Page 28 - Telebrasil - Julho/Agosto 1995
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João Carlos Pinheiro da Fonseca






















                                  semelhança de que “tudo que cai                                                                     vidos. Seria impensável ter a engenharia                                                                                informação  recebida  para  uma  parti­


                                  na rede é peixe*’, grande parte da                                                                  necessária para desenvolver este equipa­                                                                                cular saída  do  equipamento,  efetuando



                                 atividade  do  Centro  de  Pesquisa
                                                                                                                                      mento
                                                                                                                                                                                                                                                              uma  comutação.
                                                                                                                                                                   uma  maravilha  da  mecânica
                M                                                                                                                     fina                  ao  sul  do  Equador.  Para  o  ge­                                                               vimento  da  tecnologia  Trópico  (vide
                                                                                                                                                                                                                                                                      O esforço  que  constitui  o desenvol-
                                  e  Desenvolvimento  -  CPqD  da
                                Telebrás,  em  Campinas,  gira cm  torno  rente  do  departamento  de  sistemas  do



                                do aperfeiçoamento da rede do sistema  C PqD, Luis Fernando Baptistela,43, um                                                                                                                                                 tabela)  durou  mais  de  vinte  anos,


                brasileiro de telecomunicações. Um nú­                                                                                engenheiro formado pela Unicamp, com                                                                                    percorreu  longa  estrada  marcada  pela


                cleo central de transporte e roteamento,                                                                              quinze anos no Centro, foi a vulgarização                                                                               evolução  progressiva  do  produto  e



                meios de acesso a esse núcleo e termi­                                                                                da microcletrônica que abriu uma brecha                                                                                 transferiu  a  fabricantes  locais  o  know


                nais para manipular as informações sfio                                                                               para  que o  Brasil  passasse  a  dominar a                                                                             how necessário para colocação do equi­


                os  elementos  essenciais  da  rede  sobre                                                                            tecnologia digital  da  comutação.                                                                                      pamento no mercado. O poder de com­



                os  quais  se  debruça  a  criatividade  dos                                                                                  A  tecnologia  Trópico,  desenvolvida                                                                           pra  do  Sistema  Telebrás,  comandado


                pesquisadores do CPqD.                                                                                                no  CPqD  c  utilizada  no  Sistema  Tele­                                                                              pela  vontade  independente  do  Estado,



                        Só  para  citar  alguns  produtos  já                                                                         brás, compreende uma  família de equi­                                                                                  viabilizou  uma  política  industrial  que


                desenvolvidos neste contexto, citam-se                                                                                pamentos  de  comutação  digital  que                                                                                   ditada  pelo  Ministério  das  Comuni­


                as centrais de comutação digital. Trópi­                                                                              utiliza  o  agora  conhecido  princípio  do                                                                             cações  viabilizou  a  introdução  desta



                co, as fibras e os dispositivos ópticos, o                                                                            “comando  por programa  armazenado”                                                                                     nova tecnologia  no  País.


                sistema de gerenciamento automatizado                                                                                 ou mais simplesmente CPA.  Neste tipo                                                                                           Nomes  como  Siscom,  Trópico-C,



                de  redes,  Sagre,  e  os cartões  indutivos                                                                          de centrais, um computador dirige uma                                                                                    1 rópico-R  e  Trópico  RA  marcaram a


                para  telefones públicos.


                        A visão das redes no mundo é assunto



                complexo.  De  um  lado,  elas  são  vistas


                sob  o  ângulo  das  operadoras  que  num



                clima  de  monopólio,  hoje  contestado,


                tende  para  a  oferta  de  serviços  integra­



                dos. No outro extremo, as operadoras de


                televisão  a  cabo                                     principalmcnte  nos



                EUA                      representam  meios  físicos que


                agora  com  a  fibra  óptica  querem  partir



                para  seu  uso  bidirecional,  ainda  que  a


                ligação de  retomo seja complicada.



                        Uma  terceira  força  surge  com  o


               mercado  de  informática  que,  de  baixo



               para  cima,  integra  cada  ve/  mais  seus


               computadores através de concentradores



               c  roteadores  e  protocolos  de  acesso


               (TCP/IP) para formar LANs (Local Arca



              Network), WANs (Wide Area Network)


               e agora a Internet. A chegada da tecno­



               logia de pacotes ATM  (Assynchronous


               Transfer Mode) surge como uma grande



               força  unificadora  nas redes.







               0   Trópico  do  impossível


               1  louve época em que o desenvolvimento



               de uma central  de comutação era consi­                                                                                     Baptistela:  "a  tecnologia digital  Trópico,  desenvolvida  localmente pele>  CPqD e


              derado  apanágio  dos  países  desenvol­                                                                                                            pela  indústria  local,  não  tem medo  de  competir no mercado.
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