Page 28 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1987

?
E no CPpD, em Campinas, que se concretizam os mais relevantes projetos da Telebrás.

I n d ú s t r i a d e c a b o s :

e n t r e o c o b r e e a f i b r a

Naja de Paula Rodrigues

Quando a Telebrás iniciou o pro­ desenvolvimento em laboratórios do País, geladas devido ao Plano Cruzado, causou um

grama das comunicações ópticas particularmente o CPqD da Telebrás, em recrudescimento do volume de tráfego. E
Campinas, só a partir de 1984 as fibras ópti­ como os cabos ópticos representam, em rela­

investiu numa pequena produ­ cas, matéria-prima para a fabricação dos ca­ ção aos tradicionais, uma solução contra o

ção de fibras porque-não contou bos, e os próprios cabos, começaram a ser in­ congestionamento com economia de espaço,

dustrializados. Como tudo que é novo, eles volume, peso e facilidade de instalação e ma­
que iriam causar tào grande in­
trouxeram certo ceticismo inicial em termos nutenção, além de baixa atenuação, ausên­

teresse por parte das concessio­ da confiabilidade da operação à laser. Por ou­ cia de diafonia e ser praticamente imune ãs

nárias. Enganou-se. O consumo tro lado, as diretrizes que definem posições influências do meio ambiente, como também

político-econômicas da utilização desta nova oferecer segurança, sigilo e ampla disponi­
cresceu a tal ponto que parece tecnologia ainda não estão, de todas, defi­ bilidade de matéria-prima (quartzo e vidro',

não haver mais lugar para a re­ nidas. o consumo por parte das operadoras aumen­

serva de mercado firmada com a Segundo especialistas do sétor privado, os tou muito.
cabos ópticos encontraram preconceito por Resultado: Atualm ente a produção de

ABC-Xtal, depois que ela termi­ parte de clientes potenciais, visto que iepois fibras encontra-se em mil km/mês e ainda era

narem 1989. de longas negociações para as vendr j aca­ 87, segundo Delson Siffert, diretor-presiden­

baram sendo preteridos pelos cabos t adicio­ te das Indústrias Eletrônicas do Grupo ABC.

nais, por simples desconhecimento c s fatos. subirá para 2 mil kmymês. Se esta tendência

Os cabos ópticos, embora sejam utilizados Além do mais, os equipamentos tern nais li­ for mantida até 89, "chegaremos a uma pro­

como meio de transmissão com inúmeras gados à telefonia, e de uma maneira geral os dução entre 30 ou 40 mil km/ano”, prevê Sif­

vantagens em vários setores (computação, equipamentos e acessórios nacionais relati­ fert, o que ele considera suficiente para sus­

automobilístico, militar, vídeo, telemetria, vos às comunicações, ainda podem ser aper­ tentar o mercado, mesmo futuramente.

telecom ando), no Brasil, assim como no feiçoados, assim como não há disponibilidade Está em negociação, entre a Telebrás e

mundo, o grande segmento para os quais são de mão-de-obra especializada de pessoal téc­ ABC-Xtal, a reformulação do atual contrato,

requisitados é o das telecomunicações. Des« nico para sua operação e manutenção, fora a de janeiro a junho de 88, visando ampliar a

taca-se mais especificamente, a telefonia, problemática da exclusividade de mercado fabricação de fibras, embora o executivo náo

ocupando cerca de 90% do mercado, dando que envolve as fibras. tenha achado conveniente revelar, por en­

cumprimento ao Pico (Programa de Introdu­ Quanto ao Sistema Telebrás, os questio­ quanto, a quantidade. Segundo ele, para au­

ção às Comunicações Ópticas), destinado a namentos são outros. Para suprir o mercado mentar sua produção, a Xtal está esbarrando

estimular e conduzir a implantação de siste­ com as fibras, a estatal fechou em 84 contrato em certas dificuldades na importação de ma­

mas ópticos no setor. Em 89, espera-se que to­ de exclusividade com a ABC-Xtal, em vigor quinas necessárias.

das as operadoras tenham pelo menos um al­ até agosto de 89, encomendando uma produ­

cance de comunicações ópticas em operação. ção de 1.500 km/ano que subiu para 17 mil O fim da reserva

Mesmo a nível internacional, a história em junho de 86, a ser entregue ao longo de 21

das comunicações ópticas é relativamente re­ meses. Apesar das medidas positivas que estáo

cente. No Brasil, depois de aproxim ada­ Acresce que as tarifas, reajustadas abai­ sendo providenciadas por parte da Xtal, Er-

mente dez anos de trabalhos de pesquisas e xo da inflação, para em seguida serem con­ cio Zilli, assesssor do diretor de Assuntos In-