Page 33 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1979
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mo ocorre com os processos de DO tomaram, não mais se motivaram para DG não é instrumento de DO c sim um
atualmente oferecidos pelas empresas o treinamento. Todavia, durante as fa processo que corre em paralelo e inte
de consultoria. ses de diagnóstico e intervenção, que se grado com o DO.
estenderam aproximadamente por um
5. Desenvolvimento Gerencial Asso mês, os contatos entre os gerentes fo O papel da empresa, através do grupo
ciado a Desenvolvimento Organizacio ram de tal ordem, que acreditamos ter que funciona como agente de mudan
nal havido condições propícias para ocor ça, deverá apenas ser o de colocar o
rer também desenvolvimentos pes processo global em marcha, intervindo
Os conflitos que surgem entre a busca soais. Nesse caso, pensamos ter havido apenas na profundidade necessária pa
da realização do potencial interno de alto grau de integração dos dois pro ra obter o comprometimento e a moti
cada gerente, com a tendência de cres cessos, dentro dos nossos pressupos vação dos grupos familiares dos geren
cimento das organizações a que os ge tos. tes para o processo. O desenvolvimen
rentes pertencem, são mais atenuados to, inerente ao próprio processo, pou
quando as intervenções da empresa, Em outra experiência, constituída de co a pouco vai levando os grupos a se
nos dois processos, são planejadas em reuniões que duraram de dois a três integrarem cada vez mais aos objetivos
conjunto e obedecendo aos mesmos dias seguidos e nas quais se procurou e à missão da empresa e se tornarem
pressupostos. Nesse sentido, acredita- definir os conhecimentos necessários à mais autônomos, em relação não só ao
mos que a realização de um diagnósti realização da função gerencial, pensa diagnóstico das falhas do seu desempe
co global que procure identificar não mos também ter havido um clima nho grupai e individual, como também
somente as deficiências c as expec propicio não só ao desenvolvimento das autocorreções que se fizerem ne
tativas de cada gerente mas também as dos participantes, como também do cessárias. .íé S
da empresa, vinculadas principalmente seu grupo familiar. A abertura, a fran
aos grupos familiares a que pertence o queza e a profundidade dos relaciona 6. Conclusão
gerente, seja a fase mais importante mentos parecem ter possibilitado um
desse planejamento. posicionamento real de cada partici Não temos conhecimento de que algu
pante, face às suas deficiências e às ma empresa do Grupo TELEBRÁS te ,
Realizamos, na nossa empresa, algu suas expectativas como gerente, refe nha chegado a tíma solução definitiva
mas tentativas de relacionarmos o IX 1 renciado ao posicionamento do grupo sobre o problema de DG. Aliás, não
a intervenções de DO. Nem sempre po sobre o mesmo problema. nos parece haver soluções definitivas
deríamos afirmar terem sido estas para os problemas humanos.
intervenções realizadas dentro dó que Em todas essas experiências houve
se entende geralmente por DO. Em al sempre a presença de dois facilitado Não acreditamos também que alguma
guns casos, seria mais correto dizer res. empresa possa se apresentar como ten
mos que tentamos acoplar técnicas de do a melhor solução para o problema.
DO com esforços de DG. Todos esses exemplos foram dados pa Em cada empresa, mesmo que os pro
ra ilustrar melhor as intervenções que a blemas sejam similares, eles têm especi
Assim, por exemplo, numa tentativa de empresa pode fazer no sentido de faci ficidades que somente a empresa pode
se estabelecer condições para o cresci litar o desenvolvimento dos seus geren detetar, compreender e considerar na
mento pessoal dos gerentes, considera tes em estreita ligação com o desenvol solução.
mos, em situações reais de trabalho, vimento da empresa.
, além dos relacionamentos comuns re Cada empresa e cada gerente tem ne
ferentes à tarefa, também os aspectos No estabelecimento desse processo de cessidades, aspirações e características
emocionais e interpessoais dos partici DG, conforme o entendemos, não há próprias. Nesse particular, cada em
pantes. Nos casos bem sucedidos, em um planejamento anual, como se faz presa é diferente das demais, mesmo
conseqüência de decisões grupais, auxi normalmente com os programas de que a sua atuação objetive atender me
liadas pela percepção de facilitadores, TG. O que mais importa é a existência tas do interesse de um sistema maior,
as reuniões sempre oscilaram entre a de uma diretriz política consciente e as do qual faz parte. Assim, as empresas
tarefa e os sentimentos pessoais, dando sumida por todos, no sentido de criar e somente terão condições de desenvol
oportunidade a contatos mais profun manter, em todos os momentos da vida ver o potencial que possuem se não es
dos e autênticos entre os participantes. empresarial, interações mais abertas e tiverem submetidas a imposições exter
Em outros casos, entretanto, o clima profundas dos seus gerentes. nas, que não apenas dificultam seguir a
existente estimulava apenas o debate tendência interna do seu crescimento,
franco de idéias e não se conseguiu Os processos de DG e o de DO passam mas também podem impedir o direito
condições que favorecessem também assim a se interrelacionarem e se desen que têm em definir o seu próprio desti
uma abertura para a troca de sentimen volverem em ritmo próprio, não deter no.
tos. minável externamente e nem previa
mente. Os dois processos se expandem Cada gerente e cada empresa é uma in
Houve uma outra experiência em que à proporção que os diversos grupos fa dividualidade. Não acreditamos, por
partimos de um diagnóstico amplo, miliares da empresa, após a fase de tanto, em soluções de massa para os
apesar de termos em mira a realização diagnóstico, forem se mostrando mais problemas de desenvolvimento. A pa
de um programa específico de treina conscientes e sensibilizados para o pro dronização do homem sempre leva à
mento gerencial. Entretanto, os pro cesso global. mediocridade. A das empresas
blemas organizacionais levantados fo também. Além disso, a tentativa de se
ram tão absorventes que os participan Dessa forma, não há uma dependência tentar ajustar os gerentes e a empresa a
tes, ao implementarem as decisões que do DG em relação ao DO. Nesse caso, um padrão ou a um modelo externo,