Page 35 - Telebrasil - Maio/Junho 1989
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deram a força Agora, veio a crise e encon Antunes chamou atenção sobre o peri prioridades vai sendo definida pelos com
tramos uma sociedade com grupos em em go do exagero em que se querer abrir, de- ponentes interessados, na medida em que
pate e com perigo evidente de agitação." m a s ia d a m e n te . a e c o n o m ia do P ais. vai sendo executada, com ênfase no em
"achando que isto vai funcionar” , embora presanado nacional, mas sem tratam ento
Mudanças tam bém considere, de acordo com sua xenófobo da m ultinacional.
palestra, que todo mundo pratica o prote Nestes complexos industriais forma-se
As necessidades de m udança se fazem ciom sm o, em maior ou menor grau. uma cadeia produtiva entre a mfra-estru
sentir na palestra de Antunes: O inicio de uma solução a medio prazo, tura de desenvolvimento tecnológico, cen
— Atualm ente, não existe nenhum gru acrescentou Antunes, pode tom ar como tro de pesquisa e formação de recursos hu
po hegemónico que im ponha um Projeto exem plo as d iretrize s estabelecidas em manos. Seus representantes vao decidir
Nacional, assim como não existe nenhuma m aio de 1 9 8 9 . Destaca se entre estas sobre o com plexo ind u strial, elaborar as
aliança de segm ento económ ico-social, d ire triz e s a ênfase ao desenvolvim ento leis que definem quais os instrum entos
que tenha capacidade de im por um Projeto tecnologico e a um modelo estabelecendo que podem ser indicados — sempre bus
Nacional. Na política industrial brasileira, o que produzir e o que im portar, pois o Pais cando a eficiência num programa de evolu
a saída e a negociação, tra b a lh a d a em não pode fabricar tudo de que necessita. çào paulatina e aperfeiçoam ento tecnolo
cima de um enfoque adm inistrativo, mais "A resposta a esta ultim a questão tem que gico.
do que setorial. E foi o que fizem os, em ser respondida nos proxim os 10 ou 15 Finalizando. Antunes coloca.
maio. Ficava claro que tinha que se valori anos", ele observou. — O Governo perdeu a capacidade de.
zar o desenvolvim ento tecnologico. o custo A discussão sobre um modelo econó por seus proprios meios, fazer ajuizamento
e a eficiência, como tam bém ficava claro m ico se baseia num programa setorial inte de conflitos em que um setor acusa outro
que tínhamos que deixar de lado. com ple grado form ado por complexos industriais, por seu fracasso. Ele deve. sim, participar
tamente, os laivos do neoliberalism o que onde adquirirem os capacitação tecnologi das discussões para auxiliar na mediação
ameaça a industria brasileira. ca. onde a política vigente em termos de destes conflitos. (NPR)
DEBATE
Arolde de Oliveira (Deputado) Pergunto ao de telecomunicações e. como ja disse, direcio de sua equipe Neste momento, estamos aguar
Dr Salomãoeao Dr Kival. do MinistériodasCo nar cada vez mais os recursos para a area de rm dando uma posição mais definida, mas a ideia e
mumcaçóes e da SEI. respectivamente, que croeletrómca e retirar, gradualmente o desen conversarmos junto com o pessoal da SEI e ten
providências estão sendo tomadas nestes dois volvimento de equipamentos do CPqD Não tar nesta fase em que o Ministro esta impedido e
órgãos do Governo quanto ás questões relativas cabe aqui entrar cm detalhes, mas esta e uma sob a orientação do Secretario Geral, chegar a
as comunicações e informática e que deverão das grandes questões, na qual o Ministério esta algumas conclusões Nosso enfoque fundamen
ser votadas pelo Congresso Nacional Por exem trabalhando tal e o de implementar o sistema de telecomuni
pio, as telecomunicações no próximo Planm e o cações com o mínimo custo de equipamentos
Novo Codigo de Telecomunicações? Armando Medeiros (Alentei) - Sem querer ser As vezes, somos obrigados a optar por tecnolo
inoportuno, acho ainda que a pergunta inicial gias estrangeiras e importações para atingir
Salomão Wajnberg (Geicom) Nossa primeira levantada pelo Deputado não ficou totalmente mos. mais rapidamente, nossos objetivos Ja o
ideia no Ministério em relação a tecnologia e le respondida A resposta do Dr Salomão, se ele enfoque da SEI. e o tecnologico-industnal. Ou
var o CPqD cada vez mais a entrar numa linha rne permite a observação, da a impressão que o seja. nos estamos diretamente envolvidos com a
em que ele faça pesquisa basica e se desviando, Minicom esta deixando a cargo da SEI qualquer execução de um serviço, o que ja não ocorre, ne
aos poucos, da are a de equipamentos A respon iniciativa junto ao Congresso No meu entender, cessariamente. com a SE I Nós temos que arcar
sabilidade. quanto aos equipamentos, seriadas isto não deve ser verdade, visto que o Minicom com as consequências diretas para o serviço de
empresas que procurariam seus parceiros aqui. também e muito bem aparelhado para partici qualquer posição tomada, o que ja não acon
ou no exterior Neste sentido, ja temos uma Por par de qualquer decisão Foi explicado pelo Dr tece. neste sentido, com a SEI Acho que o dia
taria pronta aguardando apenas seu maior ama Salomão um assunto interno do Ministério e da logo agora. em que o ambiente esta mais aberto,
durecimento. junto ao setor, para que todos se Telebras, mas quando se fala em rever o Codigo é altamente salutar.
