Page 45 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1987
P. 45
A ABNT se autodefine como um a sociedade civil sem fins
0 assunto Normas sempre foi im portante, m as adquire re lucrativos, com sede e foro no Rio de Janeiro, que, de acordo
dobrado interesse para as telecom unicações e inform á
tica ao lembrar que cada vez m ais estes segm entos convergem com a últim a reform a de seus Estatutos, aprovados na Assem
para a Rede Digital de Serviços Integrados — RDSI, o que re bléia Geral de 27 de outubro de 1978, tem como objetivos: a) —
quer, em essência, um grande esforço de norm alização m un elaborar Normas Técnicas nos campos científicos, técnico, in
dial. Mas o que são Normas? dustrial, comercial e agrícola; b) — promover a adoção e difu
' Normalizar é o processo de form ulação e aplicação de nor são dessas Normas e o incentivo do movimento de N orm aliza
mas para acesso sistemático a um a atividade específica, para ção no País; c) — representar o Brasil nas entidades interna
benefício e com a cooperação de todos os interessados, em par cionais de normalização, dentro das diretrizes form uladas pelo
ticular para a promoção de um a economia ótim a, levando em Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
consideração as exigências de condições funcionais de se Industrial (Conmetro); d) — m anter intercâm bio e colabora
gurança. E baseada nos resultados alcançados pela ciência, ção com organizaçõeas sim ilares estrangeiras e internacio
tecnologia e experiência. D eterm ina as bases não só para o de nais; e) — em itir pareceres concernentes à normalização.
senvolvimento presente, m as tam bém p ara o futuro, e deve Em 21/11/62, com a promulgação da Lei n.° 4.150, a ABNT
acompanhar o progresso.” passou a ser considerada de utilidade pública e se estruturou
Dada sua universalidade, existem v arian tes desta defini com base em um Conselho Diretor, um a Diretoria, um a Secre
ção,como aquela que corre em âm bito do Acordo G eral de Co taria Executiva, Comitês Brasileiros (com subcomitês) e algu
mércio e Tarifas (GATT), dentro do cham ado Acordo de Bar m as comissões não integradas.
reiras Técnicas ao Comércio: "N orm a Técnica é a especificação As norm as são elaboradas pelas Comissões de Estudos (CE)
técnica de aplicação repetida e contínua, aprovada por inst i dos Comitês a partir de um texto base (CB) que pode ser uma
tuição de normalização reconhecida, cuja aplicação não é obri norm a estrangeira, internacional, um trabalho técnico con
gatória.” tratado a especialistas. Integram as CE’s representantes de fa
Aos olhos da história, a norm alização nasceu da necessi bricantes, de entidades técnicas, universidades, associados da
dade imperiosa de atender ao crescente desenvolvim ento tec ABNT. Estes podem ser M antenedores, Coletivos, Individuais
nológico iniciado com a Revolução Industrial. Seus defensores e Entidades Associadas. As CE’s constituem um forum técnico
apregoam quatro vantagens: ganho de produtividade (fazer que elabora e aprova normas técnicas, enviadas à Secretaria
mais com menos), custos menores (menos interfaces para acer Executiva que as coloca em votação pelos associados da ABNT
tar coisas distintas), estímulo ao comércio m undial (dim inui (forum nacional).
ção da Torre da Babel) e proteção ao consum idor (saber de an Após aprovação, a ABNT encam inha o chamado projeto de
temão o que se está adquirindo). norma ao Sistem a Nacional de M etrologia, Normalização e
A normalização é, antes de tudo, um ato de simplificação, Qualidade Industrial — Si n metro (for um governo), para apro- »
que procura reduzir a variedade e as opções de certos objetos,
além de prevenir complexidades que possam surgir no futuro.
Oque aconteceria, por exemplo, se as tom adas de energia elé
trica domiciliares não tivessem um tam anho padronizado? Padronização Internacional
Quantos adaptadores de pino redondo para pino chato ou tri
angular seriam necessários?
Itália Alemanha Brasil França EUA Japão Inglaterra Canadá China
Existem naturalm ente conflitos de interesses ao se esta
belecerem normas, visto que o processo é de caráter social com
implicações econômicas, levando à realid ad e de que a boa
norma — aceita pelo mercado — será aquela obtida por con
senso. Estabelecer normas significa, na prática, selecionar um
padrão e depois aperfeiçoá-lo através de exam es periódicos. Outros Orqanizaçóes de Países
Em todo o mundo, desenvolvem-se atividades de norm ali
Austrália
zação de forma razoavelmente integrada. Em telecom unica
Bélgica
ções e informática, por exemplo, organizações regionais e in
Padronização
ternacionais e entidades influentes dão sua contribuição para
internacional em
o estabelecimento de padrões universalm ente aceitos (vide Fi proc. de informação
gura). Hoje, grande esforço está sendo dado, na área, à interco-
nexãode sistema-a-sistema com ênfase nas especificações fun
cionais a que um modelo deve atender. Organizações Regionais Organiz. internacionais Organizações
Padronização Padronização Influentes
ABNT
CEN ECMA ASMO ISO IEC I0ML IFIPS OECD UNCHAD
CENELEC PASO ASAC CCITT BIPM CEE PTC GATT
Durante muitos anos, a norm alização foi considerada como CEPT ITU
atividade desejável, mas de im portância secundária. No B ra
sil, a normalização teve real início com a criação da Associação
Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, em 1940, por ocasião
da III Reunião dos Laboratórios N acionais de Ensaio, reali U N I-E n te N a z io n a le Ita lia n o di U m fic a z io n e ; D IN -D e u tsc h e s In stitu t fur N orm u n g; A F-
N O R -A sso cia tio n F ra n ça ise d e N o r m a lisa tio n . A N S I-A m erica n N a tio n a l S ta n d a rd s In stitu t;
zada no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), no Rio de J a J I S C -J a p a n e s e In d u str ia l S ta n d a r d s C o m ittee; B S I -B n tis h S ta n d a r d s In stitu tio n , C S A -
neiro. C a n a d ia n S ta n d a r d s A s s o c ia tio n . C A S -C h in e se A sso c o f S ta n d a r d s; C E N /C E N E L E C -
C o m ité E u rop eu d e N o rm a l./eletro técn ica , A S M O -O rgam zaçào Á rab e p /N orm e M etodolo
gia; A S A C -C o m ité A siá tic o A sses, d e N orm as; IS O -In tern a tio n a l S ta n d a rd s O rg a n iza tio n
IE C -In ter E lectro tech n ica l C o m m isio n . B IP M -B u reau In tern d e P oid s e M esu res; IO M L
O r g a n iz a ç ã o In te r d e M e tro lo g ia L eg a l; G A T T -G en era l A g r e e m e n t on T a r iffs & T rad e
’ Com a colaboração de Cláudio Collado, Gerente de Normas Técnicas, IBM U N C T A D -U n ited N a tio n s C o n feren ce on T rad e & D ev elo p m en t.
¦etebrasil, Nov./Dez. 87