Page 30 - Telebrasil - Março 2002
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Inovação



                                                    tecnológica







                                             Por  ser  uma  área  apoiada  no  capital  e  na
                                             tecnologia,  é  histórico  o  relacionamento  das

                                             telecomunicações  com  assuntos  industriais  e
                                             tecnológicos.  0  Código  Brasileiro  de

                                             Telecomunicações,  em  1962,  já  buscava  promover  e
                                             estimular  o  desenvolvimento  da  industria  de

                                             telecomunicações


      TELEBRASIL/março | 30     evoluiu em 1976 para uma Diretoria de   zação do poder de compra do Estado aca­  a reserva de mercado, foram danosas. Ou­
                esde a sua criação, a Telebrás con­
                                             internacional e os limites impostos à utili­
            D
                tava  com  um  Departamento  de
                                                                               tras produziram resultados relevantes como
                Pesquisa e Desenvolvimento, que
                                             baram resultando em um aumento do vo­
                                                                               o desenvolvimento das centrais telefôni­
                                             lume anual de importações do setor, que
                                                                               cas digitais, já citadas, com preços muito
           Tecnologia, à qual se vinculou o Centro
                                             passou  dos  5%  observados  no  final  dos
           de Pesquisa e Desenvolvimento — CPqD.
                                                                               multinacionais.
            Na década de 70, o poder de compra do   anos 80, para cerca de 20% em 1996.  abaixo  dos  praticados  pelos  fabricantes
                                               Com a abertura do setor de telecomu­
                                                                                 Essas razoes motivaram a inclusão, no
           setor foi utilizado como  instrumento de   nicações à competição, e com a privatiza­  projeto  de  lei,  de  disposições  especiais
           consolidação de um parque industrial no   ção,  era  de  se  esperar  que  esse  quadro   sobre o  tema, que foram bem recebidas
           Brasil, em parte, com a utilização de tecno­  evoluísse em direção a uma maior pulve­  pelo Congresso Nacional e transforma­
           logia desenvolvida localmente. Essa políti­  rização das compras de equipamentos, a   das na Lei Geral de Telecomunicações e
           ca frutificou nos anos 80, com a consolida­  busca por diferentes fontes de tecnolo­  também na Lei que trata do Fundo para
           ção do CPqD por meio da ativação comer­  gias e a maiores volumes de importações.   o Desenvolvimento Tecnológico das Te­
           cial dos produtos desenvolvidos, como as   Havia também o risco de ocorrer algum   lecomunicações.
           centrais de comutação digital “Trópico”, as   tipo de “desindustrialização”, devido aos   Recursos,  levantamentos  e  leis  têm
           fibras ópticas, o telefone público a cartão   altos  dispêndios  em pesquisa  e  desen­  sido criados para ampliar e melhorar o
           indutivo, as antenas de comunicações por   volvimento  necessários  para  manuten­  investimento  em  pesquisa  e  desenvol­
           satélite e os mulfiplexadores digitais para   ção da competitividade no setor e à es­  vimento. O Brasil tem auferido visibili­
           telefonia e para telegrafia.      cala do mercado brasileiro para amorti­  dade  em  casos  como  o  do  Projeto
            No final da década de 80, mais de 95%   zar esses investimentos.   Genoma. Promove para o mundo insti­
           dos investimentos eram canalizados para   Produzir componentes eletrônicos pode   tuições  como  a  Fapesp,  a  Fiocruz  e  a
           gastos internos, com as importações res­  ser a diferença entre  a inserção  ativa do   Embrapa. Desenvolve trabalhos impor­
           tritas a componentes e a instrumental de   Brasil na economia internacional e a con­  tantes, destacados pela ONU, nas áreas
           testes e medição. A abertura do mercado   denação a mais uma forma de dependên­  de  medicina  e  agricultura,  com  ênfase
           à competição, ocorrida no início dos anos   cia tecnológica. A questão não é nova no   para  a  exportação  de  tratamento  para
           90, veio alterar esse quadro. A exposição   País, pois desde os anos 70 há tentativas   portadores do vírus HIV.
           do setor industrial brasileiro à competição  de planejamento industrial. Algumas, como  No  mundo globalizado, onde  tecno­
                                                                               logia significa ganho  de produtividade
                                                                               e maior competitividade, o Brasil, com
                                                                               honrosos exemplos, entra na corrida ci­
                                                                               entífica.  O  de  maior importância  é  a
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