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1? Integrado Brasileiro
Uma receita de bolo que deu certo
n la SEI — Docas e Itaú — deverão fornecer
a base industrial necessária ao processo.
“O projeto de um integrado é uma tare
fa elaborada em que cada etapa vencida con
tribui com informações para aperfeiçoar
etapas anteriores”, disse José Roberto San
tos, formado pela Unicamp em 77 e hoje tra
balhando no Centro de Campinas.
O objetivo de um projeto de microeletrô-
nica é o de chegar a uma “receita de bolo”
que será o elemento que orientará a quem
irá produzir o semicondutor. Para isto é ne
cessário definir o seu projeto lógico, primei
ro a nível de grandes blocos e funções, de
pois ir descendo ao detalhamento de ele
mentos menores até chegar ao nível de tran
sistores e componentes.
A seguir é desenvolvido o projeto tqpo-
lógico que consiste em otimizara interliga
ção e o posicionamento físico de transisto
res e componentes, uma tarefa hercúlea que
é, no entanto, facilitada por serem muitos
Técnico da Tdebrás janto à dnnonsl ração do / " circaito integrado pmjctado fxn bmsilcints. os elementos repetitivos e pelo emprego de
computadores e de terminais gráficos inte
rativos. A “receita final” terá o formato de
uma lista codificada que servirá para orien
Tal como um grande desenho moderno rio pode produzir milhões de fotografias di tar os métodos litográficos ou de feixes de
e multicolorido, um painel iluminado cha ferentes, cujo valor dependerá dos pendo elétrons em pregados na fabricação do
mava a atenção no estande do CPqD. res de cada artista”. chips.
Tratava-se da reprodução do 1 ? circuito de O Brasil fora das universidades ainda não E uma “receita de bolo” que já foi obti
dicado com características industriiis de apresenta a capacidade de difusão necessá da pela Telebrás para o desenvolvimento de
confiabilidade e de produção em massa de ria à fabricação de chips, daí a necessidade circuitos dedicados, o que permite projetar
senvolvido no Brasil. Dois microscópios de se recorrer a ATLI. Esse é um dos obje equipamentos de TCs com o emprego de
permitiam verificar os detalhes do circuito tivos do CTI, que foi inaugurado em Cam componentes projetados no Brasil. Isto ob
acabado “tal como se fosse uma pequena ci pinas no dia 18 de outubro apresentando viamente não é tudo, mas já constitui um
dade em miniatura”, como exclamavam sur uma linha de encapsulamento e a obtenção bom passo na direção do domínio de uma
presos os visitantes. da difusão. Duas empresas selecionadas pe tecnologia de ponta. .João Carlos Fonseca
Para entender a importância do fato é
preciso saber que a obtenção de um integra
do envolve 3 elementos principais: o proje
to do circuito, a tecnologia de fabricação e
obtenção do insumo básico ou pastilha e de
que até agora o Brasil “fabricou” integra
dos encapsulando (uma pequena parte da
fabricação) chips projetados e produzidos
no exterior.
O CPqD já desenvolveu 5 circuitos inte
grados dedicados (em contra posição do mi
crocomputador é que um circuito para uso
geral) para aplicação em equipamentos mul-
tiplex, codificadores e decodificadores
PCM e para placas para o equipamento Tró
pico. 0 1 ? chips projetado por brasileiros é
um interface universal de assinante em tec
nologia CMOS (complementary metal
oxide semiconductor) lançado em dezembro
de 81. A fabricação ficou por conta da AMI,
uma empresa especializada da Califórnia.
“A empresa que atua como fábrica de in
tegrados age como se fosse um laboratório
fotográfico — explica, por analogia, Victor
Blatt, um engenheiro do CPqD com 12 anos
de experiência na área de microcomputado
res, — “Você traz o seu filme e o laborató
Microscópio permitindo a ampliação do c h ip à disposição do público.
rio lhe devolve a foto. Um mesmo laborató