Page 26 - Telebrasil - Março/Abril 1989
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o interesse comercial em representar e
divulgar no País, o software da Novell. COMO FUNCIONA
Como diz Cristopher Paterson, presi
dente da SPA, “o coração de nosso negó
cio é aproveitar a experiência que ad
quirimos com a comercialização de nos HARDWARE - insere-se, em cada micro, uma placa de interface com a rede.
so sistema Open Access e aproveitar o Os micros possuem, em geral, conectores vagos que dáo acesso a seu bar-
ramento interno. Assim, a placa de interface passa a fazer parte integrante
esquema de distribuição para outros do funcionamento do micro, adaptando-o para funcionar em rede. Em rela
produtos”. Também não surpreendeu ção ao modelo para interconexão aberta da ISO, ela implementa, em tese,
que empresas nacionais como a Amplus, os níveis 1 e 2 (físico e enlace).
Itautec, Microbase, Mira e Saga com
base no princípio do similar nacional se
opusessem à introdução do software da
Novell no País. O que está em jogo, na
verdade, é um mercado dos mais pro
missores, como lembra o presidente da SOFTWARE - o conjunto de programas necessários para operar micros em
Cetus, Mauro Salles, ao citar dados pes rede vem gravados num disquete - um para cada micro. As duas camadas
mais importantes deste software são: o controle de acesso à rede e o sis
quisados pela Dataquest: dos 27 mi tema operacional de rede. O controle de acesso serve para configurar a pla
lhões de micros, nos Estados Unidos, ca de interface e serve de ligação entre o software de alto nível do usuário e a
15% estão ligados a algum tipo de rede eletrônica da placa. O sistema operacional de rede, que é armazenado na
e, para 1991, espera-se que este percen memória RAM do micro, gerencia os recursos da rede e deve operar em con
tual cresça para 45% com base em um cordância com o sistema operacional próprio (nativo) do micro.
universo de 30 milhões de micros. “Já no
Brasil apenas 2 a 3% de nossos micros
estão ligados em rede e temos ainda
muito campo para crescer”, observa es INTERCONEXÂO - a rede que interliga os micros e seus periféricos pode ser
perançoso Salles. constituída por cabo coaxial, par trançado (blindado ou não) e até por fibra
óptica. Existem diversas formas de interligação (topologia) numa rede, den
SEI tre as quais: o barramento comum, a estrela (com ponto central) e o anel. A
capacidade da rede, expressa em Megabits veiculados, cresce do par tran
Como acontece neste tipo de litígio, a cado para o coaxial o deste para a fibra óptica. A lembrar que o par trançado
luta pela introdução legal do software t par telefônico) ocupa menos espaço que o coaxial e é mais barato que a
da Novell, no País, não terminou com a fibra óptica.
decisão da SEI, e se desenrola nos terre
nos legal, do contencioso Brasil-EUA e
das filigranas técnicas sobre o que cons
titui ou não similaridade entre progra
mas de software. Para proferir seu vere sações e tolerância de sistema a falhas. noma”, conclui o empresário. Por oca
dicto, a SEI nomeou uma Comissão de No entanto, para Cilineu Nunes, diretor sião do fechamento desta matéria, a co
Análise de Similaridade, coordenada da Amplus, esta foi a primeira vez que a mercialização do software da Novell, em
pelo subsecretário industrial da SEI, SEI aplica, de fato, a lei da similaridade, nosso País, estava em suspenso fruto do
Américo Rodrigues F.°, e que contou com que denominou de “lei de cunho desen- julgamento de ação cautelar. Mas a ba
representantes dos três ministérios volvimentista e não protecionista, como talha legal só faz começar. Corre na jus
militares, além de entidades civis. a querem ver alguns. De longa data, téc tiça ação ordinária, sendo acompanha
Dentre os pontos em discussão está o nicos brasileiros vem adquirindo com da pelo advogado Fernando Maia, e a
da equivalência funcional do NetWare provado conhecimento técnico na área Cetus entrou com recurso ao Conselho
frente a programas nacionais, envol de software e de redes locais, resultando Nacional de Informática-Conin, contra
vendo coisas tais como controle de tran no aparecimento de uma indústria autô a decisão da SEI. {JCF) r
Surge a WM, tecnologia gaúcha
com produtos para comutação
Mais uma vez a história se repete, e Oscar Wother — o inventor do grupo —,
agora, no Rio Grande do Sul, um grupo com a participação de Valdir Bonotto,
de especialistas, detentores de tecnolo para o segundo equipamento.
gia e com iniciativa, dão o pulo do gato e A IKRO, tradicional empresa gaú
partem para montar sua própria empre cha que opera no mercado high-tec há
sa. E o caso de Tallis Rudá Palma (ex- mais de 40 anos, é quem fabrica o TTA e
CRT) que, em 88, juntamente com Már o sistema bidirecional, sob licencia
cio Brauner (diretor de Marketing da mento da WM Tecnologia de Telecomu
WM), Oscar Wother (diretor técnico) e nicações. A WM não pretende parar nos
Valdir Bonotto (diretor de Operações), louros já obtidos. Rudá Palma diz que
fundaram a WM Tecnologia em Teleco estão “no forno”: um bitelefone (telefone
municações Ltda., com sede em Porto compartilhado) já testado e funcionan
Alegre (RS). do; um sistema de supervisão para tele
A WM possui dois produtos princi ( E - D ) Márcio Brauner, Oscar Wother, Tallis fones públicos computadorizado (capa
pais que tem como base a idéia de “reju Palma e Valdir Bonotto. cidade de até 2 mil TPs, em módulos de
venescer” centrais eletromecânicas, do 200) e com protótipo aguardado para
tipo de barra cruzada (cross bar), inje TELEBRASIL, realizado em Olinda abril deste ano; e um equipamento para
tando-lhes eletrônica adicional, inteli (PE), a WM apresentou o TTA (Termi descongestionar o tráfego telefônico de
gente, por intermédio de um conjunto nal Telefônico Auxiliar) e o sistema bi nominado ATP (ampliador de tráfego
hardware-software. No XIX Painel da direcional ARF/P1, desenvolvidos por telefônico). (JCF) *