Page 39 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1991
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Tecnologia:
Sinergia: rádio e fibra ópticas
Durante um Painel, organizado pela
Sociedade de Microondas — SBMO, no
Rio de Janeiro, disseram os especialistas
que as fibras ópticas terão uso nas comu
nicações urbanas e entre cidades a média
distância, ao passo que os satélites servi
rão para a difusão de sinais em áreas de
baixa densidade geográfica de comunica
ções. As comutações puramente óptica
— algo essencial a ser conseguido — eli
minará a conversão eletro-óptica, hoje
em uso. Uma mistura de rede de fibra óp
tica e de telefonia celular será utilizado
para as comunicações urbanas (vide ilus
tração). Outro esquema, puramente ópti
co, prevê a utilização de sinais laser a 1,5
nm com rede de fibras e amplificadores
ópticos e o uso de divisores de sinal (split-
ters) que podem servir, localmente, até
16 residências.
Yaji Furoma, da ATR, disse que, a
partir de 93, o Japão estará conduzindo
experimentos de comunicação ópticas en
tre um satélite em órbita sincrona, o ETS- (E-D) Mauro de Assis, da Secretaria Nacional de Comunicações, e R.E. Schaal, do INPE,
VI, e uma estação em terra, utilizando ambos da Sociedade B rasileira de Mlcroondas-SBMO.
raios laser para transmitir sinais, a 0,51
e 0,83nm. O ETS-VI será dotado de um
dispositivo receptor compreendendo um
telescópio, dotado de objetiva de 7,5cm
de diâmetro, acoplado a circuitos de esta
do sólido.
Já, a NASA norte-americana, vai lan
çar em início de 92, o ACT-S que é um
satélite de comunicações avançadas que
terá comutação e processamento de sinais,
a bordo. O artefato vai operar na banda
de 30/20 GHz (banda Ka) com largura de
faixa de 2,5 GHz utilizando rajadas a 100
Mbit/s. Comparadas com comunicações,
via satélite, as fibras ópticas permitirão
circular bilhões de circuitos de voz e deve
rão dominar o mercado de comunicação
ponta-a-ponta de alta capacidade e o de A organização da Coriferõncla Internacio Aproveitando os Intervalos p a ra J a la r de
cabodifusão ficando reservado aos satéli- nal /B ra sil, da SBMO, f o i Impecável. tecnologia óptica.
tes as conexões de baixo tráfego, as apli
FUTURA REDE URBANA cações móveis, os sistemas especiais co
mo os de localização de veículo e os pa
ra rápida instalação no terreno.
Com o projeto Ero, a AT&T, estará
testando sistemas ópticos de 9 mil km
de extensão, a 5 Gbit/s de 21 km a 2,4
Gbit/s que utilizam amplificadores^ ópti
cos com base em fibra dopada com Erbio.
Tais dispositivos, operando nas janelas
ópticas de 1.56 nm, alcançam amplifica
ções de 15 a 20 dBs, cada um. Segundo
Reinard Kneir, dos Laboratórios Bell, as
comunicações ópticas serão digitais e ten
derão a seguir os padrões, síncromos, de
2,4 Gbits. Ele lembrou que 4 mil canais
de voz correspondem a 250 Mbit/s e que
ainda são as conversões de voz que ocu
pam a maior parte da faixa passante dis
ponível nos meios de comunicação. “Se
rá necessário saber o que fazer com tan
A distribuição urbana de sinais de com unicação poderá ser uma rede básica de fibras ópticas,
com comunicações TDMA (Time division m ultiple access), servindo a dispositivos O -M M IC (op ta faixa passante” indagou o cientista dos
tical microwave monolitych Integrated circuit), com transform ação óptlco-rádio, direta. Um a re Bell Labs. (JCF)
de rádio-celular, alim entada por um a m atriz, com com utação óptica, cobrirá a cidade.