Page 19 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1993

rão à televisão de alta definição e é
um sistema independente.
EUA
Além da Europa, EUA e Japão se
movem em direção à Televisão de
Alta Definição. Nos Estados Unidos,
cabe ao FCC regular os sinais de TV
difundidos pelo ar, mas não os que
chegam ao receptor, via satélite ou
por fibra óptica. Com vistas à Tele­
visão de Alta Definição, o FCC criou,
em 88, o “ Advisory Council on Ad­
vanced Television Services-ACAT” ,
que conta com participação de ope­
radores de televisão e fornecedores
de equipamentos. Uma importante de­
finição do ACAT é que a televisão
de alta definição será mantida com­
patível com o atual padrão de televi­
são norte-americano, o NTSC (525
linhas, 50 H Z, 6 M H z de faixa pas­
sante) que aliás - salvo a parte que
trata da cor, que é PAL - é muito
semelhante ao do Brasil.
Outra resolução do ACAT é que
os EUA deverão praticar “ simulc&st” ,
isto é a difusão de uma mesma ima­
gem, tanto em TVAD, com forma­
tação 16:9, quanto por NTSC, em
4:3, a fim de preservar os investi­
mentos já existentes. Em junho de
93, o FCC pretende já ter definido a
política de implantação da sua High
Definition TV - HDTV. A ACAT
decidiu também que o ano 2008 se­
ria o limite de vida da atual TV con­
vencional.
Nos EUA, a indústria da distri­
buição de sinais de TV por cabo é
(formatação da tela 16:9 e faixa passante de 6 MHz
Descrição
ACTV
Nippon Hoso Kyokay
EDTV
HDTV
Ze A
CCIR
1987
Muse é sistema japonês para transmissão de TV e significa "Multiple sub-Nidquist Sampling Encoding";
CCIR é Comité Consultivo Internacional de Rádio, um orgâo da UIT agência especial da ONU para
assuntos de TCs.
muito forte. São 8.400 sistemas, dos ra no ano 2005 para uma TVAD to­
quais 3 mil distribuem mais de 30 talmente digital. O problema a^ser
canais de televisão para seus assinan­ ainda solucionado é o de comprimir
tes. Fruto de uma audiência cativa, os sinais da futura TVAD de modo
a indústria da cabodifusão tem de­ que ocupem apenas a faixa passante
monstrado escasso interesse na im- de 6 MHZ, dos atuais sinais de TV.
plantanção da TVAD. Tais redes de “O sinal digital é muito bom mas
cabodifusão, que podem oferecer até sofre nas regiões em que a onda de
18 a 20 filmes simultâneo, têm como rádio chega muito fraca ou margi­
opção prioritária investir na indús­ nal” , afirmou Van Oesteren, acres­
tria de vídeo. centando que existem muitas solu­
Para um futuro mais remoto já se ções sendo apresentadas no mercado
pensa na televisão de alta definição para a implementação da Televisão
dotada de um sinal totalmente digi­ de Alta Definição. (vide Tabela)
tal. O sinal da televisão convencio­ A distribuição da televisão, atra­
nal é do tipo analógico, tecnicamen­ vés de satélites, permitirá que o usuá­
te definido como modulação por am­ rio capte sinais de TV utilizando pe­
plitude modulada com vestígio de ban­ quenas antenas. Só nos EUA, este
da lateral e que cabe em 6 MHz de mercado representa cerca de 10 mi­
espectro. A indústria ainda não “ di­ lhões de domicílios que não são atin­
gitalizou” a imagem da TV por que gidos pela TV a cabo, mas que pos­
isto geraria um sinal que gastaria pa­ suem aparelhos de TV para recepção
ra ir ao ar de quatro ou cinco vezes no padrão NTSC. No mundo, a dis­
mais espectro eletromagnético - um tribuição de sinais de TV, em banda
bem escasso - do que os sistemas ana­ estreita, rumam para os sistemas ja­
lógicos existentes. Uma imagem sob ponês Muse e para o europeu HD
forma digital, porém, é bem mais fle­ MAC/Packet. Já os sistemas deno­
xível e seus pixels podem ser mani­ minados de “faixa larga” resultam
pulados por computador, ainda que em faixas passantes da ordem de 50
ela requeira muita memória para ser a 120 MHz que “estôuram” o espec­
armazenada. tro eletromagnético preconizado pe­
Um cronograma, tentativo, para lo CCIR para difusão direta de TVAD
a introdução da televisão digital se­ e ficam relegados a um futuro mais
ria o seguinte: em 1995, surgiria uma distante.
TV digital com definição de imagem
da TV analógica; ainda em 95, uma Japão
TV digital melhorada, com formata­
ção 16:9 e para ser difundida via ca­ O Japão optou por seguir dois ca­
bo ou por satélite; a partir de 95, minhos parâ sua televisão de alta de­
uma TV digital com imagem de mé­ finição, com tecnologias independen­
dia definição que poderá evoluir pa­ tes e não compatíveis. Um deles é o
aprimoramento de seu sistema de TV
tradicional, NTSC, para distribuição
Sistemas Propostos para TVAD por radiodifusão. E o Enhanced De­
finition TV-EDTV, ou Clear Vision,
com formatação 4:3, a ser lançado
imagens ou em 1996 com formatação 16:9. A Te­
Linhas campos por Observações
segundo levisão de Alta Definição-TVAD se­
rá reservada para uso via satélite, com
um sistema Muse, por iniciativa con­
1050 30 Advanced Compatible Television, compatí­ junta do MITI, PTTs, NHK e Japan
787,5 60 vel com NTSC de 525 linhas/60 HZ
Broadcasting Corp.
O primeiro satélite japonês expe­
1.125 60 Demonstrado em 1981, em São Francisco rimental, BSE (Broadcast Satellite Ex-
(Cal.). Compatível com o sistema de trans­
missão Muse. Apoio da Sony. períment), para difusão direta de TV
Hi-Vision, data de 1978. Já o pa­
525 30 Extended Definition Television, analógico, drão Muse (multiple sub-nidquist sam-
apoio Philips e Thompson. pling encoding) foi lançádo em 84
pela Nippon Hoso Kyokay-NHK pa­
1050 130 High Definition Television, digital, apoio Phi­ ra transmissão de sinais de TVAD
lips e Thompson.
via satélite. O Muse comprime o si­
nal de TVAD para 21 a 24 MHz,
787 60 Apoio da Zenith e da AT&T. assim mesmo requerendo quatro ve­
zes mais faixa passante do que re­
quer a TV convencional. O Muse foi
1250 50 Em 1985 o CCIR queria 1125 linhas/60 cam­
pos. lançado com grande impacto na reu­
nião anual da SMPTE, uma socieda­
de de engenheiros, em São Francis­
co, constituindo a data um marco na
história da TVAD. ( TCF\