Page 29 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1979
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Duffles Amarante
• D e s e n v o l v i m e n t o Do Departamento de Treinamento da KMBRATKL.
g e r e n c i a l
1. Introdução Algumas dessas tentativas experimen de uma disposição para alguma coisa,
tais foram realizadas visando exclusi o desenvolvimento poderá ser desviado
Ao se elaborar e mesmo ao se implan vamente treinar gerentes pelo processo pelo ambiente, caso este não apresente
tar programas de Treinamento Geren ortodoxo, através de cursos e se condições favoráveis.
cial (TG) sempre surgem perguntas, minários. Outras tentativas, mais ela
pontos duvidosos e questões sobre os boradas, foram mescladas com técni O nosso segundo pressuposto diz res
í quais encontramos alguma dificuldade cas e instrumentos de DO. peito á vida em si e se justifica ser ex
r em decidir com consciência. Além dis plicitado porque entendemos que o de
to, em muitos casos, há também a Em todas as experiências realizadas, senvolvimento e a vida estão intima
[ preocupação em saber se estes progra- sempre se procurou avaliar os resulta mente relacionados. Ou melhor, desen
L mas de TG e outras intervenções em- dos de cada uma e estabelecer, em con volver, crescer, aprender e viver envol
‘—presariais estão realmente favorecendo sequência, os pressupostos para mon vem, no nosso entender, o mesmo pro
o desenvolvimento dos nossos geren tar a seguinte. Entretanto, nem sempre cesso básico.
tes, isto é, se estão constituindo um as avaliações foram feitas segundo os
verdadeiro processo de Desenvolvi mesmos critérios e com o mesmo rigor. Não vamos aqui, obviamente, fazer es
mento Gerencial (DG). Apesar disto, houve um certo encadea peculações sobre o viver. Isto não tem
mento lógico destas diferentes expe sentido. A vida é para ser vivida e não
É nosso propósito, além de procurar riências, o que possibilitou alguma controlada, explicada ou conduzida
fundamentar as sugestões de caráter aprendizagem sobre a questão. por conceitos c modelos, por mais
geral, a serem apresentadas na parte fi aperfeiçoados que eles sejam.
nal deste trabalho, levantar alguns des Os pontos e aspectos que iremos levan
ses problemas, pelo menos aqueles que tar, estão, portanto, mais referendados Entretanto, um aspecto desse processo
nos parecem ser os mais relevantes e, a fatos concretos do que a concepções parece ser necessário levantar. Viver,
sobre eles, fazer alguns comentários. É teóricas, se bem que nos pareça im no nosso entender, é estar em relação.
possível que assim possamos contri possível separar da interpretação que Consideramos esse entendimento como
buir, de algum modo, com as empresas damos aos fatos, as contaminações e um fato, pois não é possível haver exis
que estejam na fase inicial do equacio- condicionamentos pessoais. tência sem relações, relações consigo
namento dessa problemática. É muito mesmo, com outras pessoas, com
importante que a escolha das alternati Inicialmente o objetivo de definir a idéias e com coisas. Assim, a com
vas, que surgem ao analisarmos os nossa posição diante das questões que preensão desses relacionamentos deter
aspectos polêmicos do TG ou do DG, serão tratadas, faremos um esforço pa mina a qualidade global da nossa vida.
seja bastante consciente. Somente as- ra explicitar os nossos pressupostos
~~sim procedendo, o projeto terá a coe pessoais. Esperamos assim que a nossa Em consequência, entendemos que o
rência necessária para que possa ser parcialidade no exame dos problemas desenvolvimento de um indivíduo, de
operacionalizado com sucesso. possa ser mais facilmente identificável. um grupo ou de uma empresa ocorre
em suas relações consigo mesmo e com
É nosso objetivo também sugerir nova 2. Pressupostos Básicos sobre DG o ambiente externo.
forma de relacionamento entre uma
empresa holding e as suas subsidiárias, 2.1. Pressupostos sobre Desenvolvi A consideração destes dois pressupos
quando houver séria preocupação com mento tos nos leva ao entendimento que te
o desenvolvimento global de cada em mos do que seja desenvolvimento de
presa e, conseqüentemente, de todo o Observemos as bases sobre as quais ve gerentes.
sistema. Esta sugestão se justifica num mos toda essa questão de TG e DG.
trabalho sobre DG, tal é a influência Em primeiro lugar, consideramos que
daquele relacionamento sobre o desen Temos plena consciência da existência o desenvolvimento de gerentes ocorre
volvimento de cada empresa subsi de, pelo menos, dois pressupostos so principalmente nas suas interações com
diária e dos seus gerentes. bre a nossa maneira de ser e de ver essa os outros gerentes da empresa, além da
problemática. sua relação com o seu trabalho (idéias e
Obviamente, as questões e tópicos aqui coisas). Assim, o desenvolvimento de
levantados o serão segundo determina Em primeiro lugar, temos a convicção corre da atividade do dia a dia do ge
do referencial. A nossa referência é de que existe no homem, e também nas rente, mesmo que não haja nenhuma
fruto principalmente da experiência organizações humanas, uma tendência intenção específica de se desenvolver.
que adquirimos em algumas interven voltada para o seu desenvolvimento.
ções de Desenvolvimento Organizacio Esta tendência está sempre presente e Em segundo lugar, consideramos que a
nal (DO) e nas tentativas várias de que atuante no sentido do desenvolvimento finalidade do desenvolvimento está
participamos para se encontrar solução global das suas potencialidades. Mas contida no próprio processo, isto é, o
para os problemas de TG e DG. como se trata de uma tendência, isto é, fim do desenvolvimento é ele mesmo.