Page 31 - Telebrasil - Julho/Agosto 1989
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XIX PAINEL TELEBRASIL
P O L Í T I C A T E C N O L Ó G I C A
11a 14.03.89
Hotel 4 Rodas A u t o - S u f ic iê n c ia v e r s u s E f ic á c ia
Olinda — Pernambuco
(Conclusão)
0 registro dos painéis Telebrasil, no Encarte indiretamente, ao setor de TCs. Apresentamos,
Amarelo da Revista, dando o conteúdo nesta edição, a conclusão do tema “ Política
essencial das palestras e debates, serve a Tecnológica: Auto-Suficiência versus
duplo propósito. Por um lado, divulgar temas Eficácia", que trata de um dilema de base, a
de atualidade quanto aos rumos de nossas saber: Até que ponto deve ser otimizada, em
telecomunicações e, por outro — já numa termos práticos, a política de desenvolver e
perspectiva de longo prazo — , preservar as produzir, internamente, os insumos e
mais variadas idéias de dirigentes, equipamentos de TCs que o País
empresários, especialistas e outros segmentos necessita? (JCF)
reoresentativos da sociedade ligados, direta ot
Roberto Lamóglia, diretor de Coordena Neste sentido, o dirigente é bastante cançar através da política industrial, es
ção e Planejamento da íelebrás, colocou claro. "Se a Telebrás detem o monopólio taria a de atingir a nossa capacitação tec
antes de sua palestra, que procurou se de prestação de serviços, tem por obriga nológica e autonomia decisória, não im
adaptar ao tema auto suficiência, “tran ção pagar por alguns produtos valores que portando a origem da indústria, explica La
quilamente”. "Acho que devemos buscar a possam contribuir para a participação das móglia que, quanto a isto, acrescenta:
auto-suficiência, isto é ponto pacífico, indústrias no mercado internacional, com — Acho que atrapalhamos, por um
mas junto com a eficácia eu já acho bas competitividade adequada. Isto pelo me tempo, a autonomia decisória e a capacita
tante difícil. Para alcançá las, paralela nos em relação a produtos que valham o in ção tecnológica. Por exemplo, reconhece
mente, tem que se ir devagar, senão nos centivo " mos que era preciso transferir a elaboração
centraremos numa situação um pouco Por último, como terceiro ponto a se al dos produtos para as indústrias, pois o |
complicada operacionalmente."
"Gostaria de começar a partir de uma
visáo setorial das prioridades nacionais, ou
seja. a visão do Governo como um todo. A
capacitaçao tecnológica e industrial, do
setor de telecomunicações, foi dentre os
itens que eu encontrei que mais se relacio
nava com o nosso tema."
Explica Lamóglia que a política indus
trial objetiva, fundamentalmente, três
pontos: atender necessidades de serviços
da sociedade brasileira a custos adequa
dos não no sentido de tarifa - "mas do
que teremos de obter para atender a estes
serviços, o que está vinculado ao nosso ín
dice de nacionalização, nossa busca de
auto-suficiência e eficácia".
Outro ponto é consolidar dentro das
nossas fronteiras uma indústria de teleco
municações capaz de suprir as necessida
des do setor e de contribuir para o esforço
nacional de participação no mercado inter
nacional. "Sei que já temos dentro de nos
sas fronteiras indústrias de telecomunica
ções que são efetivamente capazes de
atender às necessidades do setor, algumas
já devidamente assentadas tecnológica
mente, outras ainda procurando aperfei
çoamento. Apenas os custos ainda não são (E D) Roberto Lamóglia (Telebrás), Antonio Carreira (Telebrasil), Amaury Temporal (ACRj), F
adequados. Pagamos um pouco caro." nando V. Souza (CPqD). r