Page 22 - Telebrasil - Julho/Agosto 1980

plexidades não podem ser abordadas neste pe­ Há quinze anos, ninguém seria capaz de prever dizendo que o controle desta é um dos grandes

queno artigo. a fantástica proliferação de calculadoras eletrô­ condicionantes do poder. O acesso a fontes in­

nicas que hoje se tomaram acessíveis a pratica­ finitamente mais amplas de informação produ­

Os autores prosseguem falando das alterações mente todas as pessoas. Hoje, o problema não é zirá grandes alterações, afetando a estrutura so­

que o processamento de dados terá no desen­ mais conjeturar se os cálculos mentais tomar- cial e modificando os processos de acumulação

volvimento da sociedade que vem evoluindo no se-ão menos importantes com o tempo. O pro­ de conhecimento.

sentido de diminuir o trabalho produtivo e au­ blema é saber daqui a quanto tempo eles sim­

mentar o lazer. plesmente desaparecerão. Dessa forma, o processamento de dados pode

tomar-se uma fonte de desigualdades e discri­

Mas a transição mal foi iniciada. No futuro, os Acontecerá o mesmo com a escrita? A lingua­ minações. As fronteiras interdisciplinares tor­

conflitos terão causas predominantemente cul­ gem traduz e gera um método de organização. nar-se-ão mais fluidas, móveis, como resultado

turais. É aí que a telemática se toma especial­ Compreendê-la é compreender a sociedade. das constantes codificações. A pergunta funda­

mente importante: ela afeta o principal instru­ Ela produz e reproduz a hierarquia social; na mental é: a partir desse modelo, as informações

mento da cultura, a linguagem. E, como exten­ verdade, a linguagem das classes mais baixas é e o conhecimento levarão a um aumento da

são da memória coletiva, ela armazena o co­ mujto mais diferente da linguagem das classes liberdade? O fato é que todas as mudanças do

nhecimento. dominantes que seu padrão de vida. A desigual­ conhecimento são acompanhadas por mudan­

dade cultural é hoje um fator importantíssimo, ças sociais. A telemática produzirá consequên­

Os sumérios que rabiscaram os primeiros hieró­ e o domínio da linguagem constitui um ele­ cias impossíveis de avaliar no momento.

glifos certamente não foram capazes de atingir mento básico dessa desigualdade. Uma adoção

o alcance da invenção da escrita. No entanto, geral da linguagem “ processada” enfatizaria Não resta dúvida que as idéias de Mine e Nora

esta mudou radicalmente o mundo. É possível ou diminuiria essas diferenças? Os usuários não merecem ser ponderadas, principalmente se

que estejamos assistindo a um fenômeno de im- serão igualmente atingidos. Indubitavelmente, transpostas as preocupações dos expositores

portância com parável. As analogias são a tecnologia progredirá e diálogos cada vez para os povos do Terceiro Mundo.

grandes: extensão da memória; proliferação e mais elaborados serão possíveis. Mas sua pro­

alteração nos sistemas de informação; e, prova­ pagação entre as diferentes classes sociais não A importância estratégica das telecomunica­

velm ente, mudanças nos padrões de autori­ será uniforme: estas não demonstrarão uma re­ ções não pode ser menosprezada, principal­

dade. Mas, como ocorreu com os sumérios, a sistência idêntica à introdução de uma lingua­ mente se unida à informática. Assim o tráfego

maior parte das pessoas é incapaz de compreen­ gem abreviada e codificada. Sua permeabili­ gerado é a variável que mede a pujança de uma

der o alcance dessas inovações. Se o processa­ dade dependerá muito do nível cultural; uma nação em termos de telecomunicações e consti­

mento de dados, a longo prazo, promover mu­ vez que esta não é igual para todos, a telemática tui um fator de barganha insubstituível nas con­

danças decisivas na linguagem c no conheci­ produzirá um efeito discriminatório. Mais que versações internacionais.