acostumem com a ideia da criação de uma rede Brasileiro de Telecomunicações e outras ma
nacional de projetos de microeletrómca. a ser terias desta relevância a comunidade das TCs F.V. de Souza (CPpD) — Creio que todo este de
centralizada no CPqD. bem como uma unidade gostaria de ouvir como pensa agir o Ministério bate se manteve em torno da questão da repre
piloto destinada a difusão de chips. das Comunicações a respeito. sentaçào do Minicom junto ao Congresso Nacio
nal. Entendo que a posição do Plenário, de uma
Kival Weber (SEI) - A comissão de Ciência e S. Wajnberg A política de telecomunicações maneira geral, foi a de interpretar que o Mmi-
Tecnologia, Comunicação e Informática que junto ao Congresso não e de competência da com, hoje não dispõe de uma representação,
agora passa a funcionar com poder de delibera SEI Nossa representação junto ao Congresso se formal, que possa aproveitar esse novo canal es
ção para estas áreas, estará arcando com o de faz através do Ministro das Comunicações. An tabelecido pela Constituição. Acho que aqui
vido encaminhamento ao Congresso Nacional tómo Carlos Magalhães que. no momento, como não se trata de uma posição particular, mas sim
das questões levantadas pelo Deputado No se todos sabemos, sofreu um problema de saude e extraída das intervenções que foram feitas. Na
tordemformatica, por exemplo, ja se vem traba esta se recuperando Por enquanto, estamos em qualidade de representante do Ministério o Dr
lhando desde 1982, no sentido de que as dire ritmo de espera aguardando uma solução O que Salomão deveria levar o assunto ao Ministro das
trizes que a regem se tornassem objeto de lei estamos fazendo, por ora. e um posicionamento Comunicações e ao Secretario Geral para que o
interno, que foi apenas o que externei mesmo possa ser equacionado. De todos as res
Fernando Ferreira (Telepar) Eu só queria fa postas que ouvimos não cremos que elas conse
zer um comentário em relação ã resposta que o Bandeira Maia (Zetax) — Centrando no que o guiram responder a proposição inicial feita pelo
Dr. Salomão deu ao Deputado Arolde, pois no Deputado Arolde perguntou, acho que se abre Deputado Arolde.
meu entender, sua resposta foi muito vaga A oportunidade para o setor de telecomunicações,
Comissão Técnica da Câmara passa a ser um em se criar um lobbyde participação ativa junto S. Wajnberg Creio que sua observação tem
veículo de integração das áreas de comunicação ao Congresso, tal como fez a SEI e que desta uma dose de razão Levarei o conteúdo desta
e informática, e a hora agora é a do Congresso, forma obteve belas vitórias Como vê o Dr Salo troca de ideias ao Ministério explicando que ela
visto que o Executivo, no passado, não integrou mão a possibilidade de uma atuação integrada e traduz uma preocupação basica deste Plenário
estas duas correntes — distintas - por mais conjunta para tentar solucionar parte de nossos formado por homens das telecomunicações
próximas que tentou colocá-las Não podemos problemas, junto ao Congresso? Existe, no entanto, uma representação, infor
dispersar esforços Estou estimulando o Dr mal. do Ministério junto ao Congresso e acres
Salomão a responder. S. Wajnberg Como já tive a oportunidade de cento que nosso Ministro faz questão de. ele
comentar, a coordenação política de nosso Mi mesmo, conduzir a política do Ministério, junto
S. Wajnberg A atuação dentro da nossa area nistério se faz através do M imstro. e com o apoio aos parlamentares e ao Congresso
(Continua no próximo numero*