Page 12 - Telebrasil - Maio/Junho 1992

que já são operados na área metropo­ Brasil

litana de Buenos Ayres. E são imi­

nentes licitações para exploração da A situação brasileira foi descrita

telefonia celular no interior do País. no Forum do Américas Telecom por

A Argentina tem cerca de 3 milhões Roberto Blois, da Secretaria Nacio­

de usuários de Televisão por cabo ser­ nal de Comunicações Privadas, na au­

vidos por cerca de mil estações de sência do Ministro(já depostojjoão San­

CATV. tana, como a de ‘‘um sistema bem

administrado" apresentando, porém,

uma demanda reprimida da ordem

de 20 milhões de linhas e distorções

políticas difíceis de reprimir. Ele re­

gistrou o empenho da atual Adminis­

tração em emendar a Constituição que

atualmente proibe a privatização dos

telefones argentinos, operados pela es­ serviços públicos de TCs e lembrou

tatal Entel, estavam, segundo Germán que dentre do atual quadro legal bra­

Kammerath, atual secretário de co­ sileiro grande número de serviços co­

municações, em uma virtual ‘‘situa­ mo os de redes privadas e especiali­

ção de choque" com pessoal desmoti­ zadas além de serviços móveis e de

vado, corrupção campeando e falta informações bem como os serviços de

de estratégia *de crescimento. Com o valor agregado podem ser liberaliza­

desmembramento da Entel, 60% de dos. Roberto Blois referiu-se, porém,

seu capital foi privatizado e 30% foi ao desafio que os empregados das es­

colocado na bolsa de valores.. tatais estão promovendo nas cortes

O Plano argentino de telecomuni­ de justiça a favor da estatização, co­

cações prevê investimentos de 6 bi­ mo ‘‘uma lição sobre o modelo de

lhões de dólares para os próximos qua­ desenvolvimento setorial baseado em

tro anos. Em termos de telefonia ce­ grandes empresas estatais".

lular, Telecom e Telefonica vão criar

Sub secretário de TCs Kammerath explicando
uma sociedade para competir com a as mudanças ocorridas na Argentina.

atual operadora dos 33 mil terminais

B rasil in ferior a A rg en tin a e M éxico

De acordo com a União Interna­ são 57 linhas telefônicas para cada linhas por 100 habitantes).

cional de Telecomunicações - UIT, a 100 habitantes e nos EUA são 65 li­ O Brasil, com seus 150,2 milhões

América Latina precisará instalar até nhas ou seja nestes países toda famí­ de habitantes e 8,5 milhões de quilô­

o final deste século um adicional de lia goza no mínimo de um telefone. metros quadrados, gera um produto

85 milhões de linhas telefônicas,a fim A título de lembrete, os Estados Uni­ bruto de 326,2 bilhões de dólares cor­

de prover a uma população estimada dos apresenta um produto nacional respondente a 2169 dólares per capi­

em 514 milhões de pessoas com a mo­ bruto de 4,9 trilhões de dólares que ta. O México, com metade da popula­

desta densidade de 10 a 15 linhas por dão à sua população de 250 milhões ção do Brasil e um território 4 vezes

100 habitantes. Tomando como base de habitantes uma renda per capita menor, tem um produto bruto de 175

1500 dólares para o custo do termi­ de 19.560 dólares. O Canadá, por sua bilhões de dólares e uma renda per

nal, isto representa um esforço de cer­ vez, gera 489 milhões de dólares e dá capita de 1980 dólares. A Argentina

ca de 100 bilhões de dólares para que sua população de 26,5 milhões de ha­ com cerca de 1/5 da população e 1/3

os latinos americanos alcancem um bitantes uma renda per capita de da área do Brasil tem um produto

patamar mínimo, razoável, de comu­ 18.470 dólares anuais. bruto 4 vezes menor que o brasileiro

nicação. O Brasil, com suas atuais 9,49 Mas mesmo se confrontadas ao res­ mas ostenta uma renda per capita de

milhões de linhas telefônicas e densi­ tante da América Latina e devido a 2600 dólares. A Venezuela com terri­

dade de 6,26 linhas por 100 habitan­ múltiplas razões - inclusive por falta tório bem menor que o do Brasil

tes precisará achar de alguma manei­ de prioridade política em sucessivos gera, graças ao petróleo, 60 bilhões

ra 12,7 bilhões de dólares para adicio­ governos - as telecomunicações ofere­ de dólares anuais que equivalem a 3

nar 8,5 milhões de terminais à sua cidas à população brasileira não con­ mil dólares per capita para sua popu­

planta existente e chegar ao ano 2000 dizem com o avanço da industriali­ lação de 20 milhões de habitantes. O

com 10 linhas por 100 habitantes. zação do País. A situação do Brasil Brasil, um gigante de fato e de direi­

Em comparação com países desen­ com 6,2 linhas por 100 habitantes é to no contexto mundial, até em ter­

volvidos (de extensão territorial equi- certamente bem melhor do que a da mos de Produto Nacional Bruto, não

valente)a situação das telecomunica­ Bolívia que tem apenas 2,3 linhas por consegue, paradoxalmente, prover sua

ções que é oferecida à população bra­ 100 habitantes, mas equivale a do Chi­ população com as telecomunicações

sileira é de grande inferioridade. En­ le com 6,16 linhas/100 habitantes e é de que ela necessita, mesmo se com­

quanto que aqui cada grupo de 100 inferior a do México (7,2 linhas por parado com outros países da Améri­

habitantes disputa pouco mais de 6 100 habitantes), Venezuela (7,57 ca Latina, -r

linhas para se comunicar, no Canadá •• linhas/100 habitantes) e Argentina (10,9 (JCF)

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