Page 14 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1988
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Automação industrial é sinal de ções e que o atraso relativo do País se mani fundo os trabalhos do 2? Plano Nacional de
país desenvolvido. Sem ela será difí festa na falta de laboratórios e de pesquisas Informática e Automação — Planin (vide
cil competir no mercado internacio de materiais e insumos básicos (cerâmicas, box).
fibras, cristais).
Roberto Camanho foi enfático pedindo ao
nal que exige produtos de alta qua O termo automação industrial cobre uma Governo mais incentivo à pesquisa e alertou
lidade tecnológica, mesmo se consi série de atividades que vão desde os recursos sobre a necessidade de treinamento de pes
derada a mão-de-obra, relativa de computação gráfica e de logiciais especia soal especializado. Mário Bernardini (Âbi-
mente barata, dos países em desen lizados destinados a projetos de engenharia maq/Sindimaq) bateu na tecla da padroniza
auxiliados a computador (EAC) até sistemas
ção ao criticar os trabalhos do CB-29 da
volvimento. flexíveis de manufatura e de fabricação inte ABNT, que não chegam a definir soluções de
grada empregando robôs, máquinas com con vido a conflitos de interesses entre seus par
No caso do Brasil, o modelo clássico de trole numérico e controle de processos. ticipantes. Ponto de vista similar foi levan
substituições de exportações está se esgo A Sociedade Brasileira de Comando Nu tado por Edson Fermann (Fiesp) que quer "ao
tando e o papel da automação passa a ser fun mérico e Automação Industrial (Sobracon) invés de comissões e de papelório. que se pas
damental para revigorar um parque instala promoveu, no Hotel Hilton (SP), o 8? Semi se à ação”. Quanto ao problema do desloca
do que data das décadas de 30 e 40. De acordo nário de Comando Numérico em paralelo m ento da m ão-de-obra pela automação,
com Pedro Perelli (Prensas Schuler), presi com a 5f Expocon e a 4? Jornada Internacio Mário Salerno, do Dieese, afirmou que "os
dente da Sobracon, o mercado doméstico de nal de Automação Industrial. A Sobracon sindicatos não são contra a introdução da au
automação industrial (AI) movimenta em nasceu em março de 80 fruto de convênio da tomação, em si mesmo, mas querem partici
torno de 390 milhões de dólares/ano, com UFSC com a Aachem, da Alemanha, visando par, de fato, das discussões para que se treine
crescimento acima do segmento médio indus agregar usuários para intercâmbio de infor o pessoal deslocado.
trial e compreende um segmento mais vol mações sobre automação industrial. Hoje, A questão da reserva de mercado para in
tado para o controle de processo, que é de são 200 associados jurídicos e 400 sócios indi dústria da eletrónica digital também susci
cunho mais estatal (siderurgia, petroquímica, viduais. Dentre suas atividades, destacam- tou debates. Dorgival Brandão, da SEI, ex
eletricidade, transportes) e outro, basica se cursos especializados, seminários técnicos plicou que este foi problema amplamente de-
mente privado, para automação de manufa e representatividade junto aos comitês-CB-
tura. 21 (inform ática) e CB-04 (m ecânica) da
— Automatizar a produção não é apenas ABNT, bem como na Comissão de Automa-
colocar computador na fábrica mas é antes de çáo-029. da SEI.
tudo introduzir novo estado de espírito. No Outras entidades atuam significativa-
Brasil, a A l ainda é vista como economiza- mente na área de AI. A Associação Brasileira
dora de mão-de-obra e não leva em conta os de Controle de Processos e Automação Indus
outros benefícios que trás como menores es trial (A B C P A I), que originou-se em 1986
toques, aumento de rapidez nos projetos e durante o 2? Conai promovido pela Sucesu-
maior flexibilidade do processo produtivo. A SP, possui cerca de 85 associados, empresas
fábrica da Toyota, no Japão, altamente com brasileiras, e atua no âmbito du estratégia
putadorizada, opera com estoques suficien política junto a orgfios com a SEI e entidades
tes apenas para quatro horas de montagem como a ABN T. A Associação Brasileira de
— observa Perelli. Automação (S B A ), com sede no Centro Tec
Dentre os problemas existentes para a nológico de Informática-CTI, de Campinas, é
implantação da automação industrial no de cunho académico. A Sociedade Brasileira
Brasil, Michael Malden (AIT) destaca o da de Instrumentação (SBl) aglomera especia
falta de pessoal treinado em manutenção ele listas oriundos, em grande parte, do Instituto
trônica. Já La/.lo Tauzig (PHT) opina que Brasileiro de Petróleo. O Instituto Brasileiro
ainda há muita coisa a ser padronizada, como de Siderurgia (IBS) reúne grandes usuários
é o caso do fíeld bus da IKC. Hélio Faria, da deste segmento de nossa industria pesada.
Copene (Petroquímica do Nordeste), se quei
xa de não existirem produtos integrados, Seminário
mas sim uma diversidade de adaptações, sem
padronização. Sérgio Ribeiro, da lOletrobrás, Como parte do H: Seminário da Sobracon,
acha que faz parte da herança cultural nacio especialistas discutiram a atual conjuntura
nal o excesso de burocracia e de especifica da automação indust riul, tendo como pano de
A implantação de robôs industriais deve co
meçar pelo treinam ento dos recursos huma
SCNB SEMINÁRIO __
nos necessários. Na foto: robô da ORT.
COMANDO NUMÉRICO NO BRASIL
4 ' JORNADA INTERNACIONAL DE
AUTOMATIZACAO INDUSTRIAL batido pela sociedade e votado em Lei no
Congresso, como talvez, nenhum outro setor
5" EXPOCON EXPOSIÇÃO DE
produtivo o foi e que, até 92, a SEI continuará
COMANDO NUMÉRICO E CORRELATO controlando as importações, como dita a le
gislação.
Kival Weber, do MC&T, discorreu sobre
SOBRACON
o desenvolvimento da indústria eletrónica no
Brasil, que a vê composta dos segmentos de
informática e automação, telecomunicações
p
e entretenimento. Disse que o País optou por
possuir indústria próprio de informáticaetal
como no setor das TCs alcançar capacitação
tecnológica correspondente, observando que
MHMl
mamo s a í ü ta o f
SALMUOH PEKROm mento foi diferente, com importação de tec
nologia e insum os, criação de uma Zona
Franca, vendas para o mercado interno e
aproveitamento de mão-de-obra disponível.
Referindo-se ao setor de informática —
uma tecnologia fazedora de época — disse o
secretário que. em 77, nosso mercado era de
200 milhões de dólares, com 98'r do fatura
Ihwi dns mesas do debutes onde ae discut iram assuntos re/evantes para a automagao indus mento atribuído a seis fornecedores multina
trial do Pais, no caso o 2!'PI an in. cionais, mas que dez anos depois o setor gera-