Page 32 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1994
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Debates:








                                 M o n o p ó l i o   E s t a t a l   X   P r i v a t i z a ç ã o






















                                                                                                                                                                                                                                              Brasil, além de termos carvão de péssima
                     Ludgero Pattaro, Pirelli- Ouví comentá­                                                                  operando um importante sistema como o                                                                           qualidade, a ligação do ferro com ele duran­


               rios na imprensa paulista sobre um grande                                                                      celular traria incovenientes para o desen­


               projeto  do  governo  do  Estado  para  um                                                                     volvimento das TCs no País.                                                                                    te muito tempo foi obstaculizada pela Serra


               sistema de fibra óptica no valor de US$15                                                                                                                                                                                      do  Mar,  que  não  tínhamos  condições  de

               milhões.  Segundo  esses  comentários,  a                                                                             Paulo Heslander, deputado - Acho que,                                                                   transpor.


                 Droposta  do  próprio  governador de  Sáo                                                                    historicamente, no  Brasil  a  relação entre a                                                                       Citei isso porque siderurgia é assunto


                 3auloé a criação de uma empresa operado­                                                                     iniciativa privada e a governamental sempre                                                                     "estratégico".  Uso  a  palavra  entre  as­


               ra privada, com a participação da Telesp e                                                                     foi incestuosa. O que se pede hoje no Brasil                                                                    pas, para perguntar: se nós privatizamos


               da Sesp-Eletropaulo como integrantes do                                                                        é menos interferência do Estado na Econo­                                                                       a  siderurgia,  porque  não  privatizar to­

               capital. Isto me parecequefereomonopóliio                                                                      mia. Na verdade, acho que nós temos que                                                                         das  as  outras  riquezas  que  acompa­


               das TCs.                                                                                                       estatizar o Estado. Ele está excessivamente                                                                     nham  nossa  infra-estrutura?  Energia


                                                                                                                              privatizado. O escândalo das empreiteiras é                                                                     elétrica e petróleo. Qual a diferença que


                      Lutero de Castro Cardoso, Telesp- 0                                                                     uma prova cabal disso. Não sobram recursos                                                                      existe entre os dois  para  o  desenvo vi-

               assunto de fato tem sido tratado em São                                                                        nem decência suficientes para aplicar no que                                                                    mento  nacional?


                Paulo. Juntamente com  a  Eletropaulo,                                                                        deveria. Antes de pensar em competição, é


                Sesp, Cia.de Força e Luz e algumas ou­                                                                        necessário  dar condições  para  a  empresa                                                                            Roberto Aroso, Embracon - Estive fazen­


               tros interessados, participei da discus­                                                                       estatal competir.  Na  hora em que ela tiver                                                                    do  algumas  conexões  e  verifiquei  que  a


                são. A intenção é fazer um grande pro­                                                                        essas condições, concordaremos em com­                                                                          posição do deputado Heslander em favor do

               jeto para transmissão de sinais de TV e                                                                        petir. Vamos manter o monopólio das TCs                                                                         monopólio estatal do petróleo e das comu­


                outras  coisas  mais,  utilizando  toda  a                                                                    sim e possibilitar, na revisão constitucional,                                                                  nicações contrastam um pouco com afigura


                rede  elétrica  existente  no  interior  do                                                                   a  autogestão  das  empresas  e  diminuir  a                                                                    dos  bandeirantes,  que  romperam  a  linha


                Estado.                                                                                                       excessiva interferência política, queé nociva.                                                                  demarcatória  do  Tratado  de  Tordesilhas,

                      Tivemos discussões bastante acaloradas                                                                                                                                                                                  respeitada pelas Entradas, que eram ofici­


                e vejo a Telesp como majoritária nesse pro­                                                                           Gen.  Alencastro  ,  ex-presidonte  da                                                                  ais. Nessa mesma proporção, o álcool, que


               jeto. A parte legal ficou  para ser discutida                                                                  Tclebrás- Nao vou fazer perguntas, ape­                                                                         é  um  produto  brasileiro  único  no  mun­


                numsegundofórum.Oprojetoóeconomica-                                                                           nas  reminiscências.  Em  1946,  na  antiga                                                                     do. A sua tecnologia foi uma criação da


                mente viável, com uma taxa de retorno do                                                                      Escola  Técnica,  hoje  IME,  foi  paraninfo                                                                     iniciativa  privada.  No  entanto,  ele  vem


                investimento muito boa. E isso já mostramos                                                                   Edmundo Macedo Soares, construtor da                                                                            sendo  cerceado  pelo  poder  estatal,

               ao Secretário de Estado de São Paulo, sr. Luiz                                                                 Cia.Siderúrgica Nacional. Ele nos convi­                                                                         notadamente pela Petrobrás. Porque, em­


