Page 12 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1992
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Política
das fibras
ópticas
Campinas-SP
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cipais rotas de curta distância da Em- para derivações operando nas janelas só poderão melhorar se for mantida
bratel, que vão totalizar, até 1994, de 1,3 e 1,55 nm, com 565 M bit/s e 2 uma demanda crescente. Segundo ele,
nove mil km de fibra (a maioria em G bit/s iniciais e depois até 2,5 G bit/s. “ necessitamos com urgência de uma
m onom odo). Nas rotas interurbanas, A Embratel prevê utilizar, até 1994, política clara para processos de aqui
a idéia é completar, até 1996, um triân 54 mil quilômetros de fibra operando sição” e deveríamos “ recorrer ao pro
gulo de cabos óticos entre Rio-São a l,55nm e 75,6 mil km a 1,3 nm. duto estrangeiro somente em caso de
Paulo-Brasília, com extensões para O ciclo de palestras foi encerrado escassez ou altos preços ou ainda quan
Goiânia e Curitiba, passando ainda por Santos Gouveia, chefe do depta- do se tratar de má qualidade do pro
por Belo Horizonte, num total de 3 mento de foncedores do Sistema Te- duto nacional.” Também será preci
mil quilômetros de percurso. O tre lebrás, que defendeu a reserva de mer so definir que produtos a indústria
cho RJ-SP, ganho pela NEC, deve cado (1984/89) para fibra. “ A tecno deve, ou não, fabricar no País.
ficar pronto em 1993, incluindo 50% logia do CPqD, que custou US$17,5 Durante os debates foi lembrado
de cabo óptico importado. Quanto ao milhões serve para manter aceitáveis que o Congresso discute nova Lei de
trecho RJ-BH, até o momento de re os preços da fibra ” , afirmou o con licitações para o sistema público que
dação desta matéria, estava com sua ferencista. Em seguida apresentou da poderá afetar muito a conjuntura in
licitação em julgamento. dos da melhoria de nossa fibra como dustrial; que o impacto da “moderni
O carro-chefe das licitações de lon atenuação, custos e índices de disper dade” e abertura dos portos, a partir
ga distância da Embratel é o trecho são. de 1990, poderá ter sido demasiado
Rio-Fortaleza, num percurso total de Para Santos Gouveia temos um mer brusco e ronda o perigo de se inviabi
sete mil quilômetros, incluindo-se os cado anual de fibra entre 150 e 200 lizar o pouco de indústria aqui insta
trechos submarinos e terrestres. Es mil quilômetros. Qualidade e preços lada, se passada a recessão a impor
tão concorrendo para esta rota as em tação for feita de modo indiscrimina
presas Alcatel, Alcoa, Equitel, Erics do; que no Japão, a NTT se associou
son, Ficap, Furukawa, NEC, Schain com a Furukawa, Sumitomo e Fuji-
Cury(Northern), SIDN(AT&T), Pircl- kura e obteve “ know-how” necessá
li, Prom on, Splice, algumas só para a rio sem desenvolver fibra óptica, co
parte terrestre, constituída dos trechos mo aqui. Todos estiveram de acordo
São Mateus-Porto Seguro e Natal-For num ponto: falta uma política indus-
taleza. trial.ir * (••)
A implantação das rotas ópticas de (•)A palestra de Leôncio Vieira de Rezende está sen
finidas pela Embratel — que detém do publicada na íntegra em separado.
(••) O Laser Fabry-Perrot, ou FP, utiliza dois espe
os contatos com o DNER, ferrovias c lhos para seu funcionamento; já o laser de “distribu
empresas de energia — será em regi ted fecdback” ou DFB, ao invés de espelhos, empre
ga uma rede de difraçào que reflete seletivamente J
me de “ turn-key” . Numa segunda fa
luz. Com isto, se consegue emissão em raia de maio
se, enlaces complementares formarão pureza espectral, boa para aplicações na transmissão
F. Smolka (ABC Xtal). de pulsos.
uma malha óptica, cobrindo o País,
até 1987. Cidades litorâneas, entre Rio
e Fortaleza, serão atendidas por enla T e c n o l o g i a d a f i b r a
ces subm arinos com velocidades
STM-4 (de 622 M b it/s) ou STM-16 O processo MCVD — urna evolu em 1,3 e 1,55 míeron alcançam 0,5 c
(2,5 G bit/s) transportadas em cabos ção da tecnologia de produção de fi 0,3 dB/km . Quanto menor a atenua
de 12 a 36 fibras operando na janela bra cm laboratório — é descontínuo, ção, maior a distância alcançada pelo
com base ern pre formas de vidro e per sinal, sem uso de repetidores.
de l,55nm .
mite chegar a 40 quilômetros de fibra Para transmitir dados, a manuten
As rotas terrestres terão um cabo
sem emendas. É o único processo em ção da pureza do pulso transmitido è
direto entre 24 e 36 fibras e outro uso no Brasil. O processo VAD, com importante e se traduz pela dispersão
deposição axial de gases, permite che cromática da fibra (picossegundos por
gar a 300 quilômetros de fibra. O pro nanômetros-quilômetro) ou sua largu
cesso OVD, com deposição externa de ra de faixa (megahertz-quilômetro). Fi
gases, desenvolvido pela Corning, per bras a 1,3 míeron podem ser otimiza
mite chegar a 500 quilômetros de fibra das para operar com dispersão cromá
numa só bobina. A Pirelli utiliza OVD tica próxima de zero ou seja quase sem
na Itália, VAD na Inglaterra e MCVD distorção do pulso transmitido.
na STC inglesa e no Brasil. A AT& T Fibras podem ser feitas para operar
chega a fabricar 1,5 milhão de quilô em dupla janela, como em 0.85 e lj
metros de fibra em tecnologia MCVD, míeron, o que permite duplicar a ca
mas está se associando à Sumitomo pacidade de uma rede já instalada. Sa
para ter a tecnologia VAD. janela de l,5m míeron, fibras com Ín
Fibras operam em “janelas” ou pon dice de dispersão deslocada, combinam
tos favoráveis de condução da luz. As baixa atenuação e baixa dispersão. Es
janelas são de 850; 1.310 e 1.550 na- tudam-se agora fibras com base no
nômetros. Fibras multimodo — aque Flúor, que terão atenuação quase zero
las em que a luz se propaga em diver na faixa dos infra-vermelhos (mas são
sos modos eletromagnéticos — levam mecanicamente rígidas) e fibras de ou
a atenuações de 2,5 dB/km na primei tros materiais para instalações de bai
ra janela, fibras monomodo operando xo custo.
A. R. Santos (Tclcbrasília).