mento é possível que altere também o pensa­ nunca, a linguagem será um fator cultural. Gru­

mento, os conceitos, a forma de raciocinar. No pos rivais lutarão para apropriar-se dela. De maneira similar, a memória ou o banco de

momento, nada mais podemos fazer a não ser dados cultural e estatístico de cada comunidade

especular. deve ter sua identidade e autonomia cuidadosa­
A importância estratégica das mente preservadas. Até que ponto estará ge­

A linguagem deverá sofrer modificações atra telecomunicações não pode neralizada a idéia de que, malgrado a pressão

vés da influencia da telemática. A tendência exercida pela demanda de outras necessidades,

poderá ser a de inventar uma linguagem simpli­ ser menosprezada a expansão c o domínio das telecomunicaçõese

ficada que permita diminuir ao máximo o custo principalmente se unida à a sua integração com a informática são fun­

da comunicação. No início as mudanças serão damentais?

na linguagem dos escritórios, cujo texto, nor­ informática.

malmente, já é mecânico c repetitivo, c, pos­ (Pesquisa e Editoria TELEBRASIL)

teriormente, no lar, que serão equipados com Finalizando sua exposição, Simon Norac Alain

computadores. Mine se referem â sociedade c à sua memória.

Nova Central TDM Devido às suas reduzidas dimensões, a CT duração das mensagens, tanto para as liga­

282 pode ser instalada cm áreas limitadas. ções internas como para as externas à rede.

Sua largura é dc 60 cm, profundidade de 82
D iagnóstico: é dotada de programas-
da Olivetti cm c altura dc 180 cm. com um peso aproxi­ diagnósticos ativados automaticamente, que

mado dc 200 kg. permitem identificar componentes eventual­

mente avariados.

A Olivetti do Brasil apresentou na Intelcom Entre as operações básicas da Central Tele­

o seu mais recente equipamento, a ser fabri­ gráfica da Olivetti, podem ser destacadas: A CT 282 pode também receber uma unida­

cado no Brasil, destinado â área dc teleco­ de de discos flexíveis (Floppy Disk). que

municações. Trata-se da CT 282. uma cen­ PBX: Agrupamento dc usuários sob o mes­ aumenta ainda mais a sua gama de funções.

tral telegráfica eletrónica de grande versati­ mo número, permitindo a formação de até Com a unidade de Floppy Disc a CT 282

lidade e alta tecnologia, que permite ligar 32 grupos, fazendo encaminhamento auto­ grava mensagens para posterior envio aos

até 216 linhas entre usuários de telex, tron­ mático das chamadas aos terminais livres, usuários internos ou externos à rede. emite

cos c junções. dentro de um mesmo grupo, com significati­ circulares diferidas a vários usuários simul­

va economia de tempo na recepção de infor­ taneamente e efetua conversão dc códigos

Homologada pelo Ministério das Comuni­ mações. Parcialização de usuários: forma­ (CCITT n." 2 e n.” 5) e velocidade (até 300

cações, a CT 282 é caracterizada pela tecno ção dc grupos com tráfego controlado de Baud). Existem hoje cerca dc 40 mil tcleim-

logia TDM — Time Divisou Multiplexing, acordo com regras p ré-estab elecid as. pressores instalados, produzidos pela Oli­

funcionando segundo os padrões internacio­ Camp-on-busy: coloca em espera o emitente vetti em sua fábrica cm Guarulhos. São Pau­

nais da CCITT. Ela destaca-se também por quando o terminal destinatário estiver ocu­ lo. Em novembro último, a Olivetti e a

ser a única central telegráfica a computação pado. completando a conexão automatica­ EM BR ATEL assinaram novo contrato, para

eletrônica fabricada no Brasil, permitindo mente quando liberado. Data-Hora: impres­ fornecimento de mais 12 mil unidades, per­

são de data, hora e minuto do início da trans­ fazendo assim um total de cerca de 50 mil

dc comercialização da Olivetti, com mais de missão das mensagens. Tarifação: permite a unidades fornecidas à Rede Nacional dc

40 filiais cm todo o Brasil. perfuração de fitas com dados dos usuários e Telex.