Page 24 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1991

Mesa-Redonda

T e l e b r a s i l d e b a t e T u r n - k e y

A Telebrasil promoveu, junta­

mente com Abecortel, Aberimest,

Abeprest e com o apoio do Institu­

to de Engenharia de São Paulo,

mesa-redonda sobre o tema de

“Consórcios e Planta Comunitá-'

ria”, explicado pelo próprio dire­

tor da Secretaria Nacional de Ser­

viços Públicos, Benjamin Sankie-

vicz.

D ois importantes assuntos foram

abordados por Benjamin Sankie-

vicz, diretor da Secretaria Nacional

de Serviços Públicos (SNSP). da SNC:

Consórcios (ou turn-key) e Planta Co­

munitária. Sobre Consórcios, deu a

entender o dirigente que, até agora,

as compras do sistçma Telebrás foram

caracterizadas pela centralização das (D-E) Armando Medeiros, Benjamin leviez, Edwaldo Sarmento, Ruy Alvarenga.

decisões na holding, em Brasília, e

pela disseminação das aquisições por f ia); e o da figura do condomínio (shop­ O assunto da planta comunitária

inúmeros fornecedores, grandes, mé­ ping centers, apart-hotels) implantar (vide box), por ocasião da redação des­

dios e pequenos. De um lado, tal siste­ e manter sua própria rede interna. ta matéria, estava em estudo na Secre­

mática — caracterizada pela Portaria Nesta última modalidade, há oportu­ taria Nacional de Comunicações a fim

622 — favoreceu a eclosão de muitos nidades para muitos “nichos” de mer­ de se transformar em legislação cor­

fornecedores locais, mas por outro cado, como o PABX para telefones respondente. Já os sistemas turn-key

criou, para efeito prático, verdadeiros sem fio ou de secretárias eletrônicas, do 2o tipo, praticados em algumas

cartórios com muitos inconvenientes. acha o diretor do SNSP, tendo o as­ concessionárias com entoques diver­

Nas operadoras, em contrapartida, sunto sido objeto de Portaria da Se­ sos, apresentavam certa irregularida­

montou-se complexa máquina burocrá­ cretaria. de conceituai visto que “é de exclusi-

tica para atender a múltiplas contrata­

ções cujos resultados, por vezes, se

caracterizaram pelo descompasso en­ Telefone por iniciativa própria

tre os diversos segmentos de um mes­

mo projeto (como ter a comutação pron­ idéia da planta comunitária é a porém, utilizar a planta urbana e inte­

ta, sem ter a rede correspondente). de um Plano de Expansão, parcial, rurbana do sistema Telebrás, no valor

A idéia agora é deixar cada opera­ em que uma comunidade, através de de 1 mil dólares (32% de 3 mil) por ter­

dora optar pela sistemática que me­ um representante (uma associação), se minal de investimento. Em troca de 1

lhor lhe aprouver — consórcio ou não propõe a fazer, ela mesma, a rede lo­ mil dólares por terminal, em dinheiro,
cal do assinante e interligá-la ao Siste­
consórcio. Em linhas rápidas, o siste­ ma Brasileiro de Telecomunicações. a comunidade pode usar o investimen­
to da Telebrás e receber dela ações
ma turn-key ou chaves-em-mão pressu­ Em termos financeiros, a negociação corresponden tes.

põe a reunião de diversos fornecedo­ comunidade-concessionária utiliza os Em termos práticos, a comunidade

res, sob comando de um cabeça de seguintes dados, médios, levantados (ou sua associação) precisará dispor

consórcio, para entregar nas condi­ da prática: custo de terminal do Pla­ de 1 mil dólares por terminal, devidos

ções contratadas o sistema funcionan­ no de Expansão da concessionária de à Telebrás, além de “n” mil dólares

do. Já utilizada no passado — os gran­ 3 a 4 mil dólares; participação da plan­ para pagar os equipamentos e os servi­

des troncos da Embratel foram assim ta local do assinante neste custo de ços de engenharia e de rede necessá­

rios à implantação de sua planta local.
realizados — volta agora a idéia do 68%; da rede urbana 20%; da rede inte­ A pressão dos fornecedores é no senti­
rurbana 10%; e do CPqD de 2%. A co­

Consórcio ao setor, só que podendo munidade terá participado com 68% do de reduzir a participação a ser da­

ser utilizada em projetos menores. do investimento para que o telefone da à Telebrás, para não inviabilizar o

fale e o Sistema Telebrás com 32%. negócio (o usuário não irá desembol­

Turn-key Finda a instalação, a comunidade sar um total acima de 4 mil dólares

transfere a planta local do assinante por terminal). A pergunta é se dará pa­

Benjamin Sankievicz distingue três (um sistema comunitário) ao sistema ra adquirir equipamentos e serviços

casos de turn-key: o da compra direta- Telebrás, pelo valor de 2 mil dólares para planta local de assinante. por
um total de 2 a 3 mil dólares por ter­
mente pela concessionária a um con­ por terminal (68% de 3 mil dólares) e minal. E se for um pacote importado,

sórcio de fornecedores; o de uma co­ recebe ações correspondentes. A con­ vindo por via aérea, pronto para ser
cessionária local já se comprometeu a

munidade tomar a iniciativa de fazer dar o entroncamento necessário à inau- ligado no dia seguinte. Burocracia a

através de um empreendedor suas guração do serviço. A comunidade irá, parte, pode?

próprias instalações (planta comunitá-