Page 22 - Telebrasil - Julho/Agosto 1975
P. 22
LUIZ MAURO VIANNA DE CAMARGO
Engenheiro, Ph.D. em Engenharia Elétrica de Gerente de Marketing e de Diretor
pela Universidade de Nova York; M.Sc. Técnico da Cook Electric do Brasil, Tele
pelo Instituto Politécnico de Brooklyn, e comunicações Ltda. Foi membro docente no
Engenharia Eletrônica, pelo Instituto Téc Manhattan College, de Nova York, onde
nico de Aeronáutica — ITA. Trabalhou lecionou Sistemas Analógicos e Digitais e
no Integrated National Telecommunication Teoria Eletromagnética. Também foi mem
System — INTS — do Iran. É Presidente bro docente do Dept. de Eletrotecnologia do
da firma de assessoría técnica Camargo New Yorjc City Community College. Tem
Soohoo Engenheiros e exerceu as funções trabalhos publicados nos USA e na U.R.S.S.
A importância do DG na implemen Nascido da necessidade prática da mente ótimo. Concentra-se a cen
tação, operação e, principalmente, interconexão ordenada e flexível de tral por concentração da comuta
na saturação de uma central tele um número maciço de fios, somen ção. E o velho dinossauro, o DG?
fônica de alta densidade, não é te bastante mais tarde foi também Esse assunto não tem merecido o
comumente apreciada. O presente usado como ponto de instalação enfoque que realmente merece. Um
artigo tece algumas considerações de dispositivos protetores (houve verdadeiro “ Calcanhar de Aquiles”,
sobre o assunto, focaliza a sua im muitos acidentes até estes apare a sua omissão nos recentes enfo
portância e revela pesquisas que cerem) e, ainda mais modernamen ques é, talvez, devida às razões
estão sendo feitas nesta área, in te, dos dispositivos de eletrônica apresentadas no início desse arti
clusive, modelos matemáticos de de enlace. go: a sua completa falta de ‘“ linha
aplicação prática. Esse assunto é gem” técnica.
de importância cada vez maior no Mesmo com essa pseudo-sofistica
Brasil onde, com crescente insis ção eletrônica e protetora, o DG Em realidade, alguma coisa foi fei
tência, se fala em centrais semi-ele- ainda é, funcionalmente e em for ta. A Bell System desenvolveu lis
trônicas de alta capacidade, para ma, o que sempre foi desde o iní tões — o tipo 303, por exemplo —
futuro muito próximo. cio: uma peça sem glória destina que aumentou acentuadamente a
da a fazer o trabalho por trás dos capacidade dos DGs dos tradicio
DG — “Cidadão” bastidores (sem trocadilho), mas nais 300 pares de assinantes por
um trabalho que, se não for bem vertical, para 600, e até mesmo 900.
sem linhagem
executado, irá emperrar a mais mo Isto melhorou a situação e, nos
derna das centrais telefônicas. EE.UU., a confrontação, concentra
Em número anterior da TELEBRA-
SIL, apresentamos um artigo de ção da Central versus concen
natureza tutorial-divulgativa, sobre O “Calcanhar de Aquiles” tração do DG, tornou-se razoavel
o desenvolvimento técnico e histó das centrais de alta mente coerente.
rico dos DGs. (ver TELEBRASIL, densidade
julho-agosto/74). O listão 303 da Bell
O rápido desenvolvimento da Teo e os novos DGs
ria de Comutação produziu resul
Essencialmente a história técnica
do DG não é das mais sofisticadas. tados muito tangíveis, especifica Esse produto da Bell teve aceita
Exceto por modificações — ligei mente, hoje, na existência das cen ção rápida no Brasil por razões um
ras — de forma e de materiais, o trais semi-eletrônicas de capacida tanto diferentes das que a ditaram,
DG pouco tem sido modificado. de muito alta. embora pareça que no futuro pró
Continua essencialmente o mesmo ximo as mesmas razões irão preva
desde o começo da telefonia sem Na década dos 60 desenvolveu-se lecer aqui.
motivação e modificação alguma intensivo esforço (inicialmente nos
conceptual. Se, num nível puramen laboratórios do Bell System nos O caso é que o nosso plano de
te conceptual fôssemos descrever EE.UU., e mais tarde também em expansão telefônica, explosivo co
um sistema telefônico como com outros países) no desenvolvimento mo é, defrontou-se com um enorme
posto de partes funcionais bem de da comutação eletrônica. Isso re aumento no custo de imóveis. As
finidas (i.e., comutação, cabos e li sultou na disponibilidade atua! de sim a expansão de centrais anti
nhas, rádio, sistema de força, tele centrais semi-eletrônicas de altís gas ficou altamente desejável mas
fones etc.) não se pensaria por cer sima capacidade (tipo CPA). ficou muito difícil de se fazer o
to no que chamamos de Distribuidor Do ponto de vista puramente da co mesmo espaço inicial das salas dos
Geral (DG). mutação, tudo está muito bem, real DGs originais. Por outro lado as