Page 6 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1964
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sua gestão, não lhe modifica a es­ da n.° 1.292. Daí conter a Constitui

sência.                                    ção o que se lê no parágrafo único do

É o que ensina Blondeau, ao tra­ art. 31 que, não proibindo e nem, se.

tar da gestão indireta: “ elle n’equi- quer, impedindo a concessão de isen­

vaut pas à un abandon, à un délais­ ções fiscais às concessionárias de ser­

sement. L ’Etat rest garant de l’exe­ viços públicos, tem servido, entretanto,

cution du service, vis-a-vis de l’uni­ a que certos “ máus leitores” encon­

versalité des citoyens;” .                 trem no dispositivo o pretexto para

O-Projeto (de Constituição) aban­ negarem a essas emprésas uma isenção

donando a Constituição de 1891, de que somente poderia atender aos inte-

Ruy, e a dos Constituintes de 1934, rêsses da coletividade. Esquecem-se

adotou o pior dost modêlos: o da           êsses “ máus leitores” que, afinal, o tri­
Carta de 1937.                             buto cobrado à concessionária, inevi­
                                           tavelmente, repercute na tarifa, e,
   Volvamos aos bons principios/’.

    A Constituição de 1934, também in­     dèste modo, é cobrado do público
                                           usuário, razão pela qual muitas em-
vocada como portadora dos “ bons prin­     prêsas já não discutem a concessão
cípios” . realmente, declarava:            da isenção, que assim, sô transforma

                                                          em um tributo a mais, e disfarçado,
“ Art. 17 — É vedado à União, aos a pesar sõbre a ecenomia popular/ Es­

Estados, ao Distrito Federal e aos quecem-se, além disso, ésses mesmos

Municípios:                                “ máus leitores” , titulares de mandato

                                           eletivo efêmero, do elementar raciocí­

   X —. Tributar bens, rendas e ser­ nio de que se o serviço fôsse executado
viçoe uns des outros, estendendo-se pelo próprio poder público não sofreria

a mesma proibição às concessões de o ônus tributário.

serviços públicos, quanto aos pró­         Daí o aprêço que merecem, e que de­

prios serviços concedidos e ao res­ ve ser proclamado, cs atuais, prefeitos

pectivo aparelhamento instalado e tíe Contagem, Ibirité e Governador Va­

utilizado exclusivamente para o ladares. de Minas Gerais, por have­

objeto da concessão.                       rem, na conformidade da Constituição

Parágrafo único — A proibição aliás, e numa demonstração de alta

constante do n.° X não impede a compreensão e inteligência, fixado, des­

cobrança de taxas remuneratórias de lego e em carater geral e definiti­

devidas pelos concessionários de vo, isenção tributária para os serviços

serviços públicos” .                       públicos concedidos, assinalando a ne­

                                           nhuma distinção quanto à origem da

In f elizmente, a Constituição de 16 de concessão — se federal, estadual ou

julho de 1934, de tão curta duração municipal.

substituída que foi, pela de 10 de no­     Êste Boletim, ccm o merecido elegio

vembro de 1937, não encontrou, quanto que cada um merece, cumprimenta cs

à imunidade fiscal para os serviços pú­ três Prefeitos: Sebastião Camargos. de

blicos concedidos, seguidores na Cons­ Contagem: Jcsé Wanderley Cabral

tituinte de 1946, a despeito de uma Barres, de Ibirité. e Joaquim Pedro

conclamação como a contida na emen­ Nascimento, de Governador Valadares,

BYINGTON PROPÕE EMPRÊSA COMUNITÁRIA
                          PARA TELEFONES

                                           “O Globo” — Rio — 5-11-64

   Falando à Associação dos Dirigentes     vadas, autofinanciadas, com a partici­
Cristãos de Empresa, o presidente do       pação maciça des próprios usuários de
CONCLAP, Sr. Alberto Byington Jr.,         telefones. Por que. então, não adotar­
propôs a formação de uma empresa           mos o mesmo recurso para dar à Nação
comunitária para solucionar de uma         os meios de comunicação instantânea
vez por tõdas o problema nacional das
telecomunicações — “ um dos pontos de      de que necessita com tanta urgência?
estrangulamento do progresso do Pais” .    Estudos já feitos revelam que ha pedi­
                                           dos de cêrca de um milhão de telefones
   “ Cerca de trezentas cidades brasilei­  novos no Brasil. Portanto, há, em tese.
ras — lembrou o Sr. Byington — já so­      cêrca de um milhão de acionistas de
lucionaram localmente o seu problema       uma companhia que se proponha a ins­
de telefones, formando emprésas pri-       talar telefones e montar as facilidades
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