Page 7 - Telebrasil - Julho/Agosto de 1963
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P r e s i d ê n c i a d o E xin o. íür. M i n i s l r o Ausentes, p or se acharem licencia
dos, os Exm os. Srs. M iuislros Uibeiro
llnliiintiaiiii Guimarães. da C'osla e B a rro s B a rre io .
Itcla io r: O Exino. Sr. M in istro
B r a s ília , 14 de m a io de 1003. —
Villas llôas. IPaniei A a rã o Hei*, Diretor da lliblio-
T om aram p a rle no julgam ento os teca — Vice-D irelor-G eral em exer-
clcio.
Exílios. Srs. M inistros V ie lo r Nunes
Leal. Villas llôas e llahiiemaiin Gui
marães.
Comentando recentes declarações do Ministro de Minas e Energia, na Câmara
dos Deputados sóbre a transferência das Companhias de serviços públicos americanas
para a responsabilidade do Govêrno Federal, “ O Jornal” de 31 de julho dêste ano
pública o seguinte artigo:
0 EXÉRCITO DA SALVAÇÃO
Assis Chateaubriand
O ministro de Minas e Energia declarou, Consultor jurídico da L iga do Comércio,
na Câmara, que o govêrno federal, uma vez do Rio, eu havia feito, uma das especialida
na posse das companhias de serviços públi des do nosso escritório de advocacia o pa
cos americanas, cuja venda está obrigando, trocínio das emprêsas concessionárias de
fará um reajuste tarifário de, no mínimo, serviços públicos ,em suas relações com o
Estado, fôsse êle federal, estadual ou mu
27 por cento.
Para que o ministro formulou afirmativa nicipal.
Desde o ano de 17, que freqüentava as
impiedosa destas?
A que nível inferior nào baixa éle o comissões de finanças da Câmara o do Se
nado, por conta de Carvalho Britto e- da
nome mai3 do que o nome .a honra do nosso sua Companhia de Luz e Fôrça.
pais! Não foi difícil fazer com que o nosso
Existe na Carta federal um texto, que presidente da L iga do Comércio, Alfredo
Mayrink Veiga, convocasse uma reunião de
manda garantir certa percentagem de divi diretoria para ouvir-me sóbre o descalabro
dendos a fim de que as emprêsas de utili de todos os empreendimentos de utilidade
dade pública possam operar em tom de es
tabilidade. pública.
A garantia é dupla — para o capital de A minha exposição não durou mais do
um negócio, o qual deve correr o mínimo
de risco possível e para a população, que que 45 minutos.
quer auferir de um serviço público, de natu A o terminar, havia convencido aqueles
reza coletiva, o maior nível de segurança.
lideres do comércio que estradas de ferro,
O que tem ocorrido entre nós, desde que energia elétrica, carris urbanos, gás e tele
a válvula de estabilidade dos capitais apli fones eram um problema mais dêles do que
cados em negócios de utilidade pública de de governos e concessionários, que os explo
veria funcionar, é que govêrno algum se jul ravam.
gou tentado a fazer o emprêgo devido da
“ letra constitucional” . Eis como, há 47 anos, tornei-me delibera-
damente. um advogado de “ public Utilities” .
Todos se têm esquivado, no mínimo, re
conhecer uma tarifa para a reposição do Isto me tem capacitado a discutir, como
material fixo e rodante. homem público e ornalista, uma das ques
tões encaradas pelos brasileiros dentro de
Peron, que tem a virtuosidade de um ca
nalha, negou o direito de viver a tôdas as f- - ' miramente passional.
companhias concessionárias de serviços pú A confissão do ministro de Minas, na
blicos urbanos e de lonsu curso, como os va
pores e as estradas de ferro. Câmara, envolve uma das crises pungentes
do Brasil.
O Brasil vem fazendo outro tanto, desde
o o” tubrismo. O que nos gela é a impávida frieza com
a qual os homens, entre nós, confessam que,
Isto não quer dizer que também no pas no caso das encampações de serviços de uti
sado não existia a perseguição às emprêsas lidades públicas, estão praticando dois cri
de serviços públicos. O fato se explica pelo
nível inferior de nossa formação política e mes.
social. O primeiro, consiste em negar ao capi
Eu me lembro das tarifas aviltadas que tal nêles empregados um direito que a Cons
vigoravam no Brasil todo, na deeada dos tituição lhes assegura.
10, para remunerar os serviços telefônicos.
Que razões tem o poder público em re
As taxas que a ‘"Telefônica” do Rio e de cusar-lhes aquilo que a Lei Magna lhes deu?
São Paulo cobrava, para o serviço das duas
cidades, eram irrisórias. Não será o cúmulo da inconsciência que
o Estado deixe um capital respeitável, por
todos os motivos, estiolar-se .devorado pela
inflação sem avudir em socorro de dinheiros