Page 27 - Telebrasil - Julho/Agosto 1990

serviços públicos podem funcionar. Em termos dem o é modificar os métodos de atuação do Es­ Quanto à forma: ser a mais rápida possível (ou nun­

econômicos, no campo, há a miséria, mas que po­ tado, deixando lugar para a iniciativa privada on­ ca mais se fará).

derá ser erradicada, dentro de 10 a 15 anos, de ela se mostra mais eficiente.

investindo-se 10% do PIB. Já nas cidades, 43% da César Maia (Congresso Nacional) - Socialis­

força de trabalho não tem carteira assinada e o po­ Hélio Jaguaribe (IPÊS) - As tarefas do Es- tas e liberais defendem a utopia do Estado míni­

bre que nelas reside requer habitação, escola, de­ tado variam ao longo da História. No caso do Bra­ mo, respectivamente, pelo término do conflito de

legacia, posto de saúde. A questão social não é sil, foi o Estado que transformou uma sociedade classes e pela atuação das forças do mercado. O

auto-solucionável e pressupõe a atuação do Esta­ agrária, em industrial. Hoje, ele deve, apenas, Estado autoritário, em contrapartida, foi eficien­

do, que não deve ser atrofiado e sim ter sua eficiên­ coordenar a produção visto que não seria apenas te para montar a economia industrial. Na década

cia aumentada. a boa vontade do meio empresarial que resolve­ de 50, a diversificação do consumo perturbou as

ria esta coordenação. economias de planejamento centralizado e des-
Hélio Saboya (Proc. Estado/RJ) - Um qua­ massificou a opinião pública. A sociedade moder­

dro sócio-econômico e político urbano difícil não Aspásia Camargo (Sec Cultural/RJ) - A re­ na esgotou o ideal da produtividade, crescente, do

é só privilégio brasileiro e sim o de muitos países. forma administrativa do Estado tende a resolver capital e do trabalho. Surge, em substituição, a so­

A discussão que hoje se coloca, não é Estado ver­ o déficit econômico, mas o problema mais amplo ciedade pós-moderna, em que produtos não são

sus iniciativa privada e sim o grau de participação é o da mudança cultural e moral. Os módulos mais mais físicos e sim serviços e mercados escriturais.

de cada um no processo produtivo. perversos do Estado — como sistemas de compras Fronteiras e nacionalismos, dos anos 50, passam

e de fiscalização — não foram ainda atacados e a a significar menos. Conceitos de moeda e sobera­

JP Reis Velloso - Até os anos 70, o Brasil se questão jurídica, que é protegida por privilégios, nia (espaço ecológico) passam a ficar internacio­

desenvolveu para ser uma economia de massa. Nos ainda permanece intacta. Com instituições falidas nais e a ação política passa agora pela tecnologia.

anos 80, no entanto, o Brasil perdeu o bonde da (saúde, educação, segurança) e desigualdade so­ Coisas como o Muro de Berlim, Leste Europeu,

História visto não ter iniciado novo ciclo de cres­ cial, não será nenhuma surpresa ver ressurgir o po- Perestroika, Bloco Asiático, acordo de desarma­

cimento que foi abortado, em 84, pelo Plano C ru­ pulismo. Ocorre agora uma renovação das elites, mento, rodadas do Gatt, modificaram o mundo.

zado de cunho heterodoxo. Infelizmente, o Brasil que não é mais centrada em lideranças corporati­

precisa crescer de 5 a 10% a/a para poder distri­ vas, mas sim em valores individuais. Hildelbrando Goes (Clube de Engenha­

buir renda. riaf) - Estamos no limiar de novo tempo. Do ciclo

Julian Chachel u-GV) - Argentina, México, de 10 programas duscutidos na nossa entidade,

Roberto Macedo - A solução de nossas ques­ Venezuela também estão revendo o papel do Es­ concluímos que a prioridade n? 1 do País é a uni­

tões transcede a esfera econômica. Ela inclui^s tado. Estaremos frente a um modismo? No Bra­ versalização do ensino público para todos brasilei­

