Page 17 - Telebrasil - Abril/Maio 2002

no Brasil, vem caindo continuamente: em
1999 era de R$ 55, em 2000 passou para
RS 48 e em 2001 declinou novamente
para RS 42.
- Agüentamos o peso de ser o único
nicho em que há competição real. Valente: Mudanças, mas sem correria
Além disso, servimos de complemen­
to para as metas de universalização da Visão da Agência
Anatei - lamentou-se Antonik, acres­
Adotando uma postura cautelosa, o
centando que somente com ajustes o
Purificación: Perigo de vida na longa distância então presidente em exercício da Ana­
modelo poderá atingir um “equilíbrio
tei, Antônio Carlos Valente, indicou que
dinâmico e pró-competitivo”.
a Agência pode reavaliar o modelo
se olhe. A telefonia fixa subsidia as ope­ O diretor da TIM destacou o surpre­
tarifário, incluindo valores de intercone­
rações móveis, enquanto a longa distân­ endente número de 120 recentes contra­
xão e preços ao público, com o objetivo
cia subsidia o serviço local. A ausência tos de interconexão que tiveram de ser
de equilibrar a receita das empresas. Mas
de subsídios cruzados inviabilizaria eco­ negociados pela operadora como exem­
afirmou que, antes, as operadoras têm
nomicamente o SMC como ele é con­ plo da necessidade de ajustes no modelo.
de sentar-se à mesa com a Anatei para
cebido hoje - sentenciou Flores-Roux. - Dois desses contratos não foram
negociar.
Baixo retorno concluídos porque as prestadoras sim­
- A Agência tem de se adaptar ao novo
Na visão de José Fernandes Pauletti, plesmente se negaram a fazer a interconexão. 1 7
cenário. Mas vamos precisar de tempo
presidente da Telemar Holding, será di­ Esperamos que o órgão regulador arbitre í
para avaliar corretamente todas as ques­
fícil dar continuidade às metas de sobre isto, até porque não queremos nada
tões. Ninguém vai fazer nenhum movi­
universalização do setor, pois os investi­ além das regras - desabafou ele.
mento sem que haja um estudo rigoro­
mentos em áreas de menor densidade são Antonik foi outro a defender que a Anatei
so, incluindo a utilização de consultorias TELEBRASIL/abrü-maio
maiores e têm retorno menor. incentive discussões em prol de uma revi­
internacionais - esclareceu, revelando
- Este modelo prejudica o acionista. são da carga tributária imposta ao setor.
que a Agência pode avaliar as causas da
Situação dele é a de quem foi convidado - Está claro que o poder público nada
inadimplência para não prejudicar os
para uma festa com as luzes apagadas. vai fazer. Hoje, o caixa do Governo liga
consumidores que pagam pelos que não
Ao chegar lá, ele descobre que está na para a operadora para saber quando vai
pagam.
festa errada. O mercado hoje é muito depositar o dinheiro dos impostos, dada
Valentel citou como exemplo de fle­
menor do que se imaginava. A taxa de a importância desses tributos ao bom an­
xibilidade da Agência a adaptação dos
retorno dos investimentos fica na casa do damento das contas públicas - ironizou.
instrumentos regulatórios na telefonia
1%, não sustentando o negócio. Ninguém Direitos e deveres
celular através do SMP, a fim de permi­
vai continuar investindo com um retor­ Para Francisco de Assis Barbosa, vice-
tir consolidações e ganhos de escala. Per­
no como esse — afirmou Pauletti, citan­ presidente de Relações Institucionais da
guntado sobre a necessidade de maior
do ainda a diferença existente em rela­ Vésper, a Anatei, apesar de seu padrão
velocidade nas mudanças, afirmou que
ção ao setor energético, que tem uma taxa ético inquestionável, errou ao deliberar
“se tivéssemos uma situação completa­
de retorno na casa dos 7%. direitos e deveres iguais para concessi­
mente insustentável, tomaríamos medi­
Carga tributária onárias e autorizadas, prejudicando a
das mais urgentes”. Haveria, na opinião
- Baixa rentabilidade também é a dura ampla competição entre ambas. Barbo­
dele, um alto índice de pré-pago com
realidade da telefonia móvel - lembrou o sa acrescentou como outra barreira à
baixa relação de receita.
diretor de Assuntos Regulatórios daTIM, competição o fato de que a demanda do
- Há uma dependência grande das re­
Roberto Antonik, citando agravantes mercado que restou para as empresas-
ceitas de interconexão e a tarifa do pré-
como a drástica redução de investimen­ espelho ser proveniente das classes so­
pago, em dólar; é uma das mais altas do
tos e a rápida obsolescência da infra-es­ ciais C, D e E.
mundo. Há necessidade de uma ade­
trutura do setor. “Os custos continuam a - As classes A e B não vão deixar a
quação nas tarifas de público do pré-
ser altos, dada a necessidade de acompa­ Telefônica para adquirir os serviços da
pago que, talvez, não estejam de
nhar a constante evolução tecnológica que Vésper — confessou Barbosa, que consi­
vidamente balizadas para o
o setor requer”, explicou. dera a falta de co-billing e a “imaturidade
mercado brasileiro.
Devido à expansão dos usuários junto e inexistência de escala mundial da tec­
às classes menos favorecidas, o ARPU nologia W LL” como outros entraves ao
(receita média por usuário) dos clientes, desempenho da Vésper no mercado.