Page 66 - Telebrasil - Julho/Agosto 1997

EMPRESAS
C o l a b o r a ç ã o : A n a M a r i a
Revista Telebrasil — Como o sr.
avalia o segmento das telecomunica­
ções, principalmente agora, com a
aprovação da Lei Geral de Teleco­
municações (LGT)?
Verner Dittmer — Levou um certo
tempo para que chegasse à reta final,
mas seu resultado é satisfatório. No
contexto de abertura os processos são
outros o que exige uma competitividade
em diversos parâmetros, não só nos
preços.
RT — Ou seja, as regras do jogo
estão mudadas?
VI) — Sim. Sabemos que haverá uma
pressão sobre as empresas operadoras
por tarifas mais baixas e, evidentemen­
te, essa pressão recairá sobre todos os
fabricantes que, por sua ve/, deverão
apresentar soluções econômicas.
Serão formadas parcerias para criar
soluções com melhor qualidade e efi­
ciência. Um outro parâmetro importan­
tíssimo será o prazo. Acho que as fu­
turas operadoras privadas estarão dis­
postas a pagar algo mais para quem
fornecer o produto de imediato e isso
traz agilidade.
RT — Nesse novo cenário, então,
os padrões de eficiência serão mais
valorizados?
VI) — Sim. E isso ocorre com a dis­
tribuição de mercado. Quando a efici­
ência é um parâmetro mais valoriza­
do, as em presas têm ganhos maiores.
Assim como nós, acredito que muitos
de nossos competidores estão inves­
tindo em pesquisa e desenvolvimento,
em qualidade, em futuro e certamente
teremos mais chances no novo cenário
do que tínhamos até agora.
O l i v e i r a O / i v a N u m a i n f o r m
e n t r e v i s t a e x c l u s i v a
m o s t r a s e u
c o n h e c i m e n t o
V e r n e r D i t t m
s u p e r i n t e n d e n t e
E q u i t e i , r e v e / a c o m o
e m p r e s a s e p o s i c i o n a
f r e n t e à s m u d a n ç a s .
RT — Como a Equitei vem se pre­
parando para esse novo cenário?
VD — As novas operadoras não te­
rão a estrutura de engenharia que as
“tcles” têm hoje e certamente elas bus­
carão serviços completos de terceiros,
h o que queremos, pois vender equipa­
mentos eletrônicos está ficando desin­
teressante. pelas margens cada vez mais
reduzidas.
1 • nós temos algo maior, temos know-
how, tecnologia sistêmica, o que nos
torna provedores de soluções, uma vi­
são mais ampla que inclui equipamen­
tos e até coisas que não temos.
O importante é oferecer soluções com­
pletas, sem a necessidade de sermos es­
pecialistas em todo o conteúdo da solu­
ção, buscando parcerias com outros for­
necedores — a exemplo do que apren­
demos com os projetos turnkey.
RT — O ano fiscal do Grupo en­
cerra em setembro; os resultados
serão bons?
VI) — Estamos vivendo uma explo­
são de mercado e nós planejamos esse
exercício de uma forma mais cautelo­
sa. Tivemos surpresas positivas, com
entrada de pedidos que superarão a casa
de R$1 bilhão, e um faturamento da
ordem de R$850 milhões, contra os
R$750 milhões previstos inicialmente.
a t i v a Isto é muito bom para nós, pois re­
presentam os a metade do Grupo
o n d e
Siemens no Brasil e somos a unidade
a m p i o que mais cresce devido a essa explo­
d o m e r c a d o , são de mercado — principalmenteiu
e r , d i r e t o r parte pública.
Costumo dizer que essa festa vai ter
d a
fim, porque a demanda reprimida que
s u a
a Telebrás vem cobrindo, um dia esta­
rá atendida. Nossos prognósticos pan
daqui a cinco anos são de que o merca­
do crescerá bem menos e, consequen­
temente, nossa empresa também cres­
cerá menos.
I loje estamos nos preparando, tantoem
tecnologia quanto em área de negócios,
para segmentos considerados pequenos
mas que no futuro serão grandes.
RT — Q ue segmentos são esses?
VI) — Comunicação de dados.re­
des de acesso, soluções de Internet,e
banda larga, são alguns exemplos òe
segmentos que hoje ainda têm volume
de negócios bem menor que a comuta­
ção, a transmissão tradicional.
Mas nós estamos investindo maciça­
mente em gente, e em tecnologia, por­
que, segundo nossos prognósticos,ete
vão ter as mais altas taxas de cresci
mento. E nós vivemos de deltas... pan
onde o vento sopra.
RT — Seus competidores, deun
iodo g eral, têm essa visão do
iro?
VD — Alguns sim, outros nenitaf
. Eu diria que os grandes competi
s sim, principalmente aqueles qü
m uma visão internacional. H â#0
ie estão pensando linearmente, q1*
ndo se aperfeiçoar no jogo antiga
1 1 | • • - — mÒM\
RT — A liberação do trun^0'
pela LGT, foi positiva?
VD - Acho que a filosofia de 1®^
o mercado está correta. Gostará