Page 48 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1976
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lefônico. Rede, Proteção, Telegrafia, — 0 aproveitamento, ao máximo, de pensa na necessidade de alteração de
Fac-Símile, Força. Nele, procurou-se termos extraídos de normas especí alguns documentos oficiais do Brasil,
conseguir todas as possívéis vanta ficas existentes e, quando necessário, como o Plano Nacional de Transmis
gens acima mencionadas, tendo sido adaptações ou pequenas alterações são. O termo regulamentado anterior
respeitados os termos e definições já nos mesmos, com aditamentos que os mente como "emissão", poderá ser
divulgados em documentos oficiais, tornem livres de confusões com ho complementado para "emissão hert
que foram incluídos e que, com os mônimos de outros setores, fazendo- ziana", ou "emissão de rádio"; esta é,
novos termos recomendados, não os assim, não inteiramente iguais; aliás, a única adaptação que se mos
apresentam conflitos. Foram seguidas — A consulta, embora verbal, feita ao trou necessária, entre os termos
as orientações da União Internacional longo do trabalho, aos setores es oficializados anteriormente e o mo
de Telecomunicações e da Comissão pecializados mais representativos do mento atual.
Consultiva Internacional Telegráfica e país, em caso de dúvida sobre a
Telefônica, entidades às quais o Brasil aceitação de uma solução nova; Deve-se considerar nesses casos, en
è associado e que são as mais repre — A criação de novos termos, quando tretanto, não só os inconvenientes de
sentativas das Telecomunicações, em já sentida a sua necessidade, como é o alterações nos documentos técnicos, o
âmbito m undial.. caso de "digitação", termo geral para que poderá ser feito gradualmente,
discagem e teclagem, com o apro mas também, por outro lado, os incon
Porém, dificuldades surgem, no aten veitamento da sigla DDD e outras. venientes de continuar mantendo am-
dimento a todos os critérios anterior bigüidade de significados e de cons
mente aludidos; as soluções, achamos 2) Restabelecimento do significado tituir excessão, na atitude de não
que podem ser de natureza as mais
técnico, deturpado pelo mau uso do querer alterar o que outras adminis
diversas, como têm feito outras ad
termo ao longo do tempo, ou por uma trações (em outros idiomas, enfrentan
ministrações, em outros idiomas. tradução pouco feliz. do os mesmos problemas) já efe
tuaram.
DIFICULDADES TlPICAS E Assim ocorre com os termos "em is
EXEMPLOS DE SOLUÇÃO 3) Erradicação de termos estrangeiros
são" e "transmissão". No momento
atual, no Brasil, o primeiro é usado
1) A oposição de setores especiali somente para emissões hertzianas; em Alguns termos estrangeiros são tão
zados; com o argumento de que à nor outros países ele está sendo usado radicados na literatura técnica bra
ma de terminologia, deve preceder como "transmissão, no sentido de en sileira, que é difícil substituí-los, como
uma norma específica sobre cada as vio", o que ocorre nos microfones e jack, test, P(A)BX, laser, plug, pad,
sunto; e, se assim for feito, os incon strap; mas se pode encontrar soluções
transdutores eletro-acústicos telefô
venientes decorrentes da multiplici nicos, que transformam voz em corren que contornem o problema; vejamos
dade de significados para um só termo, te elétrica (èmission, francês, sending, alguns exemplos:
proveniente da multiplicidade dos inglês, sendung, alemão). Até algum
setores especializados que podem tempo atrás, entretanto, o verbo PLUG: tem tido suficiente aceitação o
adotá-lo.
usado nestes países era "transm itir", termo "pega", como substituto por
Ocorre isso, por exemplo, com o termo como continua sendo empregado in tuguês, como uma excessão, que con
''condutor", que tem se apresentado devidamente no Brasil; dizemos in tinua sendo plug e pode vir a chamar-
com significados diferentes, conforme devidamente, porque este termo sig se "pega de interrupção".
o setor de telecomunicações; com o nifica "portar através de", do latim
termo "tronco", também sucede o mittere, portar e "trans", através e TEST: tem sido tentada, sem muito
mesmo; "circuito" tem servido para as corresponde, com exatidão, ao alemão sucesso, a sua substituição por "en
mais variadas finalidades, conforme o übertragen (de über, sobre, através e saio", ou "prova", por ser termo es
setor seja de transmissão, de comu tragen, portar), transmitir. trangeiro; achamos porém, que sendo
tação, de tráfego, etc. derivado do latim testimonium, pode
Esta diferenciação é significativa em ser, com toda a propriedade adotada
Vejamos o exemplo de "fio ": Telefonometria e em projetos de trans nas línguas latinas. Com mais direito
missão de redes, pela importância que até.
— De acordo com a EB-11 "é o
têm os equivalentes de emissão e de
produto maciço... obtido por trefila-
recepção dos telefones. CENTRAL P(A)BX: sendo sigla univer
ção... do metal"
salmente conhecida e consagrada, no
— Pela mesma especificação, "con Brasil parece-nos conveniente adaptá-
dutor" é um conjunto de fios. Outro exemplo é constituído pelos ter
mos "atraso de fase", ou "retardo de la para as palavras portuguesas: Cen
— Em Telefonia porém, um fio é um
fa s e ", correspondentes ao inglês tral Privativa (Automática) Basicamen
conjunto de condutores (fio bridão, fio te Externa (basicamente para tráfego
phase delay, em que delay poderia ser
paralelo, fio externo — FE).
melhor traduzido por "demora de externo). Este é um processo adotado
em linguagem técnica espanhola.
Em casos como este, se adicionarmos fase", ou "tempo de propagação de
ao fio, usado em telefonia, o termo fase", que é a denominação oficial do
CENTRAL PAX: Analogamente po
telefônico, fica solucionado o pro CCITT, em sua versão francesa, para deríamos chamá-la: Central Privativa
blema, sem ser preciso alterar de esta grandeza expressa em unidades Automática Exclusiva.
masiado o espírito da terminologia já de tempo.
usada em telecomunicações.
Mas o emprego do termo "emissão", PAD: Por processo análogo poderia
Este tipo de solução é a que parece ter no sentido de envio, constitui talvez a ser transformada em sigla de "Perda
dado mais resultado, isto é: única inovação séria a considerar, se se Adicional Determinada".