Page 24 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1987

M i c r o e l e t r ô n i c a :

I n d ú s t r i a v i s a o d o m í n i o

t o t a l d a p r o d u ç á o d e C I s

Dos relógios digitais à ignição Quem entrou primeiro De acordo com José Ellis Ripper Pi­

lho, presidente da Divisão de Microele­
eletrônica dos automóveis, nada

Quem entrou primeiro na linha do trônica da Elebra, atualmente estão
mais funciona sem circuitos in­
circuito integrado? Mesmo sem o apoio sendo feitos os testes finais de memórias

tegrados. A indústria nacional já oficial definido, a Itaucom (Grupo Itaú), e componentes optoeletrônicos mas

detém a tecnologia para a fabri­ empresa criada em 1983, teve seus obje­ pelos planos iniciais, a Divisão já de­

cação, mas não tem condições de tivos iniciais dirigidos para projetar, en­ veria estar testando uma ampla linha

capsular e testar componentes. Hoje, a de circuitos integrados e iniciando a im­
avançar como era desejado. A

produção da Itaucom é de 10 milhões de plantação de linhas de montagem.
crise econômica também atingiu peças por ano. Deveria ser o dobro, pelo Para Ripper, a indústria de microele­

o setor. acordo firmado no ano passado com o trônica reflete também a situação atuai

Conin. Segundo o gerente de marke­ do Brasil: está em crise. "A indústria so­

Existem atualmente nove projetos ting, Luiz Rogério de Camargo, isso se freu muito com problemas de importa­

em microeletrônica sendo desenvolvi­ deve à dificuldade na importação de ção; por isso, acho que todos os projetos

dos por empresas nacionais, através da componentes. "A Cacex demora muito estão atrasados em relação ao que dese­

concessão de incentivos fiscais aprova­ para liberar as importações.” A empre­ jaríamos.”

dos pelo Conin (Conselho Nacional de sa se compromete a estar difundindo A partir de outubro de 1986, a Cacex

Informática e Automação). Esses proje­ seus próprios chips, a partir de 1990. suspendeu as exceções que vinha fa­

tos abrangem as áreas mais importan­ Por sua vez, a Sid Microeletrônica zendo na aplicação da Portaria 767 do

tes da microeletrônica, tais como desen­ (Grupo MacLine) é a única empresa a Banco Central. Essa portaria impede a

volvimento de projeto e fabricação de realizar a difusão de circuitos integra­ efetuação de pagamentos à vista no ex­

circuitos integrados digitais (que estão dos na América Latina, cuja tecnologia terior e estabelece prazo mínimo para fi­

sendo desenvolvidos pela Elebra Micro­ é da ITT alemã. Para conseguir isso, a nanciamento de 360 dias para compo­

eletrônica, Sid Microeletrônica e Itau- Sid comprou, em 1984, a linha de fabri­ nentes e entre cinco e oito anos para

com), semicondutores de potência (Ae- cação da Philco, localizada em Conta­ equipamentos. "Assim é impossível ad­

gis Semicondutores), fibras ópticas gem, MG. Lá, são produzidos circuitos quirir equipamentos e isso inviabiliza a

(ABC-Xtal), laser (Elebra), circuitos in­ integrados analógicos e digitais com in­ im p la n ta çã o da in dú stria” : disse

tegrados híbridos (Multitel e ABC-Xtal) tegração em pequena e média escala, Ripper

e células solares (Heliodinámica). além de transistores para pequenos si­ A Elebra pretende produzir circuito-

nais e de potência. A tecnologia utili­ integrados, componentes optoeletròni

zada é conhecida como bipolar. Para cos (laser e detetores para mercado de

1990, a empresa promete difundir cir­ telecomunicações por fibra óptica' e li­

cuitos digitais em tecnologia C-MOS. bras ópticas, concorrendo com a ABC-

Por enquanto, ela apenas encapsula e Xtal. Atualmente, a Divisão de Microe­

testa esses circuitos. letrônica está no primeiro estágio de na­

A Vértice, empresa do mesmo grupo, cionalização (testes de produtos semi­

cuida exclusivamente de projetos de cir­ acabados) de componentes optoeletrôni

cuitos integrados. Sua equipe é origi­ cos e memórias. 1

nária do CPqD/Telebrás, e recebeu trei­

namento no exterior. O equipamento e o

software foram importados. A empresa

Tamanho de um circuito integrado desenvol­ foi fundada no ano passado e ainda, se­

vido pelo CPqD/Telebrás em comparação gundo seus técnicos, ela é capaz de pro­

com um dedo indicador. jetar qualquer circuito integrado com

um nível de qualidade comparável ao

dos melhores escritórios de projeto do

Os projetos de maior interesse para o mundo.

País, no momento, são os de fabricação As lâminas de silício, sobre as quais

de circuitos integrados. Nessa área, as são difundidos os chips, são importadas.

três empresas interessadas (Elebra, Mas já há uma empresa nacional, a He-

Itaucom e Sid) apresentaram à SEI, em liodinâmica, preparando-se para produ­

1982, um relatório sobre o que seria ne­ zi-las. Ela já fabrica lâminas não poli­

cessário para a instalação do ciclo com­ das e, com elas, células fotovoltaicas, ca­

pleto de microeletrônica no País, plei­ pazes de obter energia elétrica a partir

teando a concessão de incentivos fiscais da luz solar.

para a execução dos projetos. Somente Outra empresa da área, a Elebra Mi-

quatro anos depois — 1986 — o Conin croeletrônica, tem seu cronogram a

aprovou resoluções especificando os atrasado em relação aos planos iniciais

prazos, compromissos e isenções fiscais, da empresa, embora ainda não tenha ul­

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que foram iguais para cada uma das três trapassado os prazos previstos no pro­ Teste de circuito integrado <¦
volvido pelo CPqD. uma das gr
empresas. jeto apresentado ao Conin. da microeletrônica brasileira.