Page 39 - Telebrasil - Julho/Agosto 1991
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Furukawa:
M e r c a d o d e c a b o s ó p t i c o s é p r o m i s s o r
Jenner de Paiva
“Petróleo e telecomunicações são A Furukawa vai participar da con do por slides e transparências, as apli
os dois melhores negócios do mundo, corrência que será promovida pela cações e especificações dos produtos.
mesmo que mal administrados”. Es Embratel para a implantação do enla Os cabos da Furukawa são do tipo
ta afirmação é do presidente da Furu ce óptico entre o Rio e São Paulo, CFOA-SM-APL e CFOA-SM-APL-G
kawa Industrial S.A., Anselmo Naka- mas não deverá entrar como cabeça (monomodo), sistemas ópticos de alta
tani, em entrevista à R evista Tele- de consórcios, em regime turnkey, capacidade que operam na faixa de
brasil, por ocasião da inauguração de acordo com as novas normas da 1300 nm ou 1550 mn, e CFOA-MM-
da unidade de produção de cabos óp Telebrás. Para Anselmo Nakatani, es APL e CFOA-MM-APL-G (multimo-
ticos na Cidade Industrial de Curiti- se posicionamento se prende à existên do), sistemas ópticos de média e bai
ba-PR. Apesar da recessão, ele acredi cia de poucos grupos nacionais que, xa capacidade que operam na faixa
ta na recuperação econômica do Bra realmente, podem concorrer à licita de 850 nm ou 1300 nm. Segundo Na
sil, a médio prazo, e já faz planos pa ção. “A Furukawa, sozinha, está em katani, a partir de 1984, a Furukawa
ra investir mais nos atuais e futuros condições de oferecer todos os equipa Industrial S.A., subsidiária da Furuka
produtos. A Furukawa possui outra mentos auxiliares, com competitivida wa Eletric Co., iniciou o desenvolvi
fábrica (cabos de alta tensão) em Lore- de e qualidade”, assegurou o entrevis mento de cabos ópticos adaptados à
na-SP. A matriz internacional, a Furu tado. realidade brasileira.
kawa Eletric Co., fica no Japão. Divididos em grupos, cada três vi
Para Nakatani, o segundo semestre sitantes foram acompanhados por
deste ano apresenta-se bastante pro um engenheiro da empresa que expli
missor em matéria de vendas, talvez cava, em detalhes, o funcionamento
para compensar o primeiro semestre, de todos os equipamentos da fábrica.
cujas encomendas foram fracas. Até Os engenheiros Hélio Durigan, chefe
agora a participação da Furukawa — do Departamento de Garantia e Qua
uma indústria de cabos elétricos e ele lidade, e Armando Rodrigues Jr., do
trônicos que prima pela qualidade — Departamento Técnico-Comercial, fo
está em torno de 40%. “Eu acredito ram os escalados para acompanharem
que, mesmo a longo prazo, temos con os jornalistas. Estavam presentes, ao
dições de ocupar, com nossos produ evento, diretores, engenheiros, técni
tos, algo em torno de um terço do Aspecto p arcial da fábrica de cabos da F u ru k a cos e gerentes da Embratel, Telesp,
mercado brasileiro, apesar da concor wa, em C u ritib a P P . Telemig, Telepar, Cemig, Nec do Bra
rência. Contudo, é bom lembrar que sil e da própria Furukawa. A Telepar
o mercado brasileiro é extremamen Embora admita que existe interes (operadora local do STB) esteve repre
te pequeno, se comparado ao merca se da Furukawa em fabricar fibra óp sentada por um grupo de 12 pessoas,
do japonês, norte-americano e euro tica, Nakatani disse que a demanda entre as quais o presidente da compa
peu”, opinou o empresário. brasileira ainda é muito pequena, não nhia Paulo Roberto Cordeiro.
vendo o menor sentido de produzi-la
Sistem a NFPS agora no Brasil, “só para dizer que a
fibra é nacional”. Ele acrescentou que
Segundo Nakatani, “a nova unida “existe no mundo inteiro ofertas de
de de Curitiba foi projetada objetivan fibra óptica de excelente qualidade e
do atender as crescentes necessidades a custo muito competitivo. Eu, por
brasileiras na área de cabos ópticos, exemplo, tenho a tecnologia para fa
com maior competitividade e qualida bricar uma das melhores fibras do
de, de acordo com os mais rígidos pa mundo, mas ainda não está na hora
drões internacionais”. de produzir. A indústria brasileira ain
A Furukawa também apresentou da precisa amadurecer.”
aos convidados e à imprensa o progra
ma NFPS (New Furukawa Produc In au gu ração
tion System) desenvolvido internamen
te para atender com maior agilidade O presidente da Embratel, Carlos
e flexibilidade às necessidades dos de Paiva Lopes, cortou a fita simbóli
clientes da empresa. O sistema consis ca de inauguração da unidade de pro
te em economizar tempo e dinheiro, dução de cabos ópticos, em Curitiba,
racionalizando a produção em entre seguida de visita às instalações indus
gas semanais de pequenos lotes, “des triais. Antes, em um dos salões de trei
de que nossos clientes possam progra namento, houve palestras de apresen
mar adequadamente as suas compras tação do novo produto proferidas pe
sem fazer grandes estoques no almo- lo presidente da empresa, Anselmo
xarifado”, explicou o empresário, Nakatani, e pelo gerente geral da fá
acrescentando que “o programa ofere brica, Foad Shaikhzadeh, que fez
cerá uma economia entre 30 e 35%, um retrospecto da vida da Furuka Os cabos ópticos da F u ru k a w a p rim a m pela
só em custos financeiros”. wa (criada em 1974) e detalhou, ajuda qualidade e confiabilidade.