistema, per
HP 67. mitindo seu dimensionamento. Nos li
mitaremos aqui apenas aos casos em
que o número de fontes é considerado
1. Introdução () objetivo deste artigo é de rever algu
i n f i m í n *
mas fórmulas fundamentais de tráfego
0 engenheiro de tráfego vem sendo, c seu cálculo mediante uma calcula
na prática, nada mais que um mero dora de bolso programável. 2.1. Sistema de perda de Erlang
utilizador de tabelas e curvas. Isto se com acessibilidade completa
deve à complexiddade de cálculo das
2. Sistema de tráfego com número
fórmulas de tráfego. Conseqüente- Este é talvez o sistema de tráfego mais
infinito de fontes
mente, as seguintes deficiências são geral e que, portanto, tem sido o mais
evidentes: utilizado. As condições básicas as
A estrutura básica de um sistema de midas são:
tráfego encontra-se ilustrada na figura
— Falta de precisão nos resultados ob
tidos. quando utilizando curvas. — núm ero in fin ito de fontes (S
— Limitação aos valores contidos nas > 1ÜN);
curvas e tabelas, sendo que em muitos — sistema de perda;
— acessibilidade completa (K = N).
casos nem sempre se dispõe de ta
belas.
— Consequente necessidade de inter A probabilidade de congestionamento
(B) indicada pela notação EN (A), é
polação para muitos valores.
calculada pela fórmula (l) conhecida
— Desconhecimento das fórmulas e
como fórmula de perda de Erlang, ou
métodos de cálculo, pela não utiliza Os p arâ m etro s b ásico s sãos os
ção direta das mesmas. seguintes: fórmula B.
— Dependência total das tabelas e cur
vas, necessitando tê-las sempre à mão. S = número de fontes, que se assume
ser infinito, quando S > 10N, ou finito
Com o surgimento das calculadoras quando S ^ 10N.
programáveis, tais como a HP 25, HP N = número de posições de serviço,
67, TI 58 e TI 59, o engenheiro de trá ou órgãos telefônicos.
fego está agora apto a calcular a função K = acessibilidade.
de tráfego requerida, para os valores A = intensidade do tráfego oferecido,
desejados e no momento que se fizer caracterizado por uma taxa de chegada
necessário. Por outro lado, faz-se ne (X.) e um tempo médio de duração da E evidente, pela análise da fórmula, a
cessário um conhecimento mais pro solicitação (tm). dificuldade de cálculo. Principal
fundo da teoria matemática de tráfego, mente, para grandes valores de A e N.
uma base em cálculo numérico e al
guma habilidade em programação. O *Para o caso particular de um sistema Para o cálculo numérico da função é
saldo final, sem dúvida, é altamente de perda com número finito de fontes u tiliz a d a a se g u in te fó rm u la de
positivo. deve-se consultar a referência (3). recorrência: