Page 31 - Telebrasil - Março/Abril 1991
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L ongo Prazo:
C o m o a T e l e b r á s v ê a d é c a d a
Paulo Edmur Pollini, vice-presiden des existentes é a demora de novas o custo dos serviços prestados pelo
te da Telebrás, acha que o ambiente implantações, frente a um cenário tec sistema e não mais o de desenvolvi
em que se moverão as operadoras se nológico que se movimenta rapida mento de “tecnologia apenas pela tec
rá cada vez mais competitivo. Referin mente. nologia”. O sistema Trópico deverá
do-se ao planejamento do Sistema Te Do ponto de vista da telefonia, ele conviver com um livre regime de com
lebrás, até o ano 2000, disse o executi prevê que o País chegará ao final da petição e Pollini elogiou o Trópico:
vo que é previsível um cenário com década com cerca de 25 milhões de “É uma boa tecnologia, competitiva
serviços de telecomunicações compe terminais, significando passar de uma em sua faixa de mercado. Temos 4
tindo entre si, requerendo que o siste densidade de 6 para 13,5 terminais tecnologias de CPA-Ts em uso no Pa
ma, daqui por diante, tenha uma pos por 100 habitantes e uma instalação ís e será difícil a introdução de mais
tura pró-ativa e não mais reativa. acumulada da ordem de 15 milhões uma, vinda do exterior, ainda que, co
Eie distinguiu os serviços de supor de novos terminais. Quanto aos recur mo hipótese, isto seja sem pre possí
te destinados ao transporte da infor sos humanos da Telebrás, eles deve vel”. (JCF)
mação — em que as funções inteligen rão crescer de 95 para 150 mil empre
tes ficam com o terminal — e os tele- gados, ou seja, “haverá duplicação
serviços em que, além do transporte do número de terminais, com apenas O CPqD da índia
da informação, adicionam-se outras 50% a mais de empregados", prognos
funções, tais como codificação e con ticou o executivo. A índia também tem seu projeto
trole da informação. Importante evolu Trópico. Chama-se RAX. Tal como
ção conceituai é o fato que as comuni no Brasil, cientistas indianos desenvol
cações tenderão a ser dirigidas de pes veram com relativo sucesso uma famí
soa-a-pessoa e não mais, como hoje, lia de centrais digitais-CPA (Controle
de terminal-a-terminal. A videofonia por Programa Armazenado), afirmou
será um dos grandes novos serviços Madhukar Vishwanath Pitke, diretor
do CDOT (Center for Devellopment
do futuro, permanecendo ativos, no of Telematics) que veio ao Brasil. Uma
entanto, os serviços de mensagem, te organização autônoma, de caráter go
lex e fac-símile. Os serviços de infor vernamental, o CDOT é o CPqD de
mação, dando acesso a base de da lá. Possuindo cerca de 500 engenhei
dos, através do videotexto e de term i Técnicos brasileiros no ( 'PqD, em (este de acei ros e cientistas o Centro conta com in
nais de microcomputadores ligados à tação do Trópico RA, vestimentos qüinqilenais da ordem de
rede, continuarão importantes. 35 milhões de dólares.
“Dentro de um ambiente competi Em termos dc investimento, o sis Desde agosto de 84, data de sua fun
tivo, será necessário mais do que nun tema Telebrás deverá manter, a par dação, o CDOT tem tido como objeti
vo desenvolver produtos de telecomu
ca que o Sistema Telebrás se anteci tir de 95, um ritmo entre 4 a 4,5 bi nicações de baixo custo para telecomu
pe à demanda para novos serviços, lhões dc dólares/ano, a serem obtidos nicações rurais e para telefonia. O pro
que deverão estar disponíveis indepen com base em recursos próprios, e se jeto de comutação do CDOT — na ín
dentemente da localização do usuá mantidas as tarifas adequadas. O dia o sistema mais popular é o E.10B
rio”, recomendou Edm ur Pollini, lem CPqD da Telebrás deverá se voltar — se iniciou com o desenvolvimento
brando, porém, que uma das dificulda- para tecnologias destinadas a reduzir de uma matriz para comutar 32 canais,
utilizando chips comerciais de 8/16
bits, produzidos local mente.
A família das centrais indianas do
Os projetos da Telebrás CDOT inclui: uma central de 128 ca
nais (PBX e RAX, esta para uso rural)
%
Manoel Fregapani, da área de plane e outros parceiros, como Venezuela e e as centrais MAX-M (médium), MAX-L
jamento do Sistema Telebrás, vê os se- países do Caribe. (large), MAX-XL (extra large), respecti
guintes projetos definidos para um ho • Comutação — implantação de 1,5 vamente com capacidade de 1,5 mil,
rizonte a médio prazo: milhões de juntores em estações trânsi 20 mil e 40 mil portas. Do ponto de
• Rede Básica — reforço da rede bási to, do tipo CP A (Controle a Progra vista industrial, explicou Madhukar
ca de transmissão, com microondas ma Armazenado) digital, visando 250 que 36 fabricantes locais já estão licen
de alta capacidade com tecnologia digi milhões de chamadas interurbanas/ ciados para fabricar o PBX-128, já ten
tal; implantação de um anel óptico, até mês; novo centro internacional, em S. do sido instaladas dezenas destes equi
95, interligando Rio-S. Paulo (92), Curi Paulo. pamentos. O modelo MAX-512 (4 mó
tiba e Brasília. • Telex — continuará crescendo, dos dulos de 128 canais) está em estágio
• Satélite — em 95, mais dois novos atuais 140 mil, para 200 mil terminais, de protótipo, ao passo que o MAX-16000
artefatos Brasilsat, operando nas Ban ainda que esteja sendo substituído por (32x512 canais) está em desenvolvimen
cas C c X (para uso militar), acrescen novas formas de comunicação de texto. to. O custo do terminal é da ordem
tando 56 novos transponders ao siste • Transmissão de Dados — o Transda- de 2 mil dólares e terá que cair para
ma dc satélites domésticos. ta deverá passar de 110 mil para 500 800 e talvez 200 dólares, acha o diretor
• Internacional — além dos cabos sub mil terminais, até o ano 2000; a Ren- do CDOT. O mercado indiano é de
marinos Brus e Brascan, e dos satéli pac deverá ter alcançado 700 mil por 20 milhões de linhas. Há, porém, um
tes das organizações Intelsat c Inmar tas, no mesmo período. problema a contornar, “manter alto a
sat, um novo cabo submarino, óptico, • Telefonia Móvel Celular — será inte moral do pessoal do CDOT”, confiden
para 94, sendo negociado com a A T&7 grada à rede nacional de telefonia. ciou Madhukar.