Page 16 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1992

0 m u l t i c o n g r e s s o d a S o c i e d a d e

B r a s i l e i r a d e C o m p u t a ç ã o

comunidade acadêmica, represen­ interação homem-máquina sob forma dores em 50 escolas.
A tando a inteligência nacional na de multimídia, do processamento pa­ uma centena de programas desenvol­

Do lado do software existem aqui

ralelo da informação e dos algorit­
área de informática, promoveu nas

mos de compactação de sinais digi­
dependências do Instituto Militar

da é disperso. A PUC/RJ tem uma
de Engenharia-IME e da Escola de tais. O congresso recebeu um finan­ vidos para ensino mas o esforço ain­

Guerra Naval, no Rio de Janeiro, o ciamento de 80 mil dólares do CNPq linguagem Logo contendo editor de

XII Congresso da Sociedade Brasilei­ e da Finep complementados por 8 mil texto, editoração gráfica, base de da­

ra de Computação-SBC. Agregando dólares de ingressos pagos pelos par­ dos e planilha eletrônica para ser uti­

eventos especializados, o Congresso ticipantes. lizada por alunos. Como se sabe, o

abrangeu a educação superior em com­ Segundo Manoel da Silveira, cres­ Logo nasceu em 1960 com os traba­

putação na América Latina; a con­ ce a presença do trabalho científico lhos de Pappert que a utilizou para

cepção de circuitos integrados; a inte­ do Brasil no exterior onde os mes- ensinar crianças. Algumas instituições

ligência artificial; a informática apli­ trandos brasileiros são muito bem acei­ privadas desenvolvem seus próprios

cada na educação; a computação na tos para prosseguir em seu doutora­ programas como o curso Objetivo que

Universidade; além da realização do mento. “ A dificuldade que temos é os dissemina por sua rede de 200 es­

tradicionalíssimo XIX Seminário In­ repassar nosso conhecimento à indús­ colas. O Senac, de São Paulo, por

tegrado de Software c Hardware-Se- tria local c já se nota algum êxodo de sua vez, editou um livreto acompa­

mish. profissionais para o exterior devido à nhado de disquete sobre “Introdução

Os quase setecentos congressistas falta no País de desafio tecnológico” , ao Micro” .

presentes, em sua maioria professo­ lamentou o presidente cia SBC. No Rio Grande do Sul, a Univer­

res e estudantes de computação de sidade privada do Vale dos Sinos de­

todo o Brasil, ainda puderam articu­ Ensino senvolveu um treinador lógico para

lar a premiação dc teses, dissertações programação. Em Santa Catarina, a

e trabalhos dc iniciação científica, do O uso do computador no ensino UFSC já produziu o Geoplano para

encontro dc estudantes cm computa­ ainda gera muita polêmica. No Bra­ estudo de polígonos, bem como di­

ção, além dc diversos minicursos de sil, apenas meio por cento das escolas versos ambientes para aprendizado

atualização em informática como cm se valem deste recurso pedagógico, en­ computacional, inclusive com o uso

base dc dados, fractais, robótica c re­ quanto metade dos estabelecimentos de sons. Na Coppe/UFRJ, Ana Regi­

des neuroniais. O próximo Congres­ de ensino norte-americanos se valem na da Rocha chegou depois de 1.600

so da SBC será cm Florianópolis e o dc computador. Segundo Celso Nis- horas de desenvolvimento ao “Amé­

dc 1994 em Minas Gerais. quié, da Faculdade Carioca dc Infor­ rica à Vista” , um programa em hi­

O presidente da SBC, Pedro Ma­ mática, o computador na escola tem pertexto que permite ao aluno “nave­

noel da Silveira, do Núcleo de Com­ o triplo papel de tutor de ensino, fer­ gar” ludicamente para obter infor­

putação Eletrônica-NCE da UFRJ des­ ramenta para editar textos, e como mações referentes à descoberta da

tacou a excelência dos quase cem tra­ instrumento de ensino da informáti­ América.

balhos científicos apresentados que, ca. Em São Paulo, o projeto Genesis Há discussão se o computador de­

dentre outros assuntos, trataram da se destina a implantar 800 computa­ ve entrar na escola pelo caminho do

professor ou se ele virá pela pressão

da sociedade que terá computadores

em casa. Há um choque entre o ensi­

no por computador e o ensino tradi­

cional, e muitas escolas não introdu­

zem computador por não saber como

fazê-lo. Em São Paulo, 75% das es­

colas têm televisão; 50% têm video­

cassetes e 45% retroprojetores, que

são pouco utilizados, e porcentagem

ainda menor têm computadores.

Dentre os temas abordados no Con­

gresso citam-se o da Inteligência Ar­

tificial em que ocorrem divergências

se ela é uma ciência ou uma tecnolo­

gia. De acordo com especialistas, a

briga se insere no quadro mais gerai-

se a ciência deve ser teórica ou mais

imediatista. Todos estão de acordo

que a inteligência artificial nào de'1’

ser vista como uma réplica da intel'

Mesa dc abertura cio XII Congresso cia SBC, realizado no Instituto Militar dc Engenharia-IME. gência humana, que é biológica e eL