Page 28 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1991
P. 28
Teles
D e s p e r t a m p a r a c o m u n i c a ç ã o d e d a d o s
A Portaria 525 (nov./88) modificou Do ponto de vista comercial, a Te texto Empresarial é utilizado para
a atitude das operadoras frente à lepar opera com distritos, superinten conectar terminais a um computador
comunicação de dados, que deixou dências (estas são 5 em todo o Esta central, quando se requer aplicações
de ser uma área de exclusividade do), além de um atendimento centrali de baixo tráfego como consulta a cre
da Embratei. Operadoras como zado com discagem direta gratuita e diários, cartões de crédito ou acompa
Telepar, Telerj e Telemig criaram destinado a atender vinte quatro ho nhamento de processos no Fórum da
ras por dia os 4 mil assinantes de co
grupos de trabalhos internos e co municações de dados existentes no capital mineira.
Márcio Luiz Valim, da Telemig,
meçaram a desenvolver serviços
Estado. “Operar dados é como operar diz que o mercado está a exigir circui
no âmbito de suas concessões. um centro de processamento de da tos de cada vez mais alta velocidade
dos, o movimento pode até crescer e penetração geográfica, com prazos
N o passado, a Telepar cedia meios de noite ou nos feriados’-”, lembra Car de instalação diminutos, boas condi
de transmissão para a Embratel
estabelecer comunicações de dados los Eugênio. ções de atendimento comercial além
de preços adequados e bem definidos.
no Estado. Não mais. Com o adven Telemig Mas há problemas: “o aspecto regula-
to da Portaria 525, a Telepar começou tório das comunicações de dados é
a atacar com prioridade a criação de Também demonstrando criativida um verdadeiro emaranhado. Os servi
uma cultura digital na empresa, bem de, os serviços da Telemig incluem ços de dados não foram bem remune
como adaptou sua rede analógica pa o Datafone, o Multidata, a LPCD (li rados o que levou à saturação da plan
ra disseminar serviços de comunica nha privativa de comunicação de da ta e a baixos investimentos’”.
ção de dados. dos) para altas velocidades além do "Existe demanda para comunica
Assim, em dezembro de 88, foi efe Transtexto, fac-símile, telex e do video ção de dados. Em apenas 7 anos (de
tuada concorrência para uma rede texto empresarial. O Datafone é o 80 a 87) saiu-se de um patamar de ape
de comunicação de dados alcançando uso da rede de telefonia com mo nas 3 agências bancárias ligadas on-li
Curitiba, Foz de Iguaçu, Cascavel, dems de 300 a 2400 bit/s, que a opera ne para mais de 4 mil. Em dez anos
Maringá, Londrina. Ponta Grossa. Pa dora tem disponíveis. Já o Multidata (80 a 90), os circuitos Transdata da
ra tal, utilizaram-se equipamentos é o serviço ponto-a-ponto, oferecen Embratel cresceram de menos de
DAV (dados acima da voz) para inje do tecnologia voz/dados até 9ó00 bit/s mil para 27 mil, com 11 mil pendên
tar nos troncos de microondas da Te e que pode ser instalado até 72 horas, cias ainda não atendidas’-”, disse Valim.
lepar um fluxo de dados a 2 Mbit/s, após o pedido ter sido feito à Telemig. Na opinião do especialista, para oti
sobreposto ao sinal FDM (multiplexa- O Transtexto é um sistema que mizar esta situação é necessário ha
do por divisão em freqüência) “nor permite aos microcomputadores mi ver fortalecimento da integração en
mal” de 980 ou 1800 canais de voz. neiros falarem entre si, sejam eles
Este sistema está hoje em fase de ins de 8 ou 16 bits, com sistemas opera tre operadoras e a Embratel, existir
um planejamento mercadológico que
talação. cionais diversificados tais como CP-M, seja integrado para não ocorrer con
“Nossa próxima estratégia agora DOS e Sisne. A Telemig fornece o corrência predatória, além de capaci
será trazer o equipamento digital software adequado para as necessá tar recursos humanos adequados em
mais próximo do usuário final e pa rias adequações de protocolo. O Video-
ra isto estamos utilizando equipamen todo o Sistema Telebrás.
tos MDT (multiplexação por divisão
em tempo) e MCP (multiplexador por
código de pulso) e canais de 64 kbit/s” Opinião de especialistas
explica Carlos Eugênio de Melo, da
Telepar. Ele acrescenta que na Capi Telebrasil realizou workshops c/e los e de camadas, conforme recomen
tal está sendo implementado um “cor A comunicação de dados que resulta dam os CCITT/ISO;
redor óptico” interligando equipamen ram, dentre outras, nas seguintes reco— Disseminara cultura da teleinformá
tos MDT, MCP e ELO (enlace óptico) mendações: tica por meio de treinamento de pesso
nas principais estações telefônicas de — Definição clara das regras da explo al e formação de recursos humanos
Curitiba e que fazem parte da rede a ração dos serviços de comunicação de adequados;
dados, inclusive com a participação — Prioridade em atender pedidos de
64 kbit/s. O serviço Datapar, equiva da empresa privada e adequação do circuitos de dados, já prometidos mas
lente ao Transdata da Embratel, é Sistema Telebrás para um ambiente não atendidos;
do tipo ponto-a-ponto e suportado pe previsível de livre concorrência; — Definição técnica (e não política)
la Telepar com toda estrutura opera — Estrutura tarifária, com base em do que são bens de telecomunicações
cional e comercial necessária, em to composição de custos e sem subsídios e de informática;
do âmbito do Estado. Para o futuro, cruzados; — Compartilhamento de facilidades
haverá roteadores para dar maior fle — Absoluta prioridade à digitalização comuns, por vários usuários, mesmo
xibilidade ao sistema. A Telepar es da rede (inclusive de assinantes) de se de diferentes empresas;
— Dar atendimento, diferenciado, aos
tá em negociações com a IBM e GSI modo a garantir conectividade a 64 serviços de comunicação de dados;
kbit/s e com articulação do planejamen
e proverá “corredor de dados” a 64 to estratégico entre sistema público e — Na dúvida de interpretação legal,
kbit/s para estas empresas, em Curiti sistemas privados; fazê-la a favor do melhor servir ao inte
ba, que será interligado nacionalmen - ¦ Ênfase na padronização de protoco- resse dos usuários.
te, via Brasilsat, da Embratel.