áreas políticas e institucionais. Brasil, China e ín­ sil, o Estado precisa reavaliar a validade de sua pró­ ros e depois devemos tratar da qualidade do ensi­

dia são países imensos que precisam de soluções pria burocracia e recuperar sua capacidade de criar no; fundamental é tomar o Estado ágil, competen­

próprias, e não podem aceitar, sem análise, o ve­ infra-estrutura. O cardápio para os anos 90 inclui te e prestigiado,mas não esvaziá-lo; a estabiliza­

lho discurso que vem de fora. Com contrastes so­ a mudança de ciclo tecnológico, ao sairmos de uma ção macroeconômica não deverá prejudicar o de­

ciais marcantes, o Brasil tem mais possibilidade fase de energia barata (petróleo) para outra basea­ senvolvimento, a longo prazo, do País; devemos

de chegar ao caos do que, digamos, uma Argenti­ da no chipc na informação. Isto deverá marcar os produzir com eficiência e qualidade porém com

na, apesar dela estar em pior situação econômi­ próximos 50 anos e, neste contexto, o problema da abertura para tecnologia; a privatização é para ser

ca. educação passa a ser fundamental. estudada, caso a caso, pois há empresas estatais

eficientes; a política tecnológica deve se voltar para
Antonio Carlos Gonçalves ík; vo in Julian Chachel (/-r;vo - a privatizado do o consumo de massa e não só para beneficiar pri­

centivos deveriam ser automáticos e fora da esfe­ Estado deve obedecer a três qm^itos: garantir um vilegiados; no setor social, devemos investir em sa­

ra do Estado. Eles, hoje, são ineficientes por que regime di* concorrência; ter abertura para o exte­ neamento básico, saúde, transporte urbano de

sua outorga é julgada por burocratas e influenciada rior, para não cambiarmos um oligopólio por ou­ massa e habitação. v

pelo lobby dos mais poderosos. (Im socialismo mo- tro; e ser transparente, via Congresso Nacional.

Sul América Teleinformática disponíveis da central PABX, como I Im modem (equipamento que permite a

recnamadaautomátiai, ou acessar o servidor comunicação de dados por telefone) que se

de texto. conecta ao servidor de texto, via central

() servidor de texto, hardware adicional Sopho S 2500, possibilita que qualquer

usuário externo à Fiat (escritórios regionais
Implanta RDSI à central, permite que os PCs realizem ou concessionárias) através de um PC e um

facilidades como a possibilidade de emissão

modem possa, via rede pública telefônica, se
privativa na Fiat de recebimento de telex, correio telefônico conectar ao servidor de texto e enviar telex

de mensagem disponível, tanto interna

quanto externamente, e, por estar conectado ou acessar informações em “caixas postais”.

ciirelainente a uma controladora de Uma das aplicações, na Fiat, para este

terminais IBM, qualquer terminal do mundo recurso, será a retirada diária de lista de

A Sul América Teleinformát ica, do grupo IBM pode enviar e receber mensagens telex preços.

Sul América Seguros, implementou um — além de perm itir integração cie Visando permitir que os PCs isolados,

projeto piloto nas instalações ela Fiat, em comunicação com as PCs isolados e serviços independente de sua capacidade de

Betim, Minas Gerais de uma RDSI privativa disponíveis na central. processamento, possam acessar aplicativos

(Rede Digital de Serviços Integrados), com e banco cie dados do mundo IBM, foi

base na central PABX Sopho S 2500, conectado o PGC 2000 da CMA, conversor

tecnologia Phillips, com capacidade par duas de protocolos que perm itirá o

mil portas. Segundo Antonio Oscar Simões, interfaceamento entre a rede comutada

chefe de produto da Sul A m érica ligada à central e o mundo IBM.

Teleinformática, “é a primeira neste nível de E, a fim de se criar opções e flexibilidade

funcionamento, no Brasil”: significando que no acesso a diversos tipos de redes, foi

diversos recursos podem ser compartilhados conectado o PGC 3000, também da CMA,

com mais de um usuário, gerando uma que permite o acesso à Renpac através de

otimização, e que vrias redes (telex, renpac, uma linha X25, abrindo-se uma outra forma

telefônica e privativa) possui em integração para que usuários externos possam se

centralização em um ponto, no caso, um conectar ao sistema.

PABX. A Fiat já contava com uma central Sopho

A rede instalada na Fiat conta com S 2500 com mii portas ativadas, e dez

microcomputadores (linha PC) isolados, usuários se utilizam da RDSI privativa, cuja

interligados através cie telefones digitais que fase de experiência deve durar até início de

permitem que se possa trafegar, sobre um setembro, quando então, a Fiat que conta
com os equipamentos doados, deverá
único par de fios telefônicos, informações de

adquiri-los. Ü projeto levou seis meses para
voz e dados, simultaneamente, e para

ser desenvolvido junto aos departamentos da
diferentes destinos. Estes PCs podem se

Sul América Teleinformática, laboratórios da
comunicar entre si, realizar troca de
CMA, e CPDs da Fiat e Sul América. (NP)
arquivos, utilizar as facilidades CPA