Page 25 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1987
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Enquanto outras empresas rumam expansão” , segundo ressaltou o diretor capsulado pela Sid M icroeletrônica, que
para os circuitos C-MOS e bipolares, a do CPqD, eng. Fernando V ieira de Sou dará início à produção. Os microcompu
ABC-Xtal escolheu outra rota. N este za. Os contratos com mais de 10 univer tadores da M icrotec são com p atíveis
mès de outubro, ela inaugurará uma fá sidades e outros centros de pesquisa com o IBM -PC.
brica de circuitos híbridos com tecnolo nestes últimos 11 anos de existência do
gia de filme espesso. Essa tecnologia as- C PqD proporcionaram a formação de re
Avanço tecnológico
semelha-se à técn ica de s e rig ra fia , cursos humanos em diversos níveis e em
usada para a impressão de camisetas e diferentes especialidades.
painés, só que em tamanho microscó Por outro lado, na área industrial, a O Brasil, segundo o eng. Antonio Car
pico M icrotec Sistemas contratou os serviços los Bordeaux Rego, chefe da área de dis
Suas principais aplicações estão na da Sid M icroeletrôn ica para projeto e positivos optoeletrônicos do CPqD , a l
área de TCs e áudio, mas é empregada produção de um circuito integrado dedi cança o estado da arte internacional. É
também em conversores a n a lógico- cado (chip) que fará parte de seus micro que o Centro de Pesquisa e Desenvolvi
digitais, usados na indústria de infor computadores de 16 bits. O novo circui mento da Telebrás obteve, recentemente,
mática. A empresa pensa especialmente to, que recebeu o nome de MC-3, reunirá grande avanço tecnológico para o País:
no mercado autom otivo, que M anoel funções de 55 com ponentes stardards concluiu o prim eiro protótipo de diodo
Belém, diretor-adjunto de m arketing, em uma única peça, responsável pelo laser de fosfato de índio, por estrutu
avalia hoje entre um e cinco milhões de controle de vídeo dos equipamentos, tra ra en terrada, na fa ix a de 1300nm a
dólares. zendo ganhos de custo, qualidade e re 1550nm. Este dispositivo optoeletrônico,
A ABC-Xtal já fabrica cristais para dução de espaço. Com investimentos da com padrão de desempenho internacio
osciladores eletrônicos e fibras ópticas, ordem de US$ 100 mil, o MC-3 tem um nal, operando em baixa corrente e supor
com tecnologia recebida do CPqD/Tele- prazo previsto de oito meses para entrar tando altas temperaturas, ó destinado ás
brás. A fábrica de circuitos híbridos está na fase de protótipo. telecomunicações urbanas, com distân
sendo implantada em Campinas ao lado A produção do novo circuito integra cias de até 50 km sem repetidor.
do Centro de Pesquisa e D esen vo lvi do MC-3, em sua fase de projeto, ficará a A equipe técnica do CPqD, responsá
mento. Já foram produzidas algum as cargo da Vórtice, do Grupo MacLine. A vel pelo projeto, em oito meses de pesqui
amostras para homologação e a em pre partir das especificações fornecidas pela sas antecipou a previsão inicial de desen-
sa aluga a linha piloto do CPqD.
Projetos futuros
E por falar em CPqD , o Centro fir
mou, recentemente, convénio pioneiro
com a Escola Federal de Engenharia de
Itajubá (Efei), para criação de disciplina
de projetos de circuitos integrados em
seu curso de graduação em engenharia
elétrica, visando a formação de pessoal
especializado para atuar nesta área. A
idéia surgiu diante da dificuldade en
contrada pela gerência de componentes
e materiais do CPqD em recrutar esta
giários e profissionais especializados no
mercado.
Basicamente, o convênio prevê o trei-
manento teórico e prático de dois profes
sores que assumirão a nova disciplina.
Os professores selecionados passarão
por um estágio de seis meses na área de
circuitos integrados, o que possibilitará
aeles o domínio do ciclo completo de pro
jetos de circuitos integrados do tipo Full
Custom, Ga te Array e Standard-Cells. Nova tecnologia no chip de um megabit da IBM . De altíssima velocidade, este circuito possi
Para tanto utilizarão todo o ferram en- bilita a tin g ir dados armazenados em uma posição de memória de apenas 80 n/s.
tal, ou seja, os programas já existentes
no CPqD, como por exemplo o simulador
lógico elétrico.
Esta transferência de conhecimento M icrotec e com apoio de um sistem a volvim ento do dispositivo. O prim eiro
irá proporcionar à Efei participação no C A D , a em presa desenha o circuito e protótipo foi concluído em julho último e
desenvolvimento de parte dos projetos constrói o lay-out — um perfil indica o repasse da tecnologia à indústria nacio
futuros de circuitos integrados dedica tiv o das funções e características do nal poderá ocorrer até o final de 1988.
dos projetados pelo CPqD. A lém disso, o novo Cl. A antecipação de conclusão deste pro
convênio fortalecerá o currículo escolar Em seguida, o lay-out será transfor jeto se deve à experiência adquirida pelos
em uma das áreas m ais caren tes do mado em protótipo de laboratório. De pesquisadores do CPqD no desenvolvi
País. Assim, o CPqD terá oportunidade pois, os dados registrados em fita m ag mento do laser de arseneto de gálio, que
de buscar preferencialm ente esta giá nética serão enviados aos Estados U n i contribuiu para que fossem superados
rios com algum conhecimento em proje dos, onde a A M I (A m erican Microsys- com mais eficiência e rapidez os proble
tos de CPs, evitando que passem pela de tem In corp oratiqn ), em presa contra mas de tecnologia. "A tecnologia desen
morada fase de treinam ento que tem tada pela Sid, executará as máscaras e o volvida pela nossa equipe, com a cola
duração de, no mínimo, um ano. protótipo final. O próximo passo é a ho boração da Unicamp, só está disponível
Os engenheiros formados pela Efei mologação, pela Microtec, do resultado em países desenvolvidos da Europa, nos
encontrarão bom mercado de trabalho desse trabalho. O circuito integrado es Estados Unidos e no Japão”, garantiu o
na indústria eletrônica em permanente tará então pronto para ser testado e en pesquisador Antonio Carlos. (J.P.) ir
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