Page 28 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1994

MERCADO ¦
B r i g a
Fervilha um a disputa entre as em presas
fornecedoras de equipam entos de teleco­
m unicações (com tradicionais unidades fa­
bris no Brasil) e as que im portam equipa­
m entos prontos do exterior ou que efetuam
sim ples m ontagem na Zona Franca de
M anaus. A T E L E B R A SIL optou porabstra-
ir-se da argum entação em otiva para regis­
trar um pouco do universo frio dos números.
Em term os rápidos, o m ercado de equipa­
m entos de telecom unicações no Brasil
totaliza cerca de US$ 1,1 bilhões, abrangen­
do onze categorias. Três dessas - com uta­
ção, rádio, sistem as celulares - abiscoitam
quase m etade (US$ 530) do mercado, com a
com utação (U S$220 m ilhões) representan­
do a parle do filé m ignon, seguido de perto
pelos sistem as celulares (U S$190 m ilhões).
Não devem ser desprezados, no entanto,
os sistem as de transm issão - ópticos e
multiplex - os sistem as VSAT, standard A c
ponto-a-ponto e os sistemas de hierarquia
síncrona digital, cada categoria desses siste­
mas representando um faturamento potenci­
al de US$100 milhões. Podem ser considera­
dos categorias menores: pabx (US$80 mi­
lhões), fac-símile (US$50 M), gerenciadores
de rede (US$50 M), kcy-systcms (US$40
M), aparelhos telefónicos (US40S M).
O Brasil entra na década de noventa
sob o impacto de profundas mudanças
em seu contexto político, social e eco­
nômico. Tais mudanças, começam a
afetar o ambiente dos negócios e devem
levaras empresas a criar condições para
venceras turbulências que delas decor­
rem. Na esteira dessas transformações -
- com as quais se debatem quase todas
as organizações -- sobressai, como ne­
cessidade imperiosa para o meio em­
presarial, o aumento do clima produti­
vo, a redução dos custos e o aprimora­
mento da qualidade do binômio produ­
to-serviço. Nos dias atuais, as empresas
almejam, mais do que nunca, a busca de
uma maior aproximação com o cliente,
visando, com isso, alcançar melhores
níveis de competitividade.
A sociedade, hoje, reflete carências e
demonstra anseios cujas origens po­
dem ser inferidas na existência de uma
demanda para bens e serviços,
manifestadamente superior às disponi­
bilidades, reais e programadas, de que
ela dispõe. Este c um fenômeno univer­
sal que acontece, tanto nos países ricos
quanto nos mais pobres e tem como
base o impulso permanente do ser hu­
mano na busca incessante de novos e
p o r m e t a d e d e U S $ 1 ,1 b i l h ã o
Vale observar que os elem entos m ais m entos para aplicações co n sid erad as "no­
tradicionais dos sistem as de co m u n ica­ vas", com o sistem as de co n tro le vsat, redes
ções que form am a espinha dorsal do S is­ inteligentes, sistem as sdh, geren ciad o res de
tem a T elebrás, incluindo com utação te le ­ rede e handsets para telefo n ia m óvel. A
fônica, transm issão rádio e óptica, pabx, tecnologia local - com base no C PqD - se faz
são basicam ente reservadas à in d ú stria m ais forte na central de com utação T rópico,
local, ao passo que em key System s, cen ­ m ultiplex, sistem a ópticos, rádios digitais e
trais para telefonia m óvel, fac-sím ile e key Systems. Segundo levantam entos, a pro­
aparelhos telefônicos os produtos fab ri­ dução local tem capacidade, de suprir, pou­
cados no país com petem com os eq u ip a­ co m ais da m etade (U S $620 M ) do m erca­
m entos vindos de fora. dor interno de T C s, com cerca de (U S $ 2 10)
Já os bens im portados cobrem equipa­ utilizando tecnologia local. (J.C.F.)
Fabricar aqui on importar?
T e m p o s d e M u d a n ç a
melhores bens e serviços para seu bem- nizações em relação ao mercado, sem
estar. A satisfação da demanda de hoje, a qual dificilmente elas estarão aptas a
por sua vez, leva a novos patamares de enfrentar a concorrência. A questão
desenvolvimento que geram a demanda envolve, em seu bojo, uma reavaliação
de amanhã. por parte das empresas, de seus méto­
A visão deste quadro, cuja dinâmica dos e processos de trabalho no sentido
vem crescendo nos tempos atuais, con­ de ajustá-los aos novos requisitos
duz a reflexões de como deve se com­ tecnológicos e mercadológicos que a
portar a empresa moderna. Em primei­ moderna conjuntura impõe. A tônica
ro lugar, ela deve abandonar tudo que dessa reavaliação deverá estar centrada
se parecer com uma postura conserva­ na atividade de marketing, com espe­
dora c passiva. Os tempos mudaram e o cial ênfase na qualidade do produto e
cliente de hoje já não mais aceita, como na sua identificação com as reais ex­
no passado, qualquer produto que lhe pectativas do cliente. É importante
queiram impor. O usuário — o grande perceber que, daqui para frente, o que
cliente, sobretudo — possui conheci­ vai separar o vencedor do perdedor é a
mento do que é melhor para ele e para demonstração de eficiência junto ao
sua organização, além de estar razoa­ cliente e, sobretudo, a capacidade de
velmente familiarizado com os últimos oferecer o que ele realmente deseja.
avanços da tecnologia. Além disso, ele
vem se tornando cada vez mais consci­
ente e decidido a fazer valer os seus A.G. Rossini Thales
direitos de consumidor. Couto Junior é
Não é difícil perceber, nos dias atu­ engenheiro e gerente
ais, que muitas empresas oferecem um de distrito de
produto que está longe de satisfazer o operações na TFI.FRJ
cliente quanto ao preço, tecnologia e e pós-graduado em
qualidade que o consumidor deseja. marketing pelo
Instituto de
Faz-se necessária, portanto, uma mu­ administração e
dança urgente na postura dessas orga­ gerencia da PUC-RJ.