Page 36 - Telebrasil - Julho/Agosto 1991

Datakit II:
N o v a g e r a ç ã o
Comunicação de dados é o segmen­
to que vem registrando maior cres­
cimento no setor de telecomunica­
ções. Atualmente, o foco está cen­
trado na missão de promover a in­
terligação dos diversos sistemas
de processamento de dados — com­
putadores de grande porte, médio,
micros e redes locais.
empresa norte-americana AT&T
A continua confiante no desenvolvi­
mento do mercado brasileiro de tele­
comunicações e informática. Tanto
assim que, além de outros acordos pa­
ra introduzir seus produtos no País,
ela acaba de concluir negociações com
a Sid T elecon, do grupo Machli-
ne, para lançar, no Brasil, a família
de equipamentos Datakit II — Vir­
tual Circuit Switch (VCS), um produ­
to da nova geração de comunicação
de dados. Segundo o gerente de comu­
nicação de dados da Sid Telecon, Pau­
lo Roberto Bergamasco, a tendência,
nos próximos anos, é a comunicação
de dados passar a ser dominante, do
ponto de vista tecnológico, convergin­
do para ela os demais ramos de tele­
comunicações: voz (telefonia), imagem
(TV) e texto (telex e fax). “Para citar
apenas um exemplo, basta observar
a rápida expansão do processo de di­
gitalização dos sistemas de telefonia
ou de televisão”, lembrou o executivo.
Na opinião de Joel de Lima Simão,
diretor de desenvolvimento, a Sid Te­
lecon tem um “potencial de fogo”
muito grande e, apesar da crise econô­
mica brasileira, ela está estudando a
possibilidade de admitir novos funcio­
nários, principalmente na área de en­
genharia, contratando inclusive recém-
formados. Além do Datakit II, a Sid
Telecon, dentro do mesmo acordo com
a AT&T, está fornecendo equipamen­
tos de microondas de alta freqüência,
entre 15 e 18 GHz, nas faixas de 2 a
4 Megabits, basicamente destinados
ao mercado privado. Utilizando equi­
pamentos, tanto da AT&T quanto
da italiana Italtel, a Sid Telecon pre­
tende ampliar o mercado brasileiro
de comunicação de dados, bem como
atuar na área de fibras ópticas, a par­
tir de julho deste ano. Quanto ao cená­
rio das centrais Trópico R e RA. a
empresa está implantando as primei­
ras centrais RA em Santa Catarina e
Brasília, com tecnologia do CPqD/Te-
lebrás.
e m c o m u n i c a ç ã o d e d a d o s
Mas é na área de comunicação de de da mão-de-obra, porque apenas
dados que a Sid Telecon está concen­ uma pessoa, a partir de um console
trando todo o seu poder mercadológi­ (microcomputador), pode tomar con­
co, devido a sua posição estratégica. ta de uma rede de até 50 nós, com
Apenas para ter uma noção do que muita facilidade. Se o usuário tiver
representa o mercado brasileiro de equipamentos de diversos fabricantes,
comunicação de dados, ele deverá re­ e que hoje não se falam, a família Da­
presentar, este ano, negócios da ordem takit permite fazer a integração por
de US$ 30 milhões. Dentro de quatro causa de sua conectividade. Por exem­
anos o potencial do setor deverá sal­ plo: ligando uma rede local, (vide Te-
tar para mais de US$ 100 milhões/ano. lebrasil M/J, 91p.29), com protocolo
Paulo Bergamasco explicou a im­ Token Ring, a uma outra rede local
portância do Datakit para o usuário: com protocolo Ethernet, isso é perfei­
“O primeiro aspecto é a grande modu­ tamente possível através da família
Datakit. A grande velocidade de co­
laridade que ele dispõe, permitindo mutação, a arquitetura e a concepção
montar redes comutadas adaptadas tecnológica ocasionam atrasos muito
ao tamanho e à complexidade do clien­
te, além da grande capacidade de con­ pequenos nos nós da rede, para que
o tempo de resposta, com configura­
centração de tráfego, reduzindo os
custos". Segundo Bergamasco, o in­ ção, seja mantido. Isto é vital em mui­
vestimento terá retorno em até oito tas aplicações onde o tempo de res­
meses. posta é o item crítico.
— O uso do Datakit — acrescentou Enfim, disse Bergamasco que a Sid
o executivo — aumenta a produtivida- Telecon vai promover o treinamento
dos clientes interessados, “a fim de
que eles possam tirar o máximo pro­
veito do Datakit, do ponto de vista
de produtividade. A nossa oferta co­
bre o Sistema Telebrás e as empresas
privadas”.
O Datakit II VCS é um dos negó­
cios da AT&T que mais tem cresci­
do. Em 1990, o sistema proporcionou
faturamento da ordem de US$ 200
milhões. Suas aplicações no plano in­
ternacional superaram o percentual
de 100% em diversos países. Os par­
ceiros da AT&T no desenvolvimen­
to do Datakit são a Shell Oil, Xerox
General Food, Bank of América. Bell
Paulo Bergamasco, gerente de Comunicação Helicopter Corp, entre outras empre­
de Dados da Sid Telecon sas. (JP).
O que é Datakit?
atakit II VCS, fabricado pela dados a serem transmitidos) por segun
D AT&T e comercializado no Brasil do.
pela Sid Telecon, é um processador • Instrumento para o gerenciamento
de rede com um conjunto diversifica­ de rede (Network Managment
do de periféricos que operam combi­ System-NMS).
nando as tecnologias de Comutação • Incorpora o conceito kit que permi
Virtual de Circuitos (CVC) e redes de te montar qualquer configuração para
pacotes, cujas características mais im­ atender as necessidades dos clientes,
portantes são: mantendo a funcionalidade do sistema
• Suportar qualquer protocolo, ou se O mercado do Datakit II pode ser
ja, que o sistema pode ser interligado dividido em duas áreas: 1) Empresas
aos mais diferentes tipos de computa­ que utilizam equipamento para uso
dores especialmente os dos padrões próprio (instituições financeiras maga­
ISO/OSI. zines, indústrias, empresas de serviço>
• Possui interfaces para todas as prin­ etc). 2) Empresas do Sistema Telebrás,
cipais redes locais existentes (LAN). que podem utilizar o sistema Datakit
• Altíssima performance — 44 mil pa­ na prestação de serviços para terceiros
cotes (conjunto de bits que cornpôe os