               Carlos Santos. Ele ficou de refletir para pos­                                                                 dou  para  visitar  a  siderúrgica  e  após  o                                                                   bora a sua produção seja privada, a sua


               teriormente voltarmos a debater o assunto.                                                                     jantar conversamos. Éramos um anima­                                                                             distribuição, o seu transporte e a fixação



                                                                                                                              do grupo de 35 pessoas. Culta, a conversa                                                                        dos seus preços são atribuição estatal.
                       Luiz Carlos Bahiana  ,  Telebrasil -  Não                                                              de então talvez possa dar resposta a uma                                                                               Há, no meu modo de ver, uma camisa


               haveria  uma  maneira  de  fazer  algumas                                                                      das afirmações feitas aqui pelo deputado                                                                         de força para o álcool no Brasil. Há espa­


               experiências controladas,  a  exemplo  das                                                                     Paulo Heslander, sobre  as  razões pelas


               parcerias que empresas telefônicas estão                                                                       quais nós não acompanhamos a Revolu­                                                                             ço  para  o  álcool  e  os  demais combustí­


               fazendo?  E  se  nós,  por exemplo, fizésse­                                                                   ção Industrial.                                                                                                  veis, principal mente considerando-se sua


               mos mais uma experiência com a telefonia                                                                             Na  conversa  na  siderúrgica,  Edmundo                                                                    característica  não-poluente.  A  exemplo


               celular,  mudando  os  termos  -  evidente­                                                                    Macedo Soares disse que não acompanha­                                                                           das  Entradas,  que  eram  oficiais  e  das

               mente, falar em "serviço público restrito" é                                                                   mos a Revolução Industrial porque nenhum                                                                          Bandeiras,  que  eram  privadas,  no  caso


               uma aberração filológica - para se implan­                                                                     paísquedeixoudedominaratécnicadoaço                                                                              das telecomunicações, - mutatis mutandis


               tar uma competição? Já que todas as ope­                                                                       conseguiu  ingressar  nessa  sociedade.  Os                                                                      - nao estaria o  poder estatal  limitando a


               radoras  estão  com  os  seus sistemas  im­                                                                    Estados  Unidos têm  até  hoje,  em  todo  o                                                                      ação de movimentos privados nacionais?


               plantados, poderíamos nessa experiência                                                                        mundo, a mais barata ligação do ferro com


               esclarecer se realmente a iniciativa privada                                                                   o  carvão,  que  é  o  transporte  fluvial.  No                                                                          Paulo  Heslander  - A terceira  revo­

                                                                                                                                                                                                                                                lução  in d u s tria l  se  dará  com  a


                                                                                                                                                                                                                                                informática.  Terá  poder  não  quem  ti­


                                                                                                                                                                                                                                                ver mais armamentos, mas quem tiver


                                                                                                                                                                                                                                                mais informação. Futura mente a guer­

                                                                                                                                                                                                                                                ra  não será de aço, mas de neurônios.



                                                                                                                                                                                                                                                Aarea das telecomunicações no Brasil

                                                                                                                                                                                                                                                e  aclamada  por todos  examente  por­


                                                                                                                                                                                                                                                que  o  regime  m ilitartinha  especialis­


                                                                                                                                                                                                                                                tas competentes, que possibilitaram o


                                                                                                                                                                                                                                                desenvolvimento.


                                                                                                                                                                                                                                                      João Henrique, Schaim Cury-Os dirigentes,


                                                                                                                                                                                                                                                pn nci pa I m ente os poI íticos, q ue dita m os ru mos


                                                                                                                                                                                                                                                desse  Pais,  precisam  ver  de  maneira


                                                                                                                                                                                                                                                macroscópica. Eu não tenho dúvida de que o

                                                                                                                                                                                                                                                setor privado seria extremamente competente,


                                                                                                                                                                                                                                                tanto no setor dastelecomunicações quanto no


                                                                                                                                                                                                                                                do petróleo. Defendo a privatização no sentido


                                                                                                                                                                                                                                                de retirar esse ônus do Estado, para que ele


                                                                                                                                                                                                                                                possa sededicaraoquerealmenteéestratégico.
                                                         A mesa W * conduziu os debates do XXVII Painel Telebrasil
                                                                                                                                                                                                                                                      Diariamente vejo na TV pessoas mor